Tras dos días de caos y saqueos, policías de Recife levantan la huelga

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Após dia de caos, greve da PM acaba em PE

Após dois dias de paralisação, policiais militares e bombeiros de Pernambuco decidiram encerrar a greve no início da noite desta quinta (15).

Reunidos em frente à sede do governo estadual, no Recife, os grevistas decidiram encerrar a paralisação, marcada pelo crescimento da violência, com saques e arrastões. O medo levou à suspensão de aulas e ao fechamento de repartições públicas.

A greve por aumento salarial e de benefícios já havia sido declarada ilegal pela Justiça, e o governo João Lyra Neto (PSB) se dizia impedido de conceder reajustes imediatos em razão das restrições da legislação para ano de eleições.

Os policiais recuaram diante do recrudescimento da violência e da multa diária de R$ 100 mil imposta pela Justiça a associações da categoria.

Apesar do fim da greve e da volta gradual do policiamento, ao menos três saques foram registrados à noite em Cabo de Santo Agostinho. No Recife, as ruas estavam vazias. Bares, restaurantes, farmácias e postos de combustíveis já estavam fechados às 21h.

DIA DE MEDO

O terceiro e último dia da greve dos PMs foi de saques, pânico nas ruas e aulas, shows e jogos cancelados na região metropolitana do Recife.

Os alunos da rede estadual não tiveram aulas à noite, e o expediente foi suspenso na Federal de Pernambuco.

Outras instituições, como o Ministério Público do Trabalho, também não funcionaram. Por segurança, cerca de 800 bicicletas de programas de compartilhamento foram retiradas das ruas do Recife.

Uma ocorrência ilustra bem o medo que tomou conta da cidade: durante o dia, um homem desceu de uma moto e deu tiros para o alto para dispersar um grupo que fazia um arrastão no comércio.

Pedestres saíram em disparada. Em minutos, um rumor sobre a presença de criminosos se espalhou, e comerciantes se apressaram a baixar as portas das lojas.

A Folha acompanhou o corre-corre. «A gente desceu do ônibus e estava todo mundo correndo. A gente correu também. A situação está desesperadora», disse a dona de casa Alaíde Souza, 33, assaltada minutos antes.

Em Abreu e Lima, na região metropolitana, agências bancárias não abriram, e comerciantes investiram no reforço da segurança. Alguns instalaram barricadas de ferro para evitar arrombamentos.

Um dia antes, os lojistas tinham sofrido uma onda de saques. «Busquei ajuda no quartel, no posto policial e não consegui ajuda de ninguém. Só sei que assisti a minha loja sendo saqueada», afirmou a comerciante Márcia Muniz, que disse ter visto mulheres, idosas e até crianças levando roupas do local.

A entidade que representa os lojistas estima em até R$ 150 milhões os prejuízos e pretende mandar a conta para o governo do Estado.

A greve no Estado levou a cenas como essas: um homem morto às 22h em Ipojuca teve seu o corpo recolhido da rua 16 horas depois, enquanto, num bairro do Recife, um ladrão foi atingido por tiros que partiram de ocupantes de um carro que passava no momento do assalto.

Em um período de sete horas, sete pessoas foram mortas na Grande Recife, ante média de 4,6/dia em abril.

Segundo a Polícia Civil, que manteve as atividades, 234 pessoas foram presas na região durante a greve.

‘NÓS VOLTAREMOS

Antes do fim da paralisação, Pernambuco recebeu o reforço da Força Nacional de Segurança Pública, pedido pelo governador Lyra Neto ao Planalto. Veículos do Exército também circularam.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) foi ao Estado acompanhar os trabalhos.

Alguns PMs demonstravam insatisfação com o desfecho do movimento. «A comissão [de greve] deve ter sido pressionada. Afrouxaram com medo», disse um policial.

O soldado Joel do Carmo, um dos líderes, negou que tenha havido recuo e disse que os PMs continuarão a lutar por aumento em 2015. «A sociedade pernambucana não pode pagar o prejuízo», justificou.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/166141-apos-dia-de-caos-greve-da-pm-acaba-em-pe.shtml

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