Brasil: cruces y acusaciones marcan el primer debate mano a mano entre Dilma y Aécio

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Los candidatos a la presidencia de Brasil, la mandataria de izquierda Dilma Rousseff y el senador opositor Aécio Neves, protagonizaron un encendido e intenso debate en TV -el primero de los cuatro previstos en la campaña hacia la segunda vuelta del 26 de octubre- en el que cambiaron acusaciones e hicieron promesas sobre salud, educación y empleos en caso de ganar el pleito electoral.

Emitido por TV Bandeirantes, los candidatos se hicieron preguntas durante cuatro bloques y luego realizaron un llamado para pedir el voto de los casi 143 millones de electores brasileños, en la búsqueda de apoyo para gobernar el mayor país latinoamericano entre el 2015 y el 2018.

Las preguntas y las respuestas de los candidatos se centraron en temas como salud pública, economía, transporte, educación, corrupción y programas sociales.

En la discusión, mediada por el periodista Ricardo Boechat, Dilma acusó a Aécio Neves de emplear parientes y realizar obras públicas en los dos períodos en los que gobernó el estado de Minas Gerais (2003/2010) para favorecer sus propiedades o las de sus familiares, pese a que «en Brasil está prohibido el nepotismo», dijo la mandataria.

Aécio, en tanto, del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), se refirió a su adversaria como «liviana» y «desinformada» debido a denuncias que realizó sobre supuestos desvíos de recursos públicos del sistema público de salud de Minas, el segundo mayor distrito electoral de Brasil.

El postulante opositor destacó la estabilización de la economía lograda por su partido durante los dos mandatos del presidente Fernando Henrique Cardoso (1995/2002) y fustigó a la mandataria brasileña por lo que consideró como «un regreso de la inflación».

Aécio ironizó además respecto a recientes declaraciones de un funcionario del área económica que, al comentar sobre un aumento de los precios de la carne vacuna, recomendó su reemplazo por huevos o por pollo.

Dilma respondió asegurando que la inflación en Brasil está bajo control, indicando que apenas existe una presión «pasajera» sobre los precios de los alimentos y la energía tras la peor sequía de la historia.

La mandataria, también, dijo que el PSDB tenía planes sociales minúsculos y destacó la fuerza de la creación de empleos en Brasil pese a la crisis económica global.

Respecto a denuncias de corrupción en la petrolera estatal Petrobras, Dilma dijo que está empeñada en el combate a la impunidad en Brasil.

Los candidatos cambiaron opiniones sobre los financiamientos del banco estatal de fomento BNDES a la modernización del puerto cubano de Mariel. Aécio criticó que el banco financie «a Cuba» mientras en Brasil muchos puertos «fueron abandonados», a lo que Dilma rebatiió indicando que lo que el BNDES financia es la exportación de servicios de ingeniería realizados por empresas brasileñas.

Los candidatos a la presidencia de Brasil realizarán un nuevo debate el jueves, un tercero el domingo y el cuatro y último el viernes 24 de octubre, dos días antes de las elecciones.

Los dos principales institutos de medición de la opinión pública de Brasil, Datafolha e Ibope, publicaron encuestas que indicaban un empate técnico entre ambos postulantes, en tanto tres sondeos elaborados por empresas sin tanta tradición indicaron una ventaja en intención de voto al candidato opositor.

Brasil 247

 

Em debate tenso na TV, Dilma e Aécio contrapõem bem-estar social e ‘meritocracia’

A presidenta Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) protagonizaram um enfrentamento duro na noite desta terça-feira (14), no primeiro debate televisivo do segundo turno das eleições presidenciais, realizado pela TV Bandeirantes. Mais agressivo, o tucano utilizou cinco das seis perguntas a que teve direito, com tema livre, para criticar o governo petista: abriu acusando a campanha adversária de promover ataques «cruéis», e na sequência criticou o desempenho da economia, repercutiu denúncia de uma revista semanal sobre a Petrobras, acusou a campanha petista de mentir sobre sua posição em relação ao Bolsa-Família e lamentou a «baixíssima qualidade» dos serviços públicos proporcionados pelo PT.

Dilma, por sua vez, buscou embutir em suas perguntas comparações entre os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010) e dela própria para criticar o modo de governar adversário. Ela pareceu elevar o tom seguindo as investidas do adversário: em três das seis oportunidades de questionamento direto a Aécio abriu combate aberto ao tucano, acusando seu partido de retirar R$ 260 bilhões da saúde com o fim da CPMF, relembrando o caso do aeroporto construído com dinheiro público em terras de parentes de Aécio em Minas Gerais e destacando o baixo índice de conclusão de inquéritos pela polícia mineira. Em uma de suas respostas, Dilma acusou ainda o tucano de nepotismo, por ter abrigado no governo de Minas Gerais «uma irmã, dois tios e um primo».

O momento mais tenso, no entanto, ocorreu em uma pergunta aparentemente inofensiva: no início do terceiro bloco do debate, após um segundo bloco especialmente agressivo em que o tucano acusou a candidata de «leviana», Dilma fez uma pergunta a Aécio sobre o combate à violência contra a mulher.

Aécio, que manteve ao longo do debate postura irônica em relação a Dilma, reagindo às manifestações da presidenta com risos por diversas oportunidades, mudou. Sério, buscou com os olhos a apoiadores na plateia e respondeu de forma hesitante: sobre a possibilidade de que o corte de ministérios defendido pelo PSDB pudesse vitimizar a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, criada no governo Lula, Aécio concedeu que pode mesmo tentar aplicar políticas para a área sem centralizar sua formulação e aplicação, deixando em aberto a sobrevivência da SPM, que tem status de ministério. «Temos de avançar no apoio aos estados e municípios, que não têm tido apoio necessário, seja no disque-denúncia, nas delegacias próprias», afirmou.

Para a campanha tucana, no entanto, é mais preocupante o paralelo entre a questão encaixada por Dilma exatamente após um bloco de troca de hostilidades com o tucano e a denúncia do jornalista e blogueiro Juca Kfouri, publicada em setembro de 2009, de que o então governador de Minas Gerais teria agredido com um tapa e um empurrão contra a mulher que o acompanhava em um evento da empresa de moda Calvin Klein no hotel Fasano, no Rio de Janeiro, diante de diversas testemunhas. A postagem de Kfouri ressalta que a assessoria de Aécio nega a história, mas o jornalista mantém a denúncia, intitulada Covardia de Aécio Neves, inalterada em sua página. O tema antecedeu a única questão sem ataques feita pelo tucano, sobre investimentos em educação.

Desde quando governador e mais intensamente desde o início da campanha, Aécio tem sido obstinado em controlar a repercussão de notícias negativas sobre sua campanha e sua vida pessoal nas redes sociais e nos mecanismos de busca. Embora tenha conseguido decisão judicial para bloquear buscas no Google, o senador mineiro falhou em processo que pedia investigação de 66 twiteiros que compartilhavam material contrário a sua candidatura.

Bem-estar social x ‘meritocracia’

Aécio insistiu, ao longo do debate, no discurso pessimista em relação à economia. Com ênfase no estouro da meta de inflação e em um horizonte de alta do desemprego causada por desindustrialização, o tucano chegou a convidar Dilma a pedir desculpas pela administração da política econômica. A defesa da presidenta centrou-se na figura de Armínio Fraga, presidente do Banco Central durante o governo FHC e «prometido» ao cargo de ministro da Fazenda em um eventual governo tucano. Para marcar a diferença entre os projetos políticos das duas candidaturas, Dilma relembrou o áudio de uma entrevista em que Fraga dizia que «não sobraria muito» dos bancos públicos após os ajustes que ele considera necessários.

«Ora, hoje o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] é o terceiro banco de investimentos do mundo. Empresta para indústria e infraestrutura. O Banco do Brasil é o banco que faz toda a política para o setor agrícola: dos R$ 180 milhões hoje emprestados, quem faz a maior parte do crédito é o Banco do Brasil. A Caixa, eu fico impressionada… sem a Caixa, não tem Minha Casa, Minha Vida», resumiu Dilma. Ela ainda lembrou que, durante o governo do PSDB, a inflação esteve fora da meta por dois anos consecutivos, e que a taxa Selic chegou a 45%, cenário econômico que se complicou e elevou o número de desempregados a 11,5 milhões de pessoas em 2002, às vésperas da primeira eleição vencida por Lula.

Se Dilma foi mais eficiente ao rebater as críticas do tucano à economia com um portfólio extenso de programas sociais para blindar o trabalhador diante de uma crise sistêmica, Aécio encontrou seu melhor discurso se aprofundando na defesa de valores à direita: com elogios ao sistema de meritocracia implantado em Minas Gerais, o candidato prometeu levar ao serviço público a cultura de remunerar financeiramente resultados obtidos pelos funcionários. Dilma tentou desconstruir o discurso tucano apontando falhas de gestão que levaram à dispensa de quase 100 mil servidores da educação, mas teve de ser lembrada que o PT aprovou aquele projeto. Nesse embate, Dilma cedeu pela única vez em sua estratégia de demarcar diferenças de projeto com seu adversário: quando o tucano tentou puxar para si a causa da flexibilização do currículo do ensino médio, Dilma fez questão de dizer que a proposta é, na verdade, sua.

‘Comandante’

Aécio consolidou a guinada à direita de seu discurso na reta final do debate, quando foi provocado a falar sobre segurança pública: após defender a gestão do PSDB sobre as polícias civil e militar em Minas, o tucano foi enfático em dizer que terá postura radical contra o crime ao prometer assumir pessoalmente o «comando» de uma nova política nacional de segurança pública, assunto, para o candidato, também relacionado às relações internacionais. «Vamos enfrentar de forma altiva os países que produzem as drogas que causam mortes no Brasil», afirmou.

Dilma, por sua vez, também apresentou medida radical para lidar com o tema: defendeu a mudança da Constituição para que o governo federal passe a compartilhar a responsabilidade pela segurança pública e instale gabinetes integrados nos moldes dos criados para a Copa do Mundo, com colaboração entre polícias estaduais e federais, além das Forças Armadas.

Em sua fala final, Aécio prometeu honrar compromissos firmados com Marina Silva (PSB) e fez agradecimento à viúva de Eduardo Campos; no discurso de abertura, já havia estreado o discurso «marineiro»: o tucano afirmou que seu governo não representará o projeto de um partido, mas de uma coligação que responde «ao sentimento das pessoas», por um «governo generoso». A presidenta, sempre solicitando ao eleitor que faça a comparação entre os projetos, pediu ao trabalhador que se pergunte quem representa o projeto que mais defende direitos.

Rede Brasil Atual

 

Economistas lançam manifesto em apoio à reeleição de Dilma Rousseff

Um grupo de economistas lançou um manifesto em apoio a reeleição da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) nesta segunda-feira (13). Na carta, eles justificam o posicionamento devido às politicas econômicas do PT que beneficiaram milhões de pessoas a terem acesso ao emprego, ao crédito e ao consumo.

De acordo com eles, nos governos Lula e Dilma, a garantia da estabilidade econômica sempre esteve associada ao objetivo de promover o crescimento com geração de emprego e renda, e a superação das desigualdades sociais e regionais.  “Essa é a diferença essencial em relação ao modelo anterior, representado pela candidatura do PSDB”, explicam.

Diante desse argumento, os economistas chamam a atenção para a escolha do futuro presidente do Brasil. “O que está em jogo nesta eleição é a volta ao passado ou a continuidade do modelo que abre as portas do futuro. É a opção entre as políticas que serviram para perpetuar as desigualdades e o modelo que contribuiu para aprofundar a democracia, trazendo à luz milhões de novos cidadãos.”

O texto é assinado por personalidades como Maria da Conceição Tavares, professora Emérita da UFRJ e Unicamp; Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Facamp e Unicamp; e Márcio Pochmann, professor da Unicamp, entre outros.

Leia abaixo o manifesto:

O Brasil está vivendo uma profunda transformação social que interrompeu o ciclo histórico da desigualdade no País. Nos últimos 12 anos, dezenas de milhões de pessoas tiveram acesso à economia formal e conquistaram um novo patamar de cidadania. Na base dessa transformação está o modelo de desenvolvimento econômico com inclusão social iniciado no governo do presidente Lula e que prossegue no governo da presidenta Dilma Rousseff.

Este modelo ampliou o acesso ao emprego, ao crédito e ao consumo. Combinado com a valorização dos salários e a transferência de renda, dinamizou o mercado interno, estimulou o investimento e promoveu o crescimento econômico, beneficiando a sociedade como um todo. A nova dinâmica da economia permitiu aumentar os investimentos sociais e em infraestrutura. O Brasil tornou-se mais robusto diante das oscilações internacionais.

Mesmo no contexto econômico global mais adverso dos últimos tempos, o governo Dilma manteve seu foco no aumento do bem-estar da população, com ênfase na promoção da igualdade de oportunidades, para que todos possam progredir e realizar seus sonhos e aspirações. Em quatro anos, foram criados 5,5 milhões de empregos formais e a renda das famílias continuou a crescer.

Dificuldades conjunturais existem e devem ser enfrentadas com firmeza; fazendo correções e ajustes sempre que necessário. Mas não podem servir de pretexto para um retorno às políticas econômicas do passado, que se voltavam apenas para uma parcela da população e, diante dos problemas, impunham à maioria o preço da recessão, do desemprego, do arrocho salarial e do corte dos investimentos sociais.

Nos governos Lula e Dilma, a garantia da estabilidade econômica sempre esteve associada ao objetivo de promover o crescimento econômico, com geração de emprego e renda, e a superação das desigualdades sociais e regionais. Essa é a diferença essencial em relação ao modelo anterior, representado pela candidatura do PSDB.

O que está em jogo nesta eleição é a volta ao passado ou a continuidade do modelo que abre as portas do futuro. É a opção entre as políticas que serviram para perpetuar as desigualdades e o modelo que contribuiu para aprofundar a democracia, trazendo à luz milhões de novos cidadãos.

Quem reduziu a pobreza e a desigualdade de renda tem mais capacidade de avançar no processo de inclusão social. Quem aumentou a geração de empregos e ampliou o acesso ao crédito tem mais capacidade de fazer o País crescer. Quem investiu no futuro, duplicando para sete milhões o número de vagas no ensino superior, é capaz de continuar mudando o Brasil e dialogar com demandas sociais crescentes e justas.

Quem construiu as bases de um novo ciclo de desenvolvimento é capaz de conduzir o Brasil nessa nova etapa. Quem democratizou a oferta de oportunidades, criando os alicerces de uma Nação mais justa, é que pode manter o País unido e superar os desafios do momento, sem deixar nenhum brasileiro para trás.

Para o Brasil continuar avançando, com democracia e desenvolvimento econômico para todos, apoiamos a reeleição da Presidenta DILMA ROUSSEFF.

Dê seu apoio, colocando nome e local de trabalho em: economistascomdilma@gmail.com

Lista de Apoio Inicial

Maria da Conceição Tavares, Professora Emérita da UFRJ e Unicamp

Luiz Gonzaga Belluzzo, Professor da FACAMP e UNICAMP

Nelson Barbosa, Professor e Pesquisador da FGV e Professor da UFRJ

Ricardo Carneiro, Professor UNICAMP e Diretor do BID

Fabricio Augusto de Oliveira, Professor da UFMG

José Flores Fernandes Filho, Professor do Instituto de Economia da UFU

Lauro Mattei – Professor Universidade Federal de Santa Catarina

Márcio Pochmann, Professor da Unicamp

Ana Maria de Paiva Franco, Professora IE, Universidade Federal de Uberlândia

Clemente Ganz, Economista do DIEESE

Jorge Mattoso, Professor da Unicamp

Brasil de Fato

 

Brigadas pró-Dilma se mobilizam na Argentina

Brigadas” de intelectuais e artistas argentinos estão se mobilizando em Buenos Aires em “apoio à presidenta Dilma Rousseff, porque entendemos que sua reeleição é fundamental para continuar com o projeto da Grande Pátria latino-americana”, declararam à Carta Maior o pesquisador universitário Amilcar Salas Oroño e o artista plástico Roberto Jacoby, que realizou várias exposições no Brasil, a última delas em 2013.

“Acredito que seja importantíssimo que Dilma ganhe. Faz tempo que estamos realizando atividades para isto com nossa brigada de apoio, imprimimos cartazes, nos reunimos na esquina de San Telmo (que seria como uma Vila Madalena portenha) para falar com as pessoas, para que se conscientizem sobre como o êxito do PT vai repercutir nas eleições argentinas do ano que vem e da gravidade incalculável que uma derrota da Dilma teria”, afirmou Jacoby.

“Sou otimista, acredito que, ao final, Dilma vai ganhar, se ela ganhar em 26 de outubro, dormirei muito contente… porque tenho consciência do que significa a vitória do PT para todos os nossos países… mas, lamentavelmente, aqui na Argentina, muita gente não olha para além de seus narizes, há uma visão de curto prazo, desinteressada pelo que acontece no Brasil”.
As “brigadas” de apoio a Dilma surgiram em 2010, quando Roberto Jacoby montou uma exposição na Bienal de São Paulo com dois grandes painéis, um da candidata do PT, Dilma, e outro com o tucano José Serra. A obra não agradou os organizadores do evento, que recorreram à Justiça Eleitoral. Por fim, o artista argentino teve que tirar sua exposição, em um caso com poucos antecedentes, que suscitou críticas daqueles que consideraram que foi uma censura contra um artista que expressava sua simpatia pelo PT. “A ideia das brigadas vem das brigadas internacionalistas que, nos anos 30, foram combater na Espanha junto dos republicanos contra a ditadura de Francisco Franco. Pareceu que esse espírito de solidariedade era bom para nos mobilizar na Argentina pela Dilma”, disse Roberto Jacoby.

Mapa político sul-americano
De agora até 2015 haverá um novo mapa político na América do Sul. Ao longo dos próximos 12 meses, Brasil, Argentina e Uruguai terão escolhido novos governos em eleições caracterizadas pela polarização entre “dois projetos, um nacionalista e outro privatizador”, como afirmou no domingo o presidente Evo Morales, da sacada do palácio do governo em La Paz, depois de ser reeleito até 2020 com respaldo de 60% dos votos.

“A vitória de Evo vai na mesma direção de Dilma e de Cristina (Kirchner), vendo a partir da ideia da Grande Pátria, da vitória do PT. Está acontecendo algo que nunca tínhamos visto em séculos, que os indígenas, os pobres, os trabalhadores agora são respeitados, têm direitos e isto alimenta o ódio das classes que sempre estiveram no poder”.

“Mas, de toda forma, precisamos reconhecer que as vitórias na Bolívia ou no Equador, com o presidente Rafael Correa, são importantes, mas são países com muito menos peso do que o Brasil. O que vai acontecer em 26 de outubro é fundamental”, reforçou Jacoby com a voz um pouco afônica por conta de uma gripe que o impedirá de participar do ato realizado nesta terça-feira (14). Durante a atividades será lido o “Manifesto de Apoio a Dilma Rousseff”, rubricado com a assinatura de dezenas de apoiadores.

Um dos organizadores, o professor Salas Oroño, da Universidade de Buenos Aires, coincide com Jacoby sobre a importância do Brasil e dos governos petistas em viabilizar a integração regional com crescente autonomia frente aos Estados Unidos.

“Uma eventual derrota de Dilma Rousseff certamente deixaria sem continuidade a predisposição política manifesta que o Brasil teve nos últimos anos para estreitar seus vínculos com países vizinhos da região, incluindo a Argentina”, opinou Salas Oroño à Carta Maior.
“Os compreensíveis problemas e atritos – comerciais e de interesses – que podem surgir entre distintos países foram metabilizados, eu diria politicamente, de forma tal que as relação puderam ser construídas e instituições regionais comuns foram consolidadas, algo inédito na história latino-americana”.
O pesquisador adverte sobre as consequências de uma derrota do PT nas urnas em 26 de outubro e o retorno do PSDB ao governo.
“Uma vitória de Aécio Neves, tal como o próprio candidato explicitou, deixaria de lado esta orientação para se aproximar dos vínculos diplomáticos com os EUA ou com a União Europeia, cujos centros de poder têm sido mais o problema do que a solução para os países de nosso continente”, aponta Amilcar Salas Oroño.
O especialista em assuntos latino-americanos analisou também sobre a cobertura da campanha eleitoral brasileira realizada pelos grandes meios de comunicação da Argentina e do Brasil.

“O tratamento informativo da mídia oligopólica argentina foi tendencioso, e isto se aplica a esta campanha presidencial e também aos 12 anos de governo do Partido dos Trabalhadores. A marca distintiva das notícias sempre foi a abordagem a partir de alguma denúncia, como se este fosse o termômetro exclusivo do andamento de um país”.
“A grande mídia argentina praticamente não faz menção, salvo alguma crônica ocasional, se referindo às profundas mudanças da sociedade brasileira em relação ao combate à pobreza e às desigualdades”.

Amilcar explica como a grande imprensa utilizou o surgimento de Marina Silva, quando acreditou que ela fosse a única capaz de derrotar Dilma.
“Nesta campanha eleitoral, o ‘fenômeno Marina’, especularmente apresentado, no primeiro turno serviu à prefeição para evitar mencionar as conquistar de Lula e de Dilma, como se se tratasse de uma simples eleição de candidatos e não de projetos políticos”.

Mas depois do fracasso da candidata ambientalista, a mídia se inclinou para Aécio, argumenta Amilcar. “O tratamento que estão dando a Aécio Neves é bastante similar ao que foi dado a Marina antes. Ou seja, é mostrado como se fosse uma espécie de “outsider” da política. Essa versão não é correta, é um discurso que contradiz qualquer conhecimento mínimo sobre o candidato”.

Ato nesta terça em Buenos Aires
Intelectuais, acadêmicos e artistas argentinos se reúnem nesta terça-feira (14), no centro de Buenos Aires em um ato de apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. «Nos sentimos obrigados a deixar claro a importância de que Dilma Rousseff triunfe na eleição do próximo dia 26 de outubro», afirma o manifesto que convoca para o encontro, assinado por dezenas de trabalhadores da cultura e da academia.

«Como cidadãos de uma mesma Pátria Grande, nos sentimos no dever de explicitar nosso compromisso público com o processo político, econômico e cultural iniciado em 2003 no Brasil com o presidente Lula», acrescenta o documento.

A reunião ocorrerá na Casa Pátria Grande Nestor Kirchner, na rua Pellegrini, no centro de Buenos Aires, às 19h30min (hora local, mesmo fuso horário do Brasil).
O professor Amílcar Salas Oroño, um dos organizadores do encontro, disse à Carta Maior que a ideia de realizar o ato «surgiu de brasileiros que vivem na Argentina e de argentinos que viveram no Brasil, que se sentem comprometidos com as mudanças e as transformações que ocorreram nestes últimos anos».

Blog Dilma

 

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