«Foi com tristeza que soube da trágica morte do cineasta Eduardo Coutinho (…) O Brasil e o cinema brasileiro perderam ontem seu maior documentarista» Dilma Rousseff

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O documentarista Eduardo Coutinho, que foi morto a facadas neste domingo (2) em sua casa no Rio de Janeiro, é considerado o maior cineasta brasileiro de todos os tempos de acordo com vários de seus colegas brasileiros.

Coutinho, de 80 anos, foi assassinado, e sua mulher, Maria das Dores Coutinho, de 62 anos, também foi ferida e está internada em estado grave no Hospital Miguel Couto. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso e prendeu o filho do casal, Daniel Coutinho, de 41 anos, considerado o principal suspeito.
Veja a seguir o que diretores e atores brasileiros disseram sobre a obra de Coutinho:

Dilma Rousseff, presidente, no Twitter:
«Foi com tristeza que soube da trágica morte do cineasta Eduardo Coutinho, autor de ‘Cabra Marcado para Morrer’, ‘Peões’ e ‘Edifício Master’. O Brasil e o cinema brasileiro perderam ontem seu maior documentarista.»

Juca Ferreira, Secretário de Cultura, em comunicado:
«Nos deixou hoje – de forma repentina – um grande mestre do cinema brasileiro. Intelectual, artista, interprete da vida brasileira. Eduardo Coutinho inventou uma forma única de entender o País pelo documentário. A cada filme ele descortinou um aspecto profundo da experiência brasileira, nas dimensões política, social, cultural e espiritual. Por isso sua ampla obra é um dos grandes acontecimentos da cultura brasileira, um legado fundamental.»

Cacá Diegues, cineasta, em entrevista à Globo News:
«A principal característica dele, na minha opinião, é que ele é o maior documentarista brasileiro de todos os tempos. Ele conseguiu fazer uma obra prima atrás da outra. (…) Era um homem muito inteligente. Sobretudo muito sereno, muito bom, muito fácil de lidar. (…) Coutinho inventou uma maneira de fazer documentário no Brasil, era um cineasta original. Cada filme dele era uma inovação. (…) Ele era muito respeitado, era um mestre, os jovens cineastas do Brasil respeitavam muito ele. Coutinho era uma pessoa acima do bem e do mal. (…) Coutinho tinha um grande amor pelos outros. Não impunha a vontade dele no que estava filmando. O que ele estava filmando era mais importante do que ele.»

Jorge Furtado, cineasta, em entrevista à Globo News:
«Estou ainda muito chocado, acabei de ficar sabendo. A primeira coisa é desejar a recuperação da esposa, que também está hospitalizada. (…) A morte do Coutinho é uma tragédia do cinema brasileiro, ele é um dos maiores documentaristas do mundo, um grande pensador do cinema. Ele sempre inovava, não tinha um filme dele que não surpreendia a gente. E só ele sabia fazer o que ele fazia. Muita gente tentava imitar o Coutinho. O trabalho dele parecia simples, mas os filmes dele eram muito sofisticados. (…) Ele tinha uma paixão genuína pelo ser humano, se interessava pelas pessoas, conversava com as pessoas de maneira a extrair delas as histórias. (…) Sua maneira de pensar o cinema vai ficar marcada para sempre.»

Fernando Meirelles, pelo Twitter:
«Não há ninguém no Brasil que possa ocupar o lugar do Coutinho. Fica o vazio. Esse era um mestre…»

Pablo Villaça, cineasta, pelo Twitter:»A todos os meus seguidores que não falam português, a morte de Hoffman não foi a única perda trágica que o cinema sofreu hoje. Nós perdemos Eduardo Coutinho.»

Zeca Camargo, jornalista, ao G1:
«Um gênio que soube tão bem nos mostrar como é fina a linha entre ficção e realidade nos deixa de uma maneira que é um triste arremedo da sua própria arte –um episódio trágico demais para acreditarmos que é verdade. Ficam seus filmes, com seu eterno poder de nos confundir e iluminar.»

Sérgio Andrade, cineasta, ao G1:
«Ele captou a essência da realidade brasileira de maneira imparcial. Foi um grande mestre. Lembro que fiquei muito impressionado com o primeiro filme dele que vi em uma sala de cinema, o ‘Edifício Master’. Aquilo me tocou muito. Ele buscava uma realidade que a gente percebia mas não tinha clareza para entender. Não é só o cinema brasileiro que perde, é uma perda para o Brasil como um todo. Ele foi um grande tradutor da nossa realidade. Ele estava em plena atividade e infelizmente morreu de uma maneira tão brutal que até parecia até roteiro de ficção.»

Suzanna Lira, documentarista, em entrevista à Globo News:
«Tem uma geração de diretores e documentaristas órfãos, porque ele é uma referência de estilo, referência de jeito de se relacionar com o próprio entrevistado, uma marca que vai ficar para sempre e que nós sempre vamos tentar seguir o jeito de Eduardo Coutinho de fazer as coisas. Provavelmente não vamos conseguir, porque ele é único.»

Cecília Thompson, jornalista e tradutora, pelo Facebook:»Muitas, muitas lágrimas pelo amigo e cineasta Eduardo Coutinho, morto hoje no Rio aos 81 anos. ‘Cabra marcado para morrer’, inesquecivel. De todos os seus filmes, ‘O homem que comprou o mundo’, do início de sua carreira, é genial –um preto e branco com Marília Pera e Flávio Migliaccio jovens, imperdível. ‘Edifício Master’ também é muito bom. Coutinho merece lugar entre os melhores do cinema brasileiro de todos os tempos. Os velhos amigos te saúdam.»

Paula Braun, atriz de ‘Amor à Vida’, pelo Twitter:
«Coutinho é genial. Que triste…»

 

 

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/02/veja-repercussao-da-morte-do-documentarista-eduardo-coutinho.html

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