Acuerdos comerciales de EEUU presionan a Brasil – Diario O Globo, Brasil

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Por 60 a 38 votos, o Senado americano deu ao presidente Barack Obama autoridade para negociar acordos comerciais por meio do chamado fast-track, agilizando a atuação da Casa Branca nas negociações de importantes tratados comerciais com a Ásia e a Europa. Pelo sistema fast-track, as propostas acertadas em negociações do governo americano só podem ser aprovadas ou rejeitadas em bloco, não cabendo ao Legislativo a inclusão de emendas. A prerrogativa do Congresso de alterar o que fosse negociado no exterior enfraquecia o poder de barganha de Washington e colocava em dúvida a validade das negociações em andamento.

Neste caso, o principal adversário de Obama era seu próprio partido, historicamente comprometido com os sindicatos americanos e outros grupos, como produtores rurais, segmentos trabalhistas e defensores dos “interesses nacionais”, leia-se, protecionismo. Para atenuar tais resistências, os senadores também aprovaram na quinta-feira, e os deputados confirmaram ontem, um pacote de US$ 450 milhões para assistir os trabalhadores eventualmente afetados por acordos comerciais.

A aprovação do fast-track é uma vitória importante para Obama, que entra na fase final de seu governo podendo avançar nas negociações da Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês), que reúne 12 países dos dois lados do Pacífico, inclusive duas das três maiores economias do mundo — EUA e Japão. A TPP engloba 40% do PIB mundial e cerca de metade do volume de comércio internacional. O objetivo é formar um grande bloco comercial, mediante redução de alíquotas, desburocratização e outros pactos preferenciais.

Segundo especialistas, se concluída, a TPP será o maior acordo comercial desde a criação da OMC nos anos 1990 e servirá como modelo para o comércio mundial do século XXI. Para Obama, há ainda ganhos estratégicos, como posicionar os EUA de forma mais agressiva diante do aumento de influência de países como China, que vem se consolidando como protagonista no comércio mundial, e Rússia, que retomou posturas da era soviética.

Tomada um dia após o lançamento do nosso Plano Nacional de Exportações (que já nasceu afetado pelo ajuste fiscal), a decisão dos senadores americanos não é uma boa notícia para o Brasil, que continua imobilizado no Mercosul, bloco que substituiu a integração comercial pelo isolamento político.

As evidências do equívoco estão nos números da nossa balança comercial (déficit acumulado até maio de US$ 2,3 bilhões). Lamenta-se que, ao deixar a ideologia dominar o comércio exterior, o Brasil fique de fora de acordos preferenciais e desperdice oportunidades num momento em que os preços das commodities caem, e o resto do mundo se reinventa em tratados multilaterais vantajosos.

O Globo

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