Crean Frente Brasil Popular en defensa de la democracia
Representantes de movimientos sociales y partidos políticos lanzaron en Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, el Frente Brasil Popular en defensa de la democracia y de reformas estructurales a favor de las mayorías.
El Frente tiene la misión de agrupar a todas las fuerzas de izquierda y progresistas para construir ideas, formas de lucha política y promover las movilizaciones en las calles, afirmó el dirigente del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) Alexandre Concepción en la Conferencia Nacional de grupos sociales.
«La intención no es apenas discutir ideas y que queden en papel; vamos a elaborar un calendario de movilización para ir a las calles a luchar y defender nuestras propuestas», así como respaldar los derecho de los trabajadores y una salud y educación de calidad, subrayó.
Se trata de una organización amplia que va a discutir el Brasil que queremos, a partir de un debate político con los sectores populares en torno a una plataforma política, recalcó.
Entre los puntos a examinar aparecen la defensa de la democracia, de la soberanía nacional; la lucha por la implementación de una reforma política y agraria y a favor de cambios estructuras y populares y por la integración latinoamericana.
Para la diputada federal Jandira Feghali, del Partido Comunista do Brasil (PCdoB), este movimiento constituye una expresión de deseo de salir a la afensiva para silenciar a una corriente conservadora que intenta aprovechar la coyuntura para imponer una agenda neoliberal y derrocar a la presidenta Dilma Rousseff.
Pretendemos por ello negociar una agenda con el gobierno y con los partidos aliados en el Congreso con miras a impulsar una política industrial innovadora, indicó.
El Frente está integrado por una amplia diversidad de movimientos sociales como el MST, la Unión Nacional de Estudiantes, Marcha Mundial de Mujeres, la Federación Única dos Petroleros, Vía Campesina, Central de Movimientos Populares y la Central Única de los Trabajadores, entre otros.
Frente Popular reúne o Brasil em Belo Horizonte
Mais de duas mil pessoas passaram o dia no espaço livre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a partir da manhã desse sábado (5) para discutir alternativas para a crise política e econômica brasileira no lançamento da Frente Brasil Popular.
Foi a primeira vez, desde as Diretas Já em 1984, que uma ampla coalizão de centenas de lideranças e representações de movimentos populares, sociais, sindicais, estudantis, forças e representações políticas de esquerda estiveram juntas para defender o estado democrático brasileiro.
A Conferência Nacional em Defesa da Democracia e por uma Nova Política Econômica demonstrou uma grande força de unidade de entidades progressistas e partidos de esquerda. O principal objetivo é barrar a escalada antidemocrática oposicionista para defender o mandato da presidenta Dilma Roussef, combater o golpismo pregado pela aliança formada pelas forças conservadoras e direitistas, que têm o apoio da grande mídia.
O ex-presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, falou da importância do lançamento dessa frente em Minas, terra do senador Aécio Neves e onde ele teve sua principal derrota nas últimas eleições. Renato lembrou que a criação de uma frente popular que reúne a esquerda já foi proposta pelo partido há dois anos. “Durante o último congresso, definimos que era preciso um bloco de afinidade de esquerda, formada por partidos de esquerda, grupos de esquerda, movimentos sociais e personalidades com afinidades. O PCdoB participa dando foco a algumas questões que são fundamentais hoje, lutando contra as maiores ameaças: como o golpismo, a luta pela democracia e defesa do mandato da presidenta”.
Para Renato, outra questão importante é taxar as grandes fortunas, para que os ricos paguem sua parte na crise. “Defendemos voltar a CPMF para a saúde, além de combater o financiamento empresarial em campanhas políticas, que já derrubamos no Senado, e também a defesa da Petrobrás e da engenharia nacional”.
O lançamento contou com a presença de variadas frentes dos movimentos sociais, entre sindicalistas, trabalhadores dos movimentos sem terra, os que defendem habitação, pastorais sociais, igrejas, movimento negro, LGBT, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CBT) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidades do movimento estudantil, entre elas a UNE, além de personalidades, parlamentares e demais políticos de diversas regiões do Brasil. Compuseram a mesa de abertura o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile e Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, que representaram a organização do ato.
Entre as bandeiras apresentadas, além da defesa da democracia, muito foi falado sobre a necessidade do governo atender o pedido dos movimentos para a necessidade de mudanças na economia, com uma nova política de juros mais baixos, que desonere o bolso dos trabalhadores sem ferir os direitos conquistados. Outra questão defendida foi a necessidades de se taxar as grandes fortunas e heranças, para gerar mais recursos para investimento nos programas sociais, além da necessidade da reforma política a partir do fim do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, como medida central para combater na raiz a corrupção. “Essa frente nacional rearticula os movimentos sociais para enfrentar a crise política e crise econômica que está em curso no país, manter as nossas conquistas e nossos direitos através das nossas lutas. Vamos combater e repudiar toda tentativa de golpear a democracia. Nós temos uma outra posição em relação à política econômica do atual governo, com a qual não concordamos”, defende Carina Vitral, presidenta da UNE.
Após a abertura, a Conferência prosseguiu com grupos de discussão temáticos até o início da tarde, tratando além dos eixos centrais para enfrentamento da crise, questões como avanços nas políticas raciais e de gênero que melhor atendam e compreendam a diversidade da sociedade brasileira.
Na plenária final, estiveram ainda presentes Nivaldo Santana, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Beatriz Cerqueira, da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), representantes de entidades do movimento negro, de mulheres, LGBT, dos movimentos populares, vilas e favelas, o vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, os deputados federais do PCdoB, Wadson Ribeiro, Jô Moraes e a líder do partido na Câmara Federal, Jandira Feghali, o ex-ministro e ex-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Roberto Amaral, Tarso Genro (PT), ex-governador do Rio Grande do Sul, os senadores Lindberg Farias (PT) e Roberto Requião (PMDB), Luzianne Lins, deputada federal (PT-CE), além de Nilmário Miranda, secretário de Estado de Direitos Humanos de Minas Gerais, representando o governador Fernando Pimentel, entre muitos parlamentares mineiros presentes.
A deputada Jandira Feghali analisou que na Conferência “estão os representantes da luta do povo brasileiro, que sabem superar toda e qualquer adversidade. Mas lutar na adversidade é o nosso grande desafio. A gente luta na adversidade contra uma mídia golpista que tenta apagar a memória do povo brasileiro, porque nós tivemos conquistas sim, que não são conquistas apenas do governo, mas do povo”.
Ao final, como uma das principais ações da agenda a ser construída pela Frente Brasil Popular, ficou decido um grande ato nacional em defesa da Petrobrás, no dia 13 de outubro, data que se comemora o aniversário da estatal. Para marcar o lançamento da frente, foi lido o Manifesto ao Povo Brasileiro, na íntegra abaixo:
Manifesto ao Povo Brasileiro
Vivemos um momento de crise. Crise internacional do capitalismo, crise econômica e política em vários países vizinhos e no Brasil.
Correm grave perigo os direitos e as aspirações fundamentais do povo brasileiro: ao emprego, ao bem-estar social, às liberdades democráticas, à soberania nacional, à integração com os países vizinhos.
Para defender nossos direitos e aspirações, para defender a democracia e outra política econômica, para defender a soberania nacional e a integraççao regional, para defender transformações profundas em nosso país, milhares de brasileiros e brasileiras de todas as regiões do país, cidadãos e cidadãs, artistas, intelectuais, religiosos, parlamentares e governantes, assim como integrantes e representantes de movimentos populares, sindicais, partidos políticos e pastorais, indígenas e quilombolas, negros e negras, LGBT, mulheres e juventude, realizamos esta Conferência Nacional onde decidimos criar a Frente Brasil Popular.
Nossos objetivos são:
1- Defender os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras: melhorias das condições de vida, emprego, salário, aposentadoria, moradia, saúde, educação, terra e transporte público!
Lutamos contra o atual ajuste fiscal e contra todas as medidas que retiram direitos, eliminam empregos, reduzem salários, elevam tarifas de serviços públicos, estimulam a terceirização, ao tempo em que protegem a minoria rica. Defendemos uma política econômica voltada para o desenvolvimento com distribuição de renda.
Lutamos contra a especulação financeira nacional e internacional, que transfere para uma minoria, por vias legais ou ilegais, através da corrupção e de contas bancárias secretas, parte importante da riqueza produzida pelo povo brasileiro!
Lutamos por uma reforma tributária que – por meio de medidas como o imposto sobre grandes fortunas e a auditoria da dívida – faça os ricos pagarem a conta da crise.
2.Ampliar a democracia e a participação popular nas decisões sobre o presente e o futuro de nosso país.
Lutamos contra o golpismo – parlamentar, judiciário ou midiático – que ameaça a vontade expressa pelo povo nas urnas, as liberdades democráticas e o caráter laico do Estado!
Lutamos por uma reforma política soberana e popular, que fortaleça a participação direta do povo nas decisões políticas do País, garanta a devida representação dos trabalhadores, negros e mulheres, impeça o sequestro da democracia pelo dinheiro e proíba o financiamento empresarial das campanhas eleitorais!
Lutamos contra a criminalização dos movimentos sociais e da política, contra a corrupção e a partidarização da justiça, contra a redução da maioridade penal e o extermínio da juventude pobre e negra das periferias, contra o machismo e a homofobia, contra o racismo e a violência que mata indígenas e quilombolas!
3. Promover reformas estruturais para construir um projeto nacional de desenvolvimento democrático e popular: reforma do Estado, reforma política, reforma do poder judiciário, reforma na segurança pública com desmilitarização das Polícias Militares, democratização dos meios de comunicação e da cultura, reforma urbana, reforma agrária, consolidação e universalização do Sistema Únnico de Saúde, reforma educacional e reforma tributária!
Lutamos pela democratização dos meios de comunicação de massa e pelo fortalecimento das mídias populares, para que o povo tenha acesso a uma informação plural, tal como está exposto na Lei da Mídia Democrática.
4.Defender a soberania nacional: o povo é o dono das riquezas naturais, que não podem ser entregues às transnacionais e seus sócios!
Lutamos em defesa da soberania energética, a começar pelo Pré-Sal, a Lei da Partilha, a Petrobrás, o desenvolvimento de ciência e tecnologia, engenharia e de uma política de industrialização nacional!
Lutamos em defesa da soberania alimentar e em defesa do meio ambiente, sem o qual não haverá futuro.
Lutamos contra as forças do capital internacional, que tentam impedir e reverter a integração latino-americana.
Convidamos a todas e a todos que se identificam com esta plataforma a somar-se na construção da Frente Brasil Popular.
O povo brasileiro sabe que é fácil sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho. Mas sabe, também, que sonho que se sonha junto pode se tornar realidade.
Vamos lutar juntos por nossos sonhos!
Viva a Frente Brasil Popular!
Viva o povo brasieiro!
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Setembro de 2015