El poder bajo investigación – Zero Hora, Brasil

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Los conceptos vertidos en esta sección no reflejan necesariamente la línea editorial de Nodal. Consideramos importante que se conozcan porque contribuyen a tener una visión integral de la región.

O poder sob investigação

Ao determinar a abertura de inquéritos contra oito ministros do atual governo, 29 senadores e 42 deputados federais, incluídos aí os presidentes da Câmara e do Senado, o ministro-relator da Operação Lava-Jato, Edson Fachin, autoriza a maior investigação de corrupção política da história do país. Entre os 98 investigados, estão também três governadores estaduais, um ministro do Tribunal de Contas da União e 24 outros políticos e autoridades sem foro no Supremo, mas de alguma maneira relacionados aos fatos investigados. Embora investigação não signifique culpa, pois agora os investigadores têm que juntar provas para apontar indícios de autoria e materialidade de crimes para apresentar as denúncias ou pedir o arquivamento, os suspeitos ficam fragilizados politicamente para continuar exercendo suas funções. Isso pode significar a paralisação temporária das atividades parlamentares, das reformas e do próprio governo.

Outro cenário possível — e até desejável do ponto de vista da administração do país — é a manutenção da normalidade dos projetos em andamento, mesmo que o interesse de alguns parlamentares seja apenas desviar o foco da investigação. A população quer a apuração rigorosa das suspeitas e a punição exemplar de todos os envolvidos com a corrupção, mas também precisa da manutenção da governabilidade para evitar o recrudescimento de uma crise que já começava a ser superada.

É essencial para o país manter a pauta econômica, pois tão importante quanto a faxina política é a retomada do crescimento e a recuperação dos milhares de postos de trabalho extintos nos últimos anos. Finalmente, mesmo com o expressivo envolvimento de autoridades nas suspeitas investigadas, é preciso que se diga que são políticos — e não a política, nem todos os políticos — os alvos da grande investigação.

Se os brasileiros continuarem acreditando na Justiça e na democracia, um Brasil mais limpo, decente e justo haverá de emergir deste mar de lama.

ZH

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