Campaña Mujer: una iniciativa en Brasil para que aumente la cantidad de parlamentarias

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Campanha pretende aumentar número de mulheres nos parlamentos do país

O Brasil ocupa o 154º lugar entre 193 países no ranking de igualdade de gênero no parlamento, considerando a Câmara dos Deputados. O país tem apenas 10% de deputadas em exercício, o dobro da representação na Câmara que elaborou a Constituição de 1988. No Senado, são 13 mulheres entre 81 parlamentares (16%). Nas Câmaras municipais, há sete vereadores homens para cada mulher. Primeira mulher chefe de Estado do país, a presidenta Dilma Rousseff foi deposta por um impeachment cujo processo não provou crime algum.

A primeira mulher eleita para um governo estadual no país foi Roseana Sarney, apenas em 1994. O cargo de governadora foi ocupado por apenas 10 mulheres na história brasileira. No caso das mulheres negras, elas não chegaram a 1% de candidaturas na disputa por prefeituras nas eleições de 2016. No Congresso Nacional, não há mulheres indígenas ou trans.

Só em 24 de fevereiro de 1932 as mulheres puderam votar no Brasil, e mesmo assim com várias restrições: somente mulheres casadas e com autorização dos maridos, além de viúvas e solteiras com «renda própria» podiam exercer o direito, que foi ampliado em 1934, com a eliminação das restrições ao voto feminino.

Pensando em transformar essa realidade, militantes feministas lideradas pela Mídia Ninja criaram a Campanha de Mulher, projeto de comunicação cujo objetivo é apoiar mulheres candidatas nas eleições de 2018. O objetivo, diz o coletivo, é dar «suporte operativo» (design, fotografia, audiovisual, assessoria de imprensa, redes sociais) e «romper com a ideia de que mulheres não pertencem à política». O movimento convida comunicadoras e pré-candidatas para «provar que política é coisa de mulher», reunindo ativistas e pré-candidatas feministas para eleger mulheres.

«A situação que temos no Brasil hoje advém da própria estrutura da sociedade. Desde pequenas, as mulheres são ensinadas a estar no espaço privado, e não no espaço público. Por isso é difícil ver mulheres na política. Nossa ideia com a campanha liderada pela Midia Ninja é chamar a atenção e criar uma rede de apoio para candidaturas femininas», afirma Carina Vitral, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e pré-candidata a deputada estadual pelo PCdoB.

«Se não temos financiamento de grandes empresas e dos poderosos, vamos ter uma rede de solidariedade em comunicação, pessoas e militantes que possam ajudar voluntariamente nas campanhas», acrescenta.

Mas Carina explica que, para participar da Campanha de Mulher, as candidatas têm de estar comprometidas com pautas que influenciam a vida das mulheres diretamente, como empregabilidade, direitos reprodutivos, licença maternidade, creches, educação e políticas voltadas para as mulheres de modo geral. «À medida que a gente tenha mais mulheres na política, o comprometimento com essas pautas será maior. Mas não são todas as mulheres que se candidatam que estão comprometidas com essas pautas.»

Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), as mulheres seguem sem o devido espaço nos partidos políticos. «Em todos eles, por mais que tenhamos partidos de esquerda», ressalta. Pré-candidata a deputada federal pelo PT, Juliana considera muito bem-vinda a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, em maio, definiu que as agremiações partidárias devem repassar 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para candidaturas de mulheres.

A vereadora acredita que a decisão do TST deve proporcionar mais estrutura às campanhas femininas, e destaca o papel da imprensa alternativa na divulgação das candidaturas. «Toda a mídia alternativa é extremamente importante para romper a bolha da imprensa, que só dá espaço para os homens e coloca as mulheres em subgrupos», diz Juliana.

Carina Vitral lembra que não é por ser uma campanha de mulheres feministas que os homens não podem dar seu apoio. «Tem muitos eleitores homens que estão sensibilizados com essas questões, que podem procurar votar em mulheres para superar as desigualdades. Essa não é uma campanha destinada somente às mulheres, mas a toda a sociedade, para acabar com a desigualdade de gênero na política.»

Hoje, há 10 países cujos chefes de Estado são mulheres: Chile, Croácia, Estônia, Ilhas Marshall, Libéria, Lituânia, Malta, Ilhas Maurícias, Nepal e Taiwan. As nações governadas por uma primeira-ministra são sete: Alemanha, Bangladesh, Namíbia, Noruega, Polônia, Reino Unido e Escócia.

Assista ao vídeo de lançamento da campanha:

Companheira, me ajude

Companheira, me ajude

A cada ano eleitoral a Mídia NINJA disponibiliza seus comunicadores para difundir candidatos que entendemos como alinhados à defesa da democracia, aos direitos da população e à luta pelo fim da desigualdade. Neste ano, nos sentimos pessoalmente provocados a enfrentar uma delas: a disparidade de gênero em todo nosso sistema eleitoral.

A legislação, os partidos, a sociedade – tudo isso faz parte de uma estrutura que impede que mulheres sejam eleitas e se candidatem. Em 2016, mulheres negras não chegaram a 1% de candidaturas para Prefeitura e foram 14,2% das candidatas a vereança. Atualmente, apenas 1 mulher negra legisla no Senado Federal. Os números quando falamos de mulheres lésbicas, trans e indígenas, caem para praticamente zero.

Por isso juntas vamos provar que Política é coisa de Mulher:
A união de comunicadoras ativistas e pré-candidatas feministas vai fazer a diferença!
http://campanhademulher.org/

Rede Brasil Atual


Mulheres no Senado enfrentam dificuldade para disputar reeleição

Primeira senadora da história da Bahia, Lídice da Mata (PSB) vai se despedir do Senado em fevereiro de 2019 após um único mandato sem ao menos tentar a sorte nas urnas.

Assim como ela, outras quatro senadoras em fim de mandato podem ficar de fora da disputa pelo Senado nas eleições deste ano. Os motivos variam da pouca viabilidade eleitoral à falta de espaço na chapa majoritária dos grupos políticos que a elegeram.

Ao todo, 13 dos 81 senadores da atual legislatura são mulheres, sendo que 8 encerrarão o mandato no início do próximo ano. Destas, só três têm palanque garantido para reeleição: Ana Amélia (PP-RS), Ângela Portela (PDT-RR) e Marta Suplicy (MDB-SP).

Duas senadoras já desistiram da reeleição e outras três ainda brigam por espaço para entrar na disputa. Entre as desistências confirmadas estão as de Lídice e Gleisi Hoffmann (PT), do Paraná.​

Lídice não disputará a reeleição após ter sido preterida pelo governador Rui Costa (PT), que atuou de forma mais pragmática na escolha dos companheiros de chapa, prestigiando partidos com maior número de prefeitos e peso político na Bahia.

“É lamentável que nem mesmo os segmentos progressistas tenham entendido o valor que é a presença das mulheres no Parlamento. Pessoalmente, acho que a minha retirada da chapa é injustificável”, diz a senadora.

Rui Costa vai para a reeleição tendo o ex-governador Jaques Wagner (PT) e o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), como candidatos ao Senado. Já Lídice será candidata a deputada federal.

Gleisi também deixará o Senado para ser candidata a deputada federal. Neste caso, pesaram a avaliação de que haveria dificuldades para a reeleição e a estratégia do partido de eleger deputados para manter o tamanho da bancada a partir de 2019.

Já Lúcia Vânia (PSB-GO), Regina Souza (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) ainda brigam por espaço em chapas majoritárias.

Senadora pelo Piauí, Regina Souza (PT) é outra que ainda não tem lugar garantido. Ela era suplente e assumiu em 2015, quando o titular do mandato, Wellington Dias (PT), tomou posse como governador do estado.

“Essa história de chapa só com homens ficou no passado e a população está atenta a isso. Já temos uma bancada feminina pequena no Senado, seria muito ruim se ela ficasse ainda menor”, afirma Souza.

A reeleição dela, contudo, esbarra em um acordo firmado pelo governador com aliados no qual cada partido da base só teria um candidato na chapa majoritária. E o nome do PT seria o do governador, candidato à reeleição.

O senador Ciro Nogueira (PP) já foi confirmado em uma das vagas da chapa. A outra é disputada por ela, pelo deputado Júlio César (PSD) e pelo cantor de forró e ex-deputado Frank Aguiar (PRB).

Outra senadora que ainda negocia alianças é Grazziotin, eleita em 2010 com o apoio do PT e do MDB do senador Eduardo Braga.

Este ano, ela ensaia uma parceria com candidato a governador David Almeida (PSB). Mas ainda não há consenso sobre a participação da senadora na chapa.

“Estamos conversando sobre a chapa e fazendo os cálculos para definir se vamos ter só um ou dois candidatos ao Senado”, diz Grazziotin, afirmando que sua reeleição é uma das prioridades do PC do B no pleito deste ano.

Lúcia Vânia também não tem lugar garantido e cogita ficar fora do pleito deste ano caso não tenha lugar para disputar a reeleição.

Ela faz parte do grupo político que apoia a reeleição do governador José Eliton (PSDB), que assumiu o cargo em abril com a renúncia de Marconi Perillo (PSDB). Uma das vagas para o Senado foi destinada ao próprio Perillo. A outra está sendo disputada por Lúcia Vânia e pelo ex-senador Demóstenes Torres (PTB).

Torres teve o mandato cassado em 2012 por quebra de decoro parlamentar e estava inelegível. Contudo, foi autorizado pelo STF a disputar as eleições deste ano.

Enquanto parte das atuais senadoras ficará de fora da disputa, são poucas mulheres entre as pré-candidatas ao Senado que tentarão chegar ao cargo pela primeira vez e iniciam a campanha em condição de competitividade.

Uma delas é a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que mudou o domicílio eleitoral e será candidata ao Senado por Minas Gerais. Em São Paulo, a novidade é a deputada Mara Gabrilli (PSDB).

No Nordeste, as deputadas Eliziane Gama (PPS-MA) e Zenaide Maia (PHS-RN) são tidos como nomes fortes para chegar ao Senado.

Além disso, dois nomes de partidos pequenos podem surpreender: a jornalista Ursula Vidal (PSOL) no Pará e a ex-juíza Selma Arruda (PSL), que será candidata em Mato Grosso.

Senadoras perdem espaço no cenário eleitoral

LÍDICE DA MATA (PSB-BA)
Foi a primeira senadora da história da Bahia, eleita em 2011. Já foi deputada federal e estadual, em dois mandatos cada, e prefeita de Salvador. Integrou a CPMI de combate à violência contra a mulher

GLEISI HOFFMANN (PT-PR)
A senadora está há um ano no comando do PT, na fase mais difícil da sigla. Em junho, foi absolvida pelo STF em processo na Lava Jato, mas ainda é alvo de outros três no Supremo

VANESSA GRAZZIOTIN (PC DO B-AM)
É líder do partido. Foi vereadora de Manaus e deputada federal pelo Amazonas. Citada na lista de Fachin, disse que todas as doações foram aprovadas

LÚCIA VÂNIA (PSB-GO)
É senadora reeleita. Foi autora de projeto questionado que altera a Lei de Responsabilidade de Fiscal. Deixou o PSDB em 2015, com críticas veladas ao então presidente da sigla, Aécio Neves.

Folha


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