Flavio Bolsonaro, hijo del candidato a presidente y postulante a senador: “Queremos más armas en manos de las personas de bien”

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Por Marco Grillo e Thiago Prado

Por que o Jair Bolsonaro coloca em dúvida as urnas eletrônicas, mesmo sem evidência de fraude?

Nós temos o direito de desconfiar da urna eletrônica, já que fizemos de tudo para garantir a transparência e a lisura das eleições com o voto impresso. Ele (Bolsonaro) tem direito de falar antes, porque depois, não adianta espernear, vão falar que é choro de perdedor. Ninguém em sã consciência pode falar: “É impossível haver fraude nas eleições”. O TSE tenta, com a sua credibilidade, tranquilizar a população. Mas tranquilizar a população seria ter o voto impresso em 5% das urnas.

O que o Bolsonaro quis dizer quando afirmou que não aceitaria o resultado em caso de derrota?

Ele pode não se conformar com o resultado, mas vai ter que respeitar. Não tem o que fazer. Ele só está alertando sobre essa possibilidade (de fraude), que é real.

O candidato a vice, general Hamilton Mourão, disse que uma nova Constituição pode ser escrita por um “conselho de notáveis”. Concorda?

Acho que as reformas têm que acontecer dentro do Congresso.

Recentemente, houve idas e vindas na equipe do Bolsonaro, como nas propostas da CPMF e da nova tabela do Imposto de Renda. O programa econômico já não tinha que estar definido?

Eles (assessores) trazem as ideias, mas quando elas são distorcidas, tem que haver interferência do Jair Bolsonaro para explicar que não é aquilo que a mídia quis dizer. Na véspera da eleição, não é o caso de entrar em detalhes de propostas que não são tão conhecidas, porque pode dar margem para esse tipo de distorção.

Como pretende atuar no Senado?

Quero comandar a atualização do Código Penal. A legislação faz com que o policial deixe de agir, empoderando os marginais. A redução da maioridade penal está parada no Senado, por exemplo. Quero dar segurança jurídica aos policiais, com o excludente de ilicitude. Defendo a revogação do Estatuto do Desarmamento, para que as pessoas tenham o direito de ter pelo menos uma arma em casa. Vai ter critério: a pessoa não pode ter antecedente criminal, precisa ter residência fixa, saber manusear uma arma e ter condições psicológicas para isso.

Mais armas em circulação não fazem os criminosos terem mais facilidade em acessá-las?

Isso é uma falácia. Mais armas nas mãos de pessoas de bem, além de garantir o direito à vida e a defesa de suas propriedades, tem reflexo na segurança pública. Hoje, o marginal faz o que faz porque tem a convicção de que não vai encontrar resistência na rua.

Em um eventual governo Bolsonaro, caso ele tome uma atitude com a qual o senhor não concorde, vai ter independência para discordar do seu pai no Senado?

A gente conversa muito sobre todos os assuntos e chega sempre a uma convergência. Eu vou ser um soldado do presidente Jair Bolsonaro. Vou fazer o que for melhor para o Brasil, seguindo as orientações dele sempre. Ele é o capitão, eu sou o soldado.

O PSL é um partido pequeno. Como vai construir a governabilidade?

Com base no relacionamento individual com os parlamentares. Não vai ter toma lá, dá cá ou compra de votos em troca de ministérios. O Parlamento que estiver lá vai ter que se adaptar.

Mas a força dos deputados que buscam cargos não vai ser maior?

Caso uma liderança política seja um bom nome para uma pasta ou tenha algum bom nome para indicar, que entenda daquele assunto, a gente vai ter flexibilidade para conversar. Mas não vai ser por troca de cargo. Aí o Parlamento vai ter que enfrentar a fúria da população, que ao votar em Bolsonaro, está dizendo: “Nós não queremos mais que isso aconteça”. Se aquelas pessoas que hoje estão influenciando o Parlamento quiserem desafiar a população, a responsabilidade é do Congresso, não do presidente.

É a favor de privatizar estatais?

Várias vão ser extintas, aquelas que são ineficientes e usadas como cabides de emprego. Sobre a Petrobras, ¿por que tem que haver monopólio no refino? Por que a gente não estimular a concorrência? Não precisa privatizá-la para torná-la mais eficiente e para que população tenha acesso a um combustível mais barato. O que for estratégico, ele (Bolsonaro) quer ver caso a caso, com lupa. O que não for será privatizado.

Como parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio, o senhor não foi pouco combativo contra o governo do MDB no estado?

Fui um dos primeiros deputados a apresentar o pedido de impeachment do Pezão. A crítica não tem nenhum fundamento.

Em duas declarações ao TSE (2006 e 2010), Bolsonaro não declarou os bens de maneira devida. Por quê?

Declarou. Ele vendeu a casa em 2009, como vai declarar em 2010?

A casa que ele vendeu em 2009 não está na declaração de 2006. A omissão em 2010 é de outro imóvel. Não é contraditório com o discurso dele, ligado à ética?

Não tem problema evidente nenhum. Tudo que é nosso está declarado em Imposto de Renda. Tanto que nunca tivemos problema com a Receita Federal.

Como o senhor analisa a rejeição ao Bolsonaro entre as mulheres?

Até as pesquisas Ibope e Datafolha mostram que o Bolsonaro tem maior percentual de voto entre as mulheres. A rejeição que existe é de militantes, é uma rejeição ideológica natural.

O Globo


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