Brasil: Moro se defendió en Diputados y dijo que las filtraciones de mensajes son una «operación política partidaria»

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Moro fue interpelado por la Cámara de Diputados de Brasil

El ministro de Justicia de Brasil, Sergio Moro, se presentó ante la Comisión de Constitución y Justicia de la Cámara de Diputados para tratar de explicar el escándalo desatado por la filtración de las conversaciones con los fiscales de la causa Lava Jato, donde se evidenció la presión que ejerció Moro en su rol de juez para direccionar la causa contra el líder del PT Lula Da Silva. El ministro consideró que la filtración tuvo un tratamiento «sensacionalista» y apuntó contra el periodista Glenn Greenwald, de The Intercept, a quien acusó de formar parte de «un ataque criminal para invalidar las condenas». Moro recibió arengas y halagos por parte de los diputados oficialistas y esquivó las preguntas de los diputados de la oposición, que intentaron ahondar en las relaciones reveladas por la filtración. «Estamos viendo que las preguntas valen más que las respuestas, porque de respuestas no hay nada», sintetizó uno de los legisladores de la oposición al criticar la exposición de Moro.

Moro esquivó las preguntas de los legisladores opositores señalando que no recordaba el momento en el que ocurrieron las charlas filtradas, y afirmó que se trató de una «operación política partidaria». En el mismo tono, Moro señaló que existía un investigación acerca de la filtración y dejó entender que arremetería contra Greenwald. «Alguien con muchos recursos está detrás de estas redadas. El objetivo es atacar la operación Lava Jato e invalidar las condenas», insistió el ministro de Jair Bolsonaro.

En paralelo a la interpelación, el periodista norteamericano, que reside en Brasil, y legisladores de la oposición denunciaron que las cuentas del periodista estaban siendo investigadas. «Investiga todo lo que quieras. Los grupos de libertad de prensa de todo el mundo tendrán mucho que decir al respecto. Mientras use tácticas tiránicas, continuaré informando junto con muchos otros periodistas de muchos otros periódicos y revistas», advirtió en Twitter el periodista.

«La persecución de la prensa es una práctica común en la dictadura. La libertad de prensa está protegida por la constitución, por los tratados internacionales «, le advirtió la diputada del PSOL Fernanda Melchionna al ministro de Justicia, y lamentó que «haya empañado las investigaciones contra la corrupción, que son muy necesarias en Brasil, habiendo sido selectivas, parciales y con el objetivo político de ayudar a un sector en el proceso electoral».

«¿El ministro o su esposa tienen una cuenta en el exterior, sí o no?», lo consultó la diputada y presidenta del PT, Gleisi Hoffmann. «¿Qué piensas acerca de un juez que sugiere un testigo y no lo pone en los archivos?», lanzó Marcelo Freixo, legislador del PSOL. «Es una lástima que ignore tantas preguntas, es una falta de respeto a este comité y demuestra que no tiene respuestas que dar», completó la legisladora Natalia Bonavides, también del PT, ante el silencio y las evasivas de Moro.

Página 12


Blindado, Moro ironiza oposição e parte para ataque em depoimento na Câmara

Blindado por integrantes da base do governo, que travaram um embate político com a oposição, o ministro Sergio Moro (Justiça) presta um depoimento nesta terça-feira (2) na Câmara dos Deputados marcado por ironias e ataques do ex-juiz a adversários e ao vazamento de mensagens sobre a Lava Jato pelo site The Intercept Brasil.

Duas semanas depois de falar por quase nove horas no Senado, Moro está desde as 14h20 em uma sessão conjunta das comissões de Constituição e Justiça, de Trabalho e de Direitos Humanos para falar aos deputados sobre a troca de mensagens vazadas com o procurador Deltan Dallagnol.

Parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, atuaram para evitar o que vinha sendo chamado de “pelotão de fuzilamento” contra o ministro, que se sentiu à vontade para partir para o ataque.

Moro disse que deputados poderiam «ficar com o seu foro privilegiado», afirmou que a divulgação de suas conversas é “uma questão político-partidária», criticou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Intercept e, por diversas vezes, usou de ironia.

“Se ouve muito da anulação do processo do ex-presidente [Lula], tem que se perguntar então quem defende Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Renato Duque, todos estes inocentes que teriam sido condenados», afirmou, sugerindo que a divulgação das mensagens visa beneficiar especialmente o petista.

«Precisamos de defensores destas pessoas. Que elas sejam colocadas imediatamente em liberdade, já que foram condenadas pelos malvados procuradores da Lava Jato, pelos desonestos policiais e pelo juiz parcial”, disse.

Em resposta à deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, Moro respondeu: «Não sou eu que sou investigado por corrupção», em uma provável referência indireta a processos contra a petista.

Moro classificou o vazamento das mensagens de «escândalo fake já afundado ou afundando”, «um balão vazio”, e criticou o Intercept. Disse ter ficado com a impressão de que o veículo queria que fosse ordenada uma busca e apreensão. “Talvez para aparentar uma espécie de vítima, um mártir da imprensa ou coisa parecida”, afirmou.

Ele disse que a OAB «embarcou no sensacionalismo barato dos primeiros dias», ao sugerir que o ministro saísse do cargo para que as investigações fossem conduzidas de forma isenta.

Na troca de mensagens, o à época juiz dá orientações aos procuradores, sugere a inversão de ordem de fases da Lava Jato e até indica testemunha de acusação ao Ministério Público Federal.

Na Câmara, Moro disse ser “um grande defensor das instituições” e fez referência aos atos realizados no domingo (30) pelo país, que tiveram entre as pautas a sua defesa.

“Houve um movimento expressivo no fim de semana em que várias pessoas apoiaram o trabalho da Lava Jato», afirmou. «O Brasil saiu nos últimos anos do lugar comum, da impunidade e da grande corrupção”, completou.

O ex-juiz foi presenteado com um troféu pelo deputado Boca Aberta (PROS-PR).

Moro foi questionado por deputados da oposição se a Polícia Federal pediu ao Coaf um relatório das atividades financeiras de Glenn Greenwald, do Intercept, conforme noticiou o site O Antagonista.

O ministro ignorou as perguntas. Procurada pela Folha, a PF, que investiga a possível ação de hackers no episódio das mensagens, não se manifestou sobre a informação.

Na Câmara, a estratégia de Moro ao longo da audiência foi organizada em 7 frentes:

1) colocou-se como vítima de ataque hacker de um grupo criminoso organizado;

2) disse não ter como garantir a autenticidade integral das mensagens e apontou que elas podem ter sido adulteradas;

3) refutou a possibilidade de conluio com o Ministério Público;

4) qualificou a divulgação das mensagens de sensacionalista;

5) desqualificou os que apontaram irregularidades na sua atuação quando juiz da Lava Jato;

6) negou comandar a investigação realizada pela Polícia Federal e disse acompanhar como vítima;

7) sugeriu que o objetivo do vazamento das mensagens seria invalidar as condenações da Lava Lato.

O ministro voltou a citar artigo de Matthew Stephenson, professor de direito em Harvard, cujo título é “O Incrível Escândalo que Encolheu? Novas Reflexões sobre o Vazamento da Lava Jato”.

O texto, publicado no blog Global Anticorruption, Stephenson, elenca motivos pelos quais mudou de opinião sobre a série de reportagens do Intercept.

“Meu depoimento aqui é igual ao do Senado porque é verdadeiro. Não preciso alterar versões, como faz lá o site ao adulterar mensagens. Ele é igual porque reflete a verdade”, disse Moro, em referência a um erro cometido e corrigido pelo Intercept ao identificar um nome.

A blindagem do ministro foi facilitada pelo rito definido pelo presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), reduzindo inicialmente seu tempo de fala.

Francischini determinou que a audiência fosse dividida em blocos: quatro deputados perguntavam e, em seguida, o ministro tinha sete minutos para respondê-las.

O ministro procurou transparecer tranquilidade —na avaliação da oposição, deboche. Descontraído, Moro comeu e bebeu refrigerante e café durante a audiência, e riu com o presidente da CCJ.

Três horas depois do início da sessão, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) interrompeu a fala de Moro, cobrando que o ministro respondesse a todas as perguntas dos parlamentares. Moro se irritou com a intervenção e cobrou que fosse tratado “com urbanidade”.

“A imunidade parlamentar a protege de ofensas, mas acho que elas deveriam ser evitadas”, disse o ministro para a deputada.

A sessão foi marcada por uma série de troca de ofensas entre o PSL e o PT. Puxados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, os governistas levantavam cartazes com provocações aos petistas.

Enquanto o líder do PT, Paulo Pimenta (RS), e a deputada Maria do Rosário (RS) falavam, os deputados do PSL ergueram papéis sulfites que traziam as palavras “montanha” e “solução”, numa referência a supostos apelidos dos petistas nas planilhas da Odebrecht.

Os petistas reagiram perguntando “onde está Queiroz?” e “quem matou Marielle?”, em alusão ao ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e à vereadora Marielle Franco, morta em março do ano passado.

Os deputados petistas sugeriram que o ministro assinasse uma autorização de quebra de sigilo telefônico por operadoras de telefonia e pelas empresas responsáveis pelos aplicativos de mensagens Telegram e WhatsApp. Moro classificou o pedido como “teatro”. “Quanto à [assinatura da] declaração, desculpem, não faz sentido. É puro teatro”, disse.

O ministro também sugeriu que os deputados limitassem o número de perguntas para que ele pudesse responder a todas. “Fazem 10, 20 [perguntas], não há como responder todas”, disse Moro.

Em sua manifestação inicial na CCJ, Moro afirmou que «alguém com muitos recursos» está por trás dos ataques hackers aos celulares de procuradores que deram origem às mensagens reveladas pelo Intercept, e que acompanha as investigações da Polícia Federal como vítima.

Embora a PF esteja sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça, Moro disse não dirigir a investigação sobre o caso. «Meu papel é dar estrutura e autonomia à Polícia Federal.»

Moro usou a mesma estratégia que havia usado no Senado, no último dia 19, ao negar a possibilidade de ter feito conluio com o Ministério Público e classificar as conversas entre juízes e procuradores como “comuns”.

Ainda na sua fala introdutória na comissão da Câmara, Moro mencionou um editorial da Folha que, segundo ele, “reconheceu que as mensagens não tinham nenhum conteúdo que poderia ser considerado ilícito em relação a isso”.

Na verdade o editorial, publicado em 26/6, citou argumentos jurídicos contra e a favor da concessão de habeas corpus ao ex-presidente Lula, sem tomar partido no julgamento que havia ocorrido no dia anterior no Supremo Tribunal Federal.

Folha de Sao Paulo


Moro se esquiva de responder se PF solicitou dados de Glenn ao Coaf

Questionado por várias vezes se a Polícia Federal solicitou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) um relatório sobre as atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil, como informou o site O Antagonista, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não respondeu e desconversou.

A Polícia Federal é subordinada ao ministro Moro, e segundo o site teria pedido ao Coaf uma investigação sobre as movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald, responsável pela série de conversas vazadas que revelam o conluiu do ex-juiz com procuradores da Lava Jato para perseguir e condenar o ex-presidente Lula.

Para o advogado, ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro e ex-deputado federal, Wadih Damous, se confirmada a informação, Moro terá cometido o crime de improbidade administrativa. Isso porque tal pedido só pode ser feito por meio de medida judicial e com justificativa para tal quebra de sigilo.

De acordo com o Ministério da Economia, que coordena o Coaf, “não tem conhecimento de nenhum pedido por parte” da PF.

Em praticamente toda a sessão da CCJ, Moro reptiu o discurso de que não reconhece o conteúdo das conversas. Questionado pelo deputado Alessandro Molon se “o senhor nega a autoria de alguma mensagem específica”, Moro também se esquivou.

Brasil 247


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