El Vaticano canonizará a la Hermana Dulce, la primera santa del país

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Quién es la Hermana Dulce

La Hermana Dulce nació en Salvador de Bahía, donde es venerada desde hace décadas en por las obras de caridad que llevó a cabo en vida. Nación en 1914 y murió en 1992. Fue candidata al Premio Nobel de la Paz en 1988 por el compromiso y esfuerzo hacia su comunidad.

El proceso de beatificación comenzó en 1999, pero tardaría diez años en ser declarada venerable por el Vaticano, en 2009.

Fue beatificada en 2009 tras comprobarse que efectuó un milagro. Claudia Santos, una creyente y seguidora de la Hermana Dulce, tuvo un parto con muchas complicaciones que la dejó en estado de coma. Los médicos no pensaron que despertaría, pero sí lo hizo, y se le atribuyó el ‘milagro’. Luego llegó un segundo milagro, la causa de su próxima canonización: un caso de ceguera sufrido por un hombre durante 14 años hasta que milagrosamente se curó.

La Hermana Dulce será canonizada este domingo 13 de octubre en el Vaticano.

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Com Irmã Dulce, Brasil terá 37 santos e 51 beatos; conheça alguns deles

A lista era pequena até o fim do século passado, mas os anos 2000 foram pródigos em reconhecimentos pela Igreja Católica de santos e beatos que nasceram ou atuaram em solo brasileiro.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) não tem dados sobre o assunto, mas um levantamento do professor Fernando Altemeyer Júnior, chefe do departamento de ciência da religião da PUC-SP, indica, já contando com a canonização de Irmã Dulce, 37 santos, 51 beatos, 15 veneráveis e 68 servos de Deus.

Há, ainda, cerca de 130 processos em curso na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano.

Desse total, 34 santos foram reconhecidos neste século, numa lista que inclui, além de Irmã Dulce, José de Anchieta (2014), madre Paulina (2002) e frei Galvão (2007). Em 2017, foram 30 de uma vez, como André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, conhecidos como Mártires de Cunhaú e Uruaçu (RN).

Já entre os beatos, o próximo a receber a honraria é o padre Donizetti Tavares de Lima, cuja beatificação ocorrerá em novembro em Tambaú, no interior paulista. O título é concedido a quem teve um milagre reconhecido pela Igreja Católica, um a menos que o normalmente exigido para a canonização.

Há, ainda, 15 veneráveis (pessoas com virtudes reconhecidas) e ao menos 68 servos de Deus (com causas oficialmente abertas em estudo no Vaticano), segundo Altemeyer Júnior. Entre eles dom Helder Câmara, dom Luciano Pedro Mendes de Almeida e Zilda Arns.

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ALGUNS DOS SANTOS E BEATOS

Irmã Dulce (1914-1992)

Nascida em Salvador, ficou conhecida como «anjo bom da Bahia» e teve uma trajetória marcada por trabalhos assistenciais desenvolvidos com comunidades carentes da capital baiana.

A atuação teve início quando improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes num espaço ocupado por um galinheiro. Atualmente, as Obras Sociais Irmã Dulce fazem em média 3,5 milhões de atendimentos por ano.

O processo foi iniciado em 2000, oito anos após a morte, e resultou na beatificação em 2011, numa cerimônia que reuniu 70 mil pessoas em Salvador.

Será proclamada santa pelo Vaticano neste domingo (13) graças à cura instantânea da cegueira de um homem de cerca de 50 anos, que voltou a enxergar após 14 anos.

Padre Donizetti Tavares de Lima (1882-1961)

Será beatificado em novembro em Tambaú (SP), cidade em que atuou a maior parte de sua vida religiosa.

O milagre que resultou na beatificação foi a cura de Bruno Henrique Arruda de Oliveira, que sofria de pé torto congênito bilateral (pés arqueados, que impediam encostar as plantas dos pés no chão). Foi curado em 2006, ainda bebê. Hoje tem vida normal.

A investigação da Igreja durou sete anos, até a assinatura do decreto pelo papa Francisco.

Mineiro de Cássia, morreu em Tambaú em 1961, aos 79 anos, onde chegou em 1926 para comandar uma paróquia. Ainda em vida tinha fama de «milagreiro» e a frente de sua casa, hoje museu, era tomada por fiéis.

Há outros relatos de supostos milagres, mas para que haja a canonização, segundo o santuário, é preciso que surja um caso após a beatificação.

Mártires do Rio Grande do Norte

Em outubro de 2017, o papa Francisco canonizou de uma vez 30 mártires assassinados no século 17 no Rio Grande do Norte, no período de dominação holandesa.

Em 1645, um grupo de católicos foi arrastado para um trecho do rio Potengi, perto de Natal e, no local, tiveram as línguas arrancadas e as pernas e braços decepados por soldados holandeses e índios tapuias. Crianças foram partidas ao meio

Ao todo, 28 dos 30 mártires nasceram no Brasil, e a celebração da canonização reuniu 35 mil fiéis no Vaticano.

O episódio ficou conhecido como massacre de Cunhaú e Uruaçu, e a canonização ocorreu após investigação de quase três décadas. Entre as características para santificar as vítimas do massacre estão morte violenta, imposta por ódio à fé e livremente aceita pela vítima.

José de Anchieta (1534-1597)

Foi canonizado em 2014, num processo concluído somente 417 anos após ser iniciado, em 1597, ano da morte do religioso nascido nas Ilhas Canárias.

Diferentemente de outros santos, não teve milagres comprovados. O papa Francisco dispensou a necessidade após ouvir relatório sobre a vida e a obra do chamado apóstolo do Brasil. O mesmo já tinha sido feito pelo papa João Paulo 2º quando da beatificação de Anchieta, nos anos 80.

Agora são José de Anchieta, o religioso chegou ao Brasil em 1553 e participou da fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, berço da capital paulista.

Foi reconhecido como servo de Deus (séc. 17) e venerável (séc. 18), até o processo ser paralisado após a Companhia de Jesus, à qual pertencia, ter sido suspensa pelo papa Clemente 14. A causa só foi retomada na segunda metade do século 19.

Frei Galvão (1739-1822)

Nascido em Guaratinguetá (SP), recebeu o título de santo em maio de 2007, 185 anos após a morte. Foi o primeiro santo nascido no Brasil a ser reconhecido.

A canonização ocorreu graças ao caso de uma mulher que sofria de má-formação do útero e já tinha tido dois abortos espontâneos conseguir ter um filho na terceira gravidez. Ela tomou as pílulas do frei Galvão.

O Tribunal Eclesiástico considerou o milagre como o segundo do religioso. O primeiro foi de uma jovem que, quando criança, tomou as pílulas e se curou de uma encefalopatia hepática.

A missa de canonização do frei franciscano reuniu 1,2 milhão de pessoas no Campo de Marte (zona norte da capital, segundo estimativa da SPTuris (São Paulo Turismo).

Madre Paulina (1865-1942)

Nascida na Itália, foi canonizada em maio de 2002 pelo papa João Paulo 2º, 60 anos após a sua morte.

Fundou sua congregação religiosa em Nova Trento (SC), adotou o nome Paulina do Coração Agonizante de Jesus e atuou em hospitais, onde cuidou de muitas pessoas afetadas por algum tipo de câncer

A cerimônia de canonização foi acompanhada durante a madrugada por cerca de 10 mil pessoas em Nova Trento, por meio de quatro telões instalados no bairro de Vígolo, onde madre Paulina viveu e iniciou sua obra.

O primeiro milagre atribuído a ela surgiu em 1966. O segundo, que a transformou em santa, ocorreu em 1992 -a cura, após cirurgia, de uma menina de cinco dias de vida que nasceu com má formação cerebral.

Gaúchazh


Recado a quem? Bolsonaro não verá canonização de Irmã Dulce

Enquanto uma comitiva de políticos começa a desembarcar no Vaticano para a canonização da beata baiana Irmã Dulce, evento que acontecerá no próximo domingo 13, o presidente Jair Bolsonaro, que se considera católico mas levanta a bandeira evangélica na política, anunciou que não irá comparecer à cerimônia de santificação. Em seu lugar, de acordo com o Planalto, irá o vice-presidente Hamilton Mourão.

Em julho, o porta-voz da Presidência da República Otávio Rêgo Barros havia confirmado o comparecimento de Bolsonaro na canonização que será conduzida pelo Papa Francisco, alegando que a presença reforçaria o compromisso do presidente “na importância de o Brasil ser um Estado laico”. Na última quarta-feira, entretanto, a presidência informou que devido a compromissos de agenda, Bolsonaro não irá nem ao Vaticano nem a Salvador, em outra comemoração marcada para dia 20 – alguns consideram a decisão uma forma de agradar sua base evangélica e a primeira-dama.

Para não fazer feio com os católicos, entretanto, há previsão de que na tarde de sábado 12 o presidente compareça à festa da Padroeira de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, SP.  “Em razão até de uma impossibilidade de que ele participe da cerimônia para a Santa Irmã Dulce em Salvador no dia 20, o presidente entendeu a importância de se fazer presente em eventos de fé católica”, disse o porta-voz da presidência.

Nascida em 1914 em Salvador, irmã Dulce foi uma freira que dedicou sua vida aos desfavorecidos, ficando mais tarde conhecida como beata dos pobres. A ela, primeira santa nascida no Brasil, são atribuídos milagres como a cura de hemorragias e cegueira, sendo considerada um ícone católico na Bahia.

Para o jornalista Graciliano Rocha, autor da biografia “Irmã Dulce, a Santa dos pobres”, o não comparecimento de Bolsonaro pode ser recebido como um desprestígio por parte da comunidade católica. “O presidente ir ou não é uma decisão pessoal, mas como o Brasil é o maior país católico do mundo, é muito provável que uma parcela da população se sinta desprestigiada. Isso também desconsidera o Vaticano em termos de política internacional, que embora seja um microestado, tem sua relevância como referência para o catolicismo global”, diz.

A canonização ocorre na mesma semana do sínodo da Amazônia, onde o Papa Francisco ressaltou que ideologias podem ser uma arma perigosa. “Irmã Dulce está sendo canonizada junto ao sínodo da Amazônia, o que demonstra uma preocupação da igreja com as populações locais e com o bioma. Esse é um ponto que tem suscitado muitas críticas a Bolsonaro no âmbito internacional, o que pode justificar, em parte, a ausência do presidente”, finaliza Graciliano.

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