Bolsonaro afirma que si Alberto Fernández quiere visitar Brasil «estará a su disposición»

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Nueva señal de distensión con Brasil: Bolsonaro invitó a Alberto a visitarlo

El presidente Jair Bolsonaro invitó a su par argentino, Alberto Fernández, a visitar Brasil, en un claro gesto para bajar la tensión entre ambos mandatarios que había escalado hasta niveles preocupantes durante la campaña electoral.

«Estoy a disposición si él quiere visitarnos. Está invitado, será motivo de satisfacción», sorprendió anoche el brasileño en declaraciones a un grupo de periodistas en el Palacio de la Alvorada, la residencia presidencial en Brasilia.

Bolsonaro celebró la «excelente» mención que Fernández hizo de su alianza con Brasil, más allá de las diferencias entre gobernantes durante su discurso de asunción ante la Asamblea Legislativa.

«Vamos a seguir siendo grandes socios en América del Sur», agregó Bolsonaro, que había hecho campaña sin disimulo para que el expresidente Mauricio Macri consiguiera su reelección.

Bolsonaro recibió un informe sobre la presencia en Buenos Aires de su vicepresidente, Hamilton Mourao, quien conversó protocolarmente con el presidente Fernández y el futuro embajador en Brasilia, Daniel Scioli.

Justamente con el ánimo de distender la relación, Alberto decidió designar a un hombre de diálogo como representante argentino en Brasilia. Y no es para menos: se trata del principal socio comercial de la Argentina y el país necesita que esa relación vuelva a andar sobre ruedas.

Bolsonaro destacó el comercio entre ambos países y sostuvo que Fernández «ahora habla de un modo diferente» frente al «acuerdo entre el Mercosur y la Unión Europea».

Las declaraciones de Bolsonaro fueron tomadas como un gesto de distensión en la batalla discursiva que había ganado fuerza durante la campaña electoral, sobre todo luego de que el brasileño condenara el deseo de liberación del ex presidente y líder opositor Luiz Inácio Lula da Silva expresado por Fernández.

Relación «pragmática»

Días antes del traspaso de mando, Bolsonaro ya había dado muestras de querer limar asperezas con Fernández al plantear que apuesta a tener una relación «pragmática» con la Argentina.

En diálogo con la prensa en Manaos, citó las declaraciones de su hijo Eduardo Bolsonaro, presidente de la Comisión de Relaciones Exteriores de la Cámara de Diputados.

El legislador dijo que no le preocupa el tinte ideológico del próximo Gobierno de la Argentina sino «hacer negocios», en relación a las fuertes relaciones comerciales con nuestro país. El presidente tomó las afirmaciones de su hijo e indicó: «Eduardo no es mi portavoz, pero en este tema tiene razón: relación pragmática con Argentina», respondió.

El Cronista


Bolsonaro recua e convida Fernández para vir ao Brasil

Depois de fazer uma série de críticas ao presidente argentino, Alberto Fernández, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (11) estar à disposição caso seu contraparte queira visitar o Brasil.

«Se ele quiser nos visitar, estou à disposição. Está convidado, se quiser visitar o Brasil, será motivo de satisfação», afirmou Bolsonaro ao chegar ao Palácio da Alvorada no início da noite.

Questionado sobre a relação com o país vizinho, Bolsonaro disse esperar que o novo presidente argentino mude de ideia sobre declarações do passado, como a de rever o acordo do Mercosul com a União Europeia.

«Temos a questão do gás, do trigo, o maior comércio da América do Sul é com a Argentina e interessa para nós dois. No passado, ele falou em rever acordo do Mercosul com a União Europeia, agora ele já fala de forma diferente. As pessoas mudam e espero que ele mude», disse.

Aliado do ex-presidente da Argentina Maurício Macri, que deixou o cargo nesta terça (10), Bolsonaro é crítico da eleição de Fernández, que tem como sua vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Os dois são aliados do ex-presidente Lula e já defenderam publicamente a liberdade do petista.

Bolsonaro não ligou para cumprimentar Fernández e decidiu não ir à sua posse. Ele chegou a cogitar deixar o Brasil sem representante na cerimônia, realizada na terça, mas decidiu de última hora enviar seu vice, o general Hamilton Mourão.

Na visão do presidente brasileiro, a sinalização dada pelos argentinos em relação a seu governo foi positiva.

«A sinalização foi excelente. Eu não sou o radical que vocês acham eu que sou», disse.

Pela manhã, Bolsonaro usou informação equivocada ao criticar a formação da equipe ministerial do novo presidente da Argentina.

Em discurso na CNI (Confederação Nacional da Indústria), ele lamentou que o novo chefe do Ministério da Defesa do país vizinho fosse um general de brigada, posto que não está no topo da hierarquia militar.

O nomeado por Fernández, Agustín Rossi, no entanto, é um engenheiro civil peronista que já ocupou o mesmo posto entre 2013 e 2015, durante a gestão de Cristina Kirchner.

“Peço a Deus que tudo dê certo na Argentina. Se bem que lamento a escolha do ministro da Defesa, um general de brigada. Tem que ser um general de Exército, ou um almirante de esquadra, ou um tenente-brigadeiro do ar, ou até um civil, que seja”, disse Bolsonaro.

O presidente, que era contrário à eleição de Fernández e não compareceu à posse, afirmou esperar que a Argentina dê certo, ressaltando que o país é o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul.

Bolsonaro ressaltou que designou o vice-presidente Hamilton Mourão para comparecer à posse.

“O Brasil foi o único país citado no discurso do presidente Fernández e estamos prontos a implementar o mais rápido possível o nosso acordo com a União Europeia. A Argentina tem muito nos oferecer, o Brasil tem muito a oferecer à Argentina também”, disse.

Após a vitória de Fernández, Bolsonaro afirmou que não iria a Buenos Aires para a cerimônia e também não cumprimentou o peronista, diferentemente dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Chile, Sebastián Piñera, aliados do brasileiro e identificados com a direita.

Em novembro, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, comandada pelo deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), aprovou uma moção de repúdio contra Fernández.

A proposta argumentava que o argentino, ao defender em agosto a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, questionou a lisura do sistema judicial do país. O petista deixou a prisão no início de novembro.

Fernández é aliado de Lula e, ainda candidato, o visitou na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O petista cogitou comparecer à cerimônia de posse, mas acabou desistindo.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu publicamente a reeleição de Mauricio Macri, o que foi avaliado como um erro estratégico pelo núcleo moderado do Palácio do Planalto, para o qual o mandatário deveria ter se mantido distante da disputa para não afetar a relação comercial entre os países.

Anteriormente, ao saber do resultado das primárias —47% de Fernández contra 32% do então presidente, Mauricio Macri—, Bolsonaro disse que «bandidos de esquerda» estavam voltando ao poder na Argentina, que estaria «mergulhando no caos» e trilhando «o rumo da Venezuela».

Recentemente, o brasileiro moderou o tom. Ele disse que, apesar de não ter uma afinidade ideológica com o governo eleito no país vizinho, não rasgará contratos e manterá uma relação pragmática com a Argentina.

Folha de Sao Paulo


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