Brasil: Bolsonaro decreta la intervención del Ejército en Ceará por motín policial

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Bolsonaro decreta la intervención del Ejército en estado de Ceará por motín de fuerzas policiales

El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, firmó un decreto para permitir la intervención de las Fuerzas Armadas en la seguridad del estado de Ceará, en el nordeste del país, donde parte de la policía se encuentra amotinada.

Bolsonaro dijo a periodistas tras firmar el decreto que el Congreso necesita aprobar una ley para eximir de responsabilidades a los soldados del Ejército que cometan delitos como homicidios durante la intervención.

«Estarán cumpliendo una misión de guerra y serán juzgados como en tiempos de paz», subrayó Bolsonaro, ex capitán del Ejército que fue jubilado anticipadamente de la fuerza, a los 33 años, luego de amenazan con actos de violencia por aumentos salariales.

La rebelión de los policías del estado de Ceará se dio por un desacuerdo entre la cúpula de la fuerza y varias comisarías de las ciudades de Fortaleza, la capital del estado, y Sobral.

En Sobral fue baleado ayer el senador Cid Gomes, del Partido Democrático Laborista, aliado del gobernador Santana y hermano del ex candidato presidencial en 2018 Ciro Gomes.

El senador Gomes se subió a una máquina excavadora para romper un piquete de los amotinados en el cuartel policial de Sobral y fue baleado en las costillas por balas reglamentarias.

«Al fascismo no se lo enfrenta con flores», dijo Ciro Gomes, quien se posiciona como uno de los candidatos contra Bolsonaro en 2022.

Hasta esta noche dos cuarteles de policías militarizados estaban tomados por los amotinados porque rechazan el acuerdo salarial logrado por la cúpula policial.

El gobernador Santana dijo que más de 300 policías están siendo procesados por la rebelión.

Ciro Gomes, que es considerado un caudillo de Ceará, donde fue gobernador, también vinculó la rebelión en su estado con el avance de las bandas parapoliciales -llamadas milicias en Brasil- que en Río de Janeiro son asociadas a la familia Bolsonaro.

El diputado Eduardo Bolsonaro, uno de los hijos del presidente, criticó al senador Cid Gomes por haber usado una excavadora para atropellar a los amotinados.

Dos ministros del Supremo Tribunal Federal repudiaron por ilegal la huelga y recordaron que existe un fallo contra protestas fuera de los canales administrativos de las fuerzas de seguridad que rige desde 2017.

Esta es la primera intervención militar decretada por Bolsonaro en un estado.

En 2018 el entonces presidente Michel Temer decidió intervenir el estado de Rio de Janeiro con el Ejército y en aquella oportunidad el comandante fue Walter Braga Netto, general que el martes asumió como jefe de gabinete de ministros.

Télam


Dez estados enfrentam pressão das polícias por aumento de salário

O ato de policiais militares que culminou com o ataque ao senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) e o envio da Força Nacional ao Ceará expôs o aumento de casos de governos estaduais enfrentando problemas com os trabalhadores do setor de Segurança Pública. Mesmo em dificuldade fiscal, pelo menos outros dez estados estão sendo pressionados a negociar salários e planos de carreira do setor e, em alguns deles, policiais militares e civis criaram comitês unificados de negociação.

No Ceará, as manifestações de policiais e bombeiros militares e de seus familiares reivindicando aumento salarial ocorrem desde dezembro do ano passado. Na semana passada, o governador do estado, Camilo Santana (PT), chegou a anunciar um acordo com entidades que representam os profissionais da área com impacto no orçamento de R$ 149 milhões. Parte da categoria, no entanto, continuou a convocar atos em protesto pelas redes sociais, como invasões a batalhões. Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) atendeu às reivindicações dos trabalhadores da Segurança e propôs à Assembleia Legislativa do estado reajuste salarial de 41,7% em três parcelas anuais — o custo chega a R$ 9 bilhões.

Para o professor do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC) Luiz Fábio Paiva, as negociações salariais de policiais expõem a «politização» da Segurança Pública e o aumento do poder de pressão da categoria. O tema, avalia o pesquisador, passou a ser visto como um importante ativo eleitoral após o bom desempenho de candidatos eleitos em 2018 com foco na área, a exemplo do presidente Jair Bolsonaro.

— A leitura da classe política é que a polícia rende voto. As polícias passaram a ser vistas como instituições que rendem voto. Um presidente se elegeu com um discurso pró-polícias e pró-violência (do Estado), assim como a bancada da bala. Vários grupos dentro da polícia entenderam isso — avalia Paiva.

Na Paraíba, policiais militares, civis e bombeiros paralisaram as atividades por 12 horas na quarta-feira e reclamam da demora do governo do estado em negociar o reajuste de 24% pretendido para os próximos dois anos, além da incorporação integral aos salários da bolsa desempenho paga às corporações. O governo ofereceu reajuste de 5%. Durante o desfile de um dos maiores blocos de João Pessoa, o Muriçocas do Miramar, pelo menos seis viaturas da PM tiveram seus pneus furados e a suspeita é que policiais tenham sido os responsáveis. Um grupo de policiais que atuaria durante o desfile do bloco foi impedido de trabalhar.

A Polícia Civil de Alagoas realiza a Operação Renan Filho #Devagar e promete paralisar as atividades na quarta-feira de cinzas, quinta e sexta-feira da semana que vem. Prometem ainda parar duas vezes por semana durante todo o mês de março e os depoimentos só serão feitos com presença de delegados. Desde as festas de fim de ano que a categoria promete cruzar os braços para obter reposição salarial mínima de 16% e aumento no salário inicial. Durante os dias de paralisação, prometem não fazer boletins de ocorrência nem cumprir mandados de prisão ou busca. Apenas os flagrantes serão realizados.

Insatisfação no Rio e em SP

No Rio e em São Paulo, os governadores Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB) enfrentam doses de insatisfação desde o ano passado. O reajuste salarial de 5% anunciado por Doria para a PM paulista foi criticado por policiais, que acusam uma defasagem salarial de cerca de 40%. No Rio, o acordo de recuperação fiscal com a União impede reajustes salariais para a polícia.

— A reposição foi mínima. Isso que acabou frustrando muito. E o governador prometeu que seria um dos maiores salários do país — afirmou o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), um dos líderes da bancada da bala no Congresso Nacional. — Rio e São Paulo são dois estados que dão condições lastimáveis de plano de trabalho para os policiais. Os planos de carreira são muito ruins em ambos.

O governador Wilson Witzel, que prometeu na campanha uma “recuperação paulatina” no soldo da Polícia Militar, aumentou gratificações dos policiais e tenta reativar os cursos de promoção a sargento, suspensos há cinco anos.

— A sociedade mostrou nas últimas eleições que sua maior preocupação hoje é a segurança pública. Quem está nos governos tem essa responsabilidade — avalia o deputado federal Sargento Gurgel.

Em Pernambuco, a negociação é com os policiais civis, que querem salário inicial de R$ 6 mil e reestruturação de plano de cargos e carreiras. Um levantamento da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, divulgado no ano passado, mostrou que o salário inicial no estado era de R$ 3.900. Os policiais civis fizeram passeata ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo pernambucano, e ameaçaram parar durante o carnaval. A Secretaria da Casa Civil informa que houve uma reunião na terça-feira e as etapas de negociação seguem normalmente — a próxima foi agendada para 11 de março. O governo de Pernambuco alega que, desde 2015, a categoria teve reajuste médio de 56,15%, acima da inflação do período, de 31,3% e 1.359 policiais civis foram contratados.

Na Bahia, a votação da previdência dos funcionários públicos levou os policiais civis a quebrarem a porta do plenário da Assembleia Legislativa e invadirem o local no final de janeiro. Os parlamentares foram atacados com ovos e policiais teriam chegado a apontar suas armas para os deputados. O Batalhão de Choque da Polícia Militar e Tropas de Operações Especiais tiveram de fazer a segurança da Casa e a proposta de reforma na previdência dos servidores do estado foi aprovada.

Em Sergipe, policiais civis paralisaram as atividades na quarta-feira e foram para a frente do palácio do governo com renda e carro de som. O presidente do Sindicado dos Policiais Civis, Jean Rezende, afirmou em entrevistas que não há resposta para as reivindicações. No estado, há uma frente unificada de operadores de segurança pública e todos querem reposição salarial dos últimos sete anos e reestruturação de carreiras. O governo afirma que o diálogo com as categorias ocorre por meio da Secretaria de Segurança Pública e dos comandos das polícias e dos bombeiros.

Há ainda negociações salariais em curso nos estados do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Norte, depois de uma paralisação de um dia, o governo do estado fechou acordo com policiais civis, com reajuste médio de 15%.

O Globo


Quem atirou no Cid Gomes sentia-se amparado na autoridade federal, diz Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff se pronunciou, nesta quinta-feira 20, sobre o episódio em que o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi vítima de dois tiros de arma de fogo na cidade de Sobral, durante protesto de policiais. “Quem atirou no senador sentia-se amparado na autoridade federal que apoia a violência e a elogia. Amplia essa percepção a relação com milicianos e a defesa da liberação de armas”, afirmou Dilma.

O senador foi vítima de ferimento por dois tiros quando tentou furar um bloqueio feito por policiais que protestavam por aumento salarial. O senador pilotava uma retroescavadeira, quando tiros foram disparados na direção do veículo e quebraram seus vidros.

As reivindicações por melhoria salarial começaram ainda em dezembro do ano passado, quando alguns policiais fizeram paralisações. Por lei, a categoria é proibida de fazer greves. Este ano, em janeiro, o governo anunciou um pacote de reajustes para os soldados, porém, no dia de ser levado para votação na Assembleia Legislativa, policiais e bombeiros contestaram a proposta e pleitearam aumentos maiores.

Para Dilma, a movimentação é uma ameaça à democracia. “O perigo é que uma crise de autoridade nos estados, com policiais amotinados, armados e aterrorizando a população, vire ingrediente para uma situação propícia a aventuras e golpes. Seria uma grave ameaça à democracia, produzindo a instabilidade política que leva às ditaduras”, disse.

Leia a nota na íntegra

Repudio o atentado contra Cid Gomes. A tentativa de homicídio de um Senador da República pode levar a um ambiente de descontrole e violência não apenas no Ceará, mas no país. Policiais armados e mascarados não são grevistas, são criminosos, e como tal devem ser detidos e punidos.

Vários estados registram indisciplina e abusos nas PMs, até com o apoio de autoridades, como no RJ e SP. Quem atirou no Senador sentia-se amparado na autoridade federal que apoia a violência e a elogia. Amplia essa percepção a relação com milicianos e a defesa da liberação de armas.

O governo incentiva a intolerância num clima de permanente conflito, que se expressa no repúdio à cultura, na criminalização da educação, no extermínio dos programas sociais, na liquidação dos direitos laborais e previdenciários, na destruição da Amazônia e dos povos indígenas.

Acrescente-se ainda as manifestações favoráveis à tortura e aos torturadores e a mais descarada misoginia com que as mulheres estão sendo tratadas pelo Presidente, como demonstra seu comportamento para com a deputada Maria do Rosário e com a jornalista Patrícia Campos Mello.

O perigo é que uma crise de autoridade nos estados, com policiais amotinados, armados e aterrorizando a população, vire ingrediente para uma situação propícia a aventuras e golpes. Seria uma grave ameaça à democracia, produzindo a instabilidade política que leva às ditaduras.

Carta Capital


Ciro Gomes culpa Bolsonaro por tiros contra seu irmão Cid

O ex-ministro Ciro Gomes responsabilizou Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 20, pelo motim da Polícia Militar do Ceará que resultou no ataque a tiros contra seu irmão, o senador Cid Gomes, em Sobral (CE).

“O episódio se deve a uma impotência dos poderes constituídos em fazerem a Constituição Federal ser respeitada no Brasil e a um canalha que transformou a República do Brasil em uma república de canalhas que se chama Jair Messias Bolsonaro”, disse Ciro à Folha de S. Paulo.

Ciro defendeu a atitude de Cid, que utilizou uma retroescavadeira para tentar acabar com a mobilização de policiais. Segundo Ciro, ao chegar ao quartel policial, Cid tentou estabelecer diálogo com os amotinados e levou, inclusive, um soco no rosto.

“Todas as entidades dos policiais militares assinaram o acordo e há gravações dos pseudolíderes comemorando a vitória. E aí uma minoria resolveu se insurgir com violência e escolheu Sobral, evidentemente, porque é a nossa cidade, a intenção é claramente política de provocação”, disse.

Brasil 247


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