El gobierno de Brasil suspende el combate a los incendios “por falta de recursos”

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En Brasil suspenden el combate a los incendios por falta de recursos

El Instituto Brasileño del Medio Ambiente (Ibama), órgano del Gobierno responsable por las acciones y políticas de protección ambiental, ordenó a sus brigadas de incendio que suspendan las actuales tareas de combate al fuego en todo el país, incluyendo la Amazonía y el Pantanal, por falta de recursos.

La retirada fue ordenada por la Dirección de Protección Ambiental del órgano en un memorando conocido este jueves e incluye a casi 1.400 bomberos del Ibama que fueron enviados a diferentes regiones del país para combatir incendios que en los últimos dos años han marcado récords tanto en la Amazonía como en el Pantanal.

Si bien ni el Ministerio del Medio Ambiente ni el Ibama confirmaron la información, el memorando del jefe del Centro Especializado de Prevención del Fuego (Prevfogo) del Ibama, Ricardo Vianna Barreto, fue filtrado a la prensa por funcionarios del organismo y reproducido este jueves en varios portales.

En su comunicación, Barreto ordena “el regreso de todas las Brigadas de Incendio Forestal del Ibama a sus respectivas bases de origen a partir de las 00.00 horas del 22 de octubre, donde tendrán que permanecer esperando nuevas instrucciones”.

La decisión es un nuevo capítulo de la pulseada entre el Ibama y el Ministerio de Medio Ambiente por recursos, así como de la disputa entre esta cartera y la de Economía por el mismo motivo. El ministro de Medio Ambiente, Ricardo Salles, viene reduciendo gradualmente los recursos del Ibama desde el año pasado y adelantó que quería fusionarlo con otros órganos ambientales.

Hace dos meses, Salles llegó a decir que el Ministerio tendría que suspender todas sus acciones de combate a la deforestación en la Amazonía por falta de recursos, pero inmediatamente fue desautorizado por el vicepresidente, Hamilton Mourao, que lidera las políticas de Brasil destinadas al desarrollo sustentable de la mayor selva tropical del mundo.

La dirección del Ibama intentó en las últimas semanas infructuosamente que el Ministerio de Economía desbloquee una serie de recursos de su presupuesto para este año y alega que ya agotó lo que tenía en caja.

Actualmente se están utilizando agentes, bomberos y militares enviados por los gobiernos regionales y las Fuerzas Armadas para continuar la batalla contra los incendios a nivel general.

La destrucción de los ecosistemas

La suspensión por parte del Ibama de las tareas de combate a los incendios se produce en momentos en que la destrucción provocada por el fuego alcanza niveles récords en Brasil.

Según el Instituto Nacional de Pesquisas Espaciales (INPE), la extensión de las áreas destruidas por los incendios forestales en todos los ecosistemas de Brasil entre enero y septiembre alcanza los 226.000 kilómetros cuadrados, la mayor para el período desde 2012. Los incendios ya habían destruido en los nueve primeros meses del año pasado 224.000 kilómetros cuadrados de vegetación del país.

Las imágenes de los incendios en la Amazonía provocaron indignación mundial el año pasado y hasta protestas de países como Francia, pero este año la situación más grave es la del Pantanal, donde el fuego ya destruyó más del 23% de toda su extensión en Brasil.

Entre enero y septiembre, los incendios arrasaron 32.910 kilómetros cuadrados de vegetación en el Pantanal, casi tres veces la extensión destruida en el mismo período del año pasado (12.948 kilómetros cuadrados) y la mayor en las últimas décadas.

El número de incendios en el Pantanal fue récord en agosto y septiembre y suma 2.687 en los 21 primeros días de octubre, frente a los 2.430 de los 31 días del mismo mes del año pasado.

En la Amazonía, por su parte, el fuego ya destruyó 62.311 kilómetros cuadrados este año, frente a 59.826 kilómetros cuadrados en 2019. El número de incendios en la Amazonía entre enero y septiembre alcanza los 76.030, el mayor para el período desde 2010 (102.409).

Página 12


Brigadistas suspendem combate a incêndios no Pantanal e Amazônia

Por Simone Kafruni y Philipe Santos

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ordenou que todos os agentes de combate a incêndio parassem suas atividades na quarta-feira (21/10) e voltassem para a base de origem, alegando indisponibilidade financeira para fechar o mês de outubro. As informações constam em dois ofícios. A ordem é da Diretoria de Proteção Ambiental, que opera o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfog). A determinação inclui os brigadistas que atuavam no Pantanal e na Amazônia, dois biomas que enfrentam uma forte onda de queimadas neste ano.

Até o dia 20 de outubro foram registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) altas acentuadas nos focos de calor quando comparados ao ano passado. Na Amazônia houve alta em 211%, no Cerrado foram 86% de aumento, e no Pantanal, 408%. Mesmo diante de números tão alarmantes, o governo determinou a paralisação da atuação dos brigadistas do Ibama.

Não é a primeira vez que isso acontece. No fim de agosto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a afirmar que, devido a bloqueios financeiros para o Ibama e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as operações de combate ao desmatamento ilegal seriam paralisadas. Na ocasião, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, contestou, disse que não havia nenhum bloqueio e o governo voltou atrás.

Procurado pelo Correio, o Ibama alegou que a falta de recurso ocorre desde setembro. “A autarquia passa por dificuldades quanto à liberação financeira por parte da Secretaria do Tesouro Nacional. Para a manutenção de suas atividades, o Ibama tem recorrido a créditos especiais, fundos e emendas. Mesmo assim, já contabiliza R$ 19 milhões de pagamentos atrasados, o que afeta todas as diretorias e ações do instituto, inclusive, as do Prevfogo”, disse, o órgão, em nota.

A ex-presidente do Ibama Suely Araújo rebateu a justificativa. “Tem dinheiro sobrando. O governo é que não se programou para pagar os fornecedores. É problema de gestão do MMA e do Ministério da Economia e mostra uma desarticulação inaceitável”, disse.

Política antiambiental

Ambientalistas reagiram à decisão. “Esta é mais uma prova da política antiambiental adotada por este governo. Alegar falta de recursos para combater as queimadas, sendo que o próprio governo inviabilizou o Fundo Amazônia, que contava com mais de 1 bilhão de reais que poderiam ter sido utilizados para isso é a evidência da total falta de interesse em combater toda a destruição que, infelizmente, acompanhamos nos últimos dois anos”, afirmou Rômulo Batista, porta-voz da Campanha da Amazônia.

Para o secretário-geral do Observatório do Clima, Marcio Astrini, o Fundo Amazônia, que foi congelado por conta da política ambiental do governo Bolsonaro, financiava o combate às queimadas em alguns estados. “O congelamento também impacta na redução de orçamento”, destacou.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) argumentou que a crise da proteção ambiental não é financeira. “É um projeto de governo. Não é falta de orçamento é um projeto de destruição. Salles compartilha da sensação do presidente de que proteção ambiental é entrave ao desenvolvimento. Para eles, quanto mais queimar, mais campo terá para cultivo de monoculturas”, opinou. Segundo o parlamentar, que já coordenou a frente ambientalista do Congresso, o gasto com a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia são suficientes para bancar 1 mil fiscais do Ibama por ano. O problema não é dinheiro.”

Fusão

Os especialistas também aventam a possibilidade de a medida ser uma tentativa de justificar a fusão do Ibama com o ICMBio, em estudo pelo governo. Suely ressaltou, contudo, que a união dos dois órgãos não economizará “absolutamente nada”. “O ICMBio surgiu do Ibama em uma alteração feita em 2007. Ao longo desse tempo todo, houve críticas, mas, na prática, a decisão se mostrou acertada”, disse. O ICMbio gere 9,3% do território e 20% das águas marinhas. “Hoje não cabe dentro de Ibama. A visão de Salles é de empresa, na qual se funde duas e se demite pessoal. No serviço público não pode demitir. Além disso, os dois órgãos têm deficiência de pessoal. Não faz sentido.”

Correio Braziliense


Bolsonaro diz que não há ‘sequer um hectare de selva devastada’ na Amazônia

Por Guilherme Mazui

O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (22) que convidará diplomatas estrangeiros para visitar a floresta amazônica. Segundo o presidente, eles não verão «nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada».

Bolsonaro deu a declaração no Palácio do Itamaraty, durante cerimônia de formatura de novos diplomatas do Instituto Rio Branco.

«Estamos ultimando uma viagem Manaus-Boa Vista, onde convidaremos diplomatas de outros países para mostrar naquela curta viagem de uma hora e meia, que não verão em nossa floresta amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada», afirmou.

Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que o número de focos de incêndio registrados na Amazônia de janeiro a setembro deste ano foi o maior em dez anos. Em 2020, foram registrados 76.030 pontos de fogo entre 1º de janeiro e 30 de setembro. A última vez em que houve registro de número superior foi em 2010 — 102.409, no mesmo período.

Nesta quinta-feira (22), começou a valer a decisão do Ibama determinando a interrupção, em todo o país, das brigadas de incêndios florestais. De acordo com o órgão a medida foi motivada por «indisponibilidade financeira».

Também de acordo com o Inpe, a Amazônia Legal teve uma área de 964 km² sob alerta de desmatamento em setembro, a segunda maior em cinco anos, mostram dados atualizados no início de outubro.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

A intenção de levar diplomatas para uma viagem à Amazônia foi anunciada em setembro pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal.

Mourão decidiu organizar a viagem após receber carta assinada por oito países europeus que dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros.

A intenção era realizar a viagem em outubro. Porém, o governo ainda não confirmou uma data. Mais de uma vez Mourão afirmou que o governo planeja levar à Amazônia um grupo de embaixadores de países de diferentes regiões, não apenas representantes de europeus.

G1


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