Brasil | Un político aliado de Bolsonaro se atrincheró, lanzó granadas y disparó a policias

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Un aliado de Bolsonaro se atrincheró, hirió a policias y se entregó

Por Pablo Giuliano

El exdiputado Roberto Jefferson, exponente de la ultraderecha de Brasil aliada del presidente Jair Bolsonaro, fue detenido este domingo después de haber estado siete horas atrincherado en su mansión luego de herir con disparos de fusil y lanzamiento de granadas a dos policías que habían ido a arrestarlo, en un episodio que conmovió al oficialismo en la recta final de la campaña para el balotaje del domingo próximo.

Así lo informó el juez del Supremo Tribunal Federal (STF, corte suprema) Alexandre de Moraes, que expidió una orden de prisión a Jefferson por haber violado las normas de su prisión domiciliaria luego de haber sido condenado por atentar contra la seguridad nacional y promover un golpe de estado en 2021.

El propio Bolsonaro, que envió a su ministro de Justicia, comisario Anderson Torres, a negociar la entrega, le soltó la mano a su exaliado a siete días del balotaje y lo llamó «bandido» en un video en su perfil oficial de las redes sociales.

Los uniformados habían ido a buscarlo para llevarlo a una cárcel por haber violado las normas de su detención domiciliaria, pero Jefferson, aliado de Bolsonaro en la lucha contra los jueces de la corte que investigan actos antidemocráticos, recibió a balazos de fusil a los agentes, dos de los cuales resultaron heridos.

Luego les arrojó granadas y se atrincheró, mientras enviaba videos a las redes sociales denunciando una «tiranía» de la corte suprema porque considera que la investigación en su contra es un atentado a la libertad de expresión.

Jefferson es el máximo líder del Partido Trabalhista Brasileño (PTB) e intentó ser candidato de la extrema derecha filobolsonarista pero como estaba detenido por atentar contra la democracia, su lugar como candidato lo ocupó en la primera vuelta el autodenominado sacerdote Padre Kelmon, que se hizo famoso por su bizarra participación en los debates televisivos ayudando a Bolsonaro.

«No me voy a entregar, es un absurdo, soy víctima de la tiranía y voy a enfrentarlos», dijo Jefferson en videos en su cuenta de Twitter desde su casa en la ciudad de Comendador Levy Gasparian, en la región serrana del interior de Río de Janeiro.

Jefferson fue comparado con los segregacionistas estadounidenses de Qanon, aunque en versión brasileña dentro del escenario de la extrema derecha del país sudamericano.

El Padre Kelmon -uno de los candidatos a presidente eliminados en la primera vuelta-, que ingresó para negociar, fue filmado entregando las armas a la policía, aunque esta noche se desconocía cómo ingresó el armamento de guerra a la mansión de Jefferson

El magistrado ordenó que Jefferson volviera a la prisión porque pretendía utilizar un arsenal para cometer supuestos actos de terrorismo electoral antes del balotaje del domingo próximo entre Bolsonaro y el expresidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro repudió la actitud del exdiputado ultraderechista y también el proceso que llevó a la detención de su aliado, por ser contrario a la Constitución.

Jefferson fue detenido en agosto de 2021 por orden de Moraes en el marco de la megacausa para investigar una organización criminal para atentar contra la democracia, sobre todo porque el exdiputado convocaba a la población y a los militares a dar un golpe de estado y a anular la corte suprema.

También se hizo famoso cuando grabó un video con dos revólveres amenazando matar al embajador de China en Brasil.

Según Moraes, Jefferson había logrado la libertad domiciliaria con acuerdo de no utilizar las redes sociales ni cometer nuevos delitos.

Pero el sábado llamó «puta» y «arrastrada» a la jueza del STF Carmen Lucia Antunes debido a su participación en la condena a la cadena de noticias de ultraderecha Jovem Pan para que rectificara noticias falsas sobre Lula.

El exmandatario, en conferencia de prensa en San Pablo, atribuyó la reacción de Jefferson al modo de conducción de Bolsonaro durante su presidencia.

«No apenas intercambió tiros sino que lanzó una granada, me dijeron; nunca vimos en una campaña una aberración de este tipo, esta cosa cretina que estableció mi adversario, creó una parte de la sociedad rabiosa, con odio, mentirosa y que divulga fake news sin importarles si e hijo está mirando o escuchando su mentira; esto genera el comportamiento de Jefferson», declaró Lula.

Jefferson había sido el denunciante de la causa del Mensalao, un escándalo del gobierno de Lula sobre distribución de fondos electorales a partidos aliados en el cual el exdiputado usó para sí mismo una partida de casi un millón de dólares para el partido PTB.

En esta segunda vuelta la esposa de Bolsonaro y primera dama, Michelle Firmo, realizó viajes por templos evangelistas para hacer campaña al lado del Padre Kelmon, el candidato del PTB que felicitado por el propio Bolsonaro la semana pasada por «poner nervioso a Lula en el debate» de la televisión.

Télam


Lula repudia atentado de Jefferson contra PF e diz que bolsonarismo é «máquina de destruição»

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiou o atentado armado de Roberto Jefferson (PDT) contra agentes Polícia Federal (PF) que tentavam prendê-lo. Lula afirmou que os ataques de Jair Bolsonaro (PL) às instituições estimulam atos extremistas como o do pedetista e equiparou o bolsonarismo a uma «máquina de destruição».

«[Bolsonaro] conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro. Então eu acho que isso gera comportamento como esse do ex-deputado Roberto Jefferson», declarou.

A declaração ocorreu em entrevista coletiva no início da tarde deste domingo (23), quando as primeiras informações sobre o tiroteio começavam a circular. A PF confirmou que dois agentes foram feridos por estilhaços de um granada, mas passam bem.

Lula afirmou ainda que espera o restabelecimento da normalidade de democrática do país e pregou o respeito a decisões judiciais. O candidato publicou uma nota de solidariedade aos agentes da PF feridos. “A democracia e a civilização vencerão a barbárie”, disse a publicação.

Na coletiva, Lula criticou ainda as ofensas contra Cármen Lúcia proferidas por Jefferson. «Há 50 anos que nós disputamos eleições nesse país. A gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice nessa, que esse cidadão, que é o meu adversário, estabeleceu no país».

Ataque armado à PF

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) jogou uma granada e atirou contra agentes da Polícia Federal (PF) que foram à sua casa neste domingo (23) cumprir um mandado de prisão contra o ex-parlamentar a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF). Dois policiais foram feridos por estilhaços da granada e foram levados ao pronto socorro. Segundo a PF, após o atendimento médico, ambos foram liberados e passam bem.

Na nota divulgada pela Polícia Federal, na tarde deste domingo, a corporação confirma que «a equipe da PF foi reforçada e os policiais permanecem no local com o objetivo de cumprir a determinação judicial.»

Em vídeo gravado por ele dentro de casa, Jefferson monitora câmeras de segurança que mostram os policiais. Ele diz: «Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, cansei de ser vítima de arbítrio e de abuso. Infelizmente eu vou enfrentá-los».

Brasil de Fato


PGR recorre da decisão de Fachin de rejeitar a suspensão da resolução do TSE sobre fake news

Por Fernanda Vivas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu neste domingo (23) da decisão do ministro Edson Fachin, que rejeitou o pedido do Ministério Público para suspender trechos da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que busca agilizar a retirada de conteúdo com desinformação das redes sociais no período eleitoral.

A resolução foi aprovada na sessão do TSE de quinta-feira (20). Entre outros pontos, prevê que o tribunal pode determinar que redes sociais e campanhas retirem do ar links com fake news em até duas horas.

No sábado (22), o ministro Edson Fachin rejeitou o pedido da PGR para suspender trechos da resolução, porque não havia os requisitos necessários para a concessão de uma decisão liminar (provisória), além da «necessidade imperiosa de se garantir a segurança jurídica quanto ao regramento incidente sobre as eleições».

Agora, a PGR quer que Fachin reveja sua decisão ou que o pedido seja levado ao colegiado do STF, em sessão virtual. Na decisão, o relator já tinha liberado o tema para julgamento no plenário virtual – a data ainda será marcada pela Corte.

Argumentos da PGR

No recurso, o procurador-geral Augusto Aras afirma que a resolução «não somente esbarra nos limites legais do poder regulamentar da Justiça Eleitoral, como também não se revela proporcional».

Aras classificou a norma de «regulamentação experimental». «Não nos parece razoável que, com o preço da liberdade de expressão de alguns, seja implementada, sem respaldo em lei em sentido formal, uma regulamentação experimental, em tentativa de conter, a priori, disseminação de notícias falsas, uma vez que há, por ora, meios menos gravosos e respaldados em lei, para combater o mesmo mal.»

Para a PGR, é possível combater a disseminação de desinformação oferecendo informações corretas aos cidadãos. «Por ora, com respaldo no que dispõe a legislação eleitoral, é possível combater notícias falsas disponibilizando ostensivamente aos cidadãos, por diversos meios, os necessários esclarecimentos, as informações fidedignas com as fontes.»

«O Ministério Público não se coaduna com qualquer tipo de abuso de direito, práticas criminosas, disseminação de informações falsas ou caluniosas, que merecem o mais rigoroso tratamento nas vias e meios previstos na legislação eleitoral em vigor. Inexiste direito de propagar notícias falsas, uma vez que essas práticas configuram, por si, abusos de direitos, equivalendo a verdadeiros ilícitos», escreveu Aras.

«Em que pese o relevante intuito de tutelar a integridade do processo eleitoral, a imposição de medidas de interdição ou de suspensão total de atividade de perfis, contas ou canais em redes sociais configura censura prévia vedada pelo texto constitucional e, por conseguinte, fere as liberdades de expressão, de manifestação do pensamento, do exercício profissional, mormente quando se leva em conta a possibilidade de tutela da integridade do processo eleitoral por medidas menos gravosa e com a mesma eficácia, ou seja, a mera determinação de remoção de conteúdo reputado inverídico ou descontextualizado (art. 2º, § 1º) ou o disparo, pela Justiça Eleitoral, de que tais informações são inverídicas ou propositalmente descontextualizadas», completou.

O Globo


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