Brasil | La diputada Carla Zambelli fue detenida en Italia tras ser condenada por un ataque informático al sistema del Consejo Nacional de Justicia

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Diputada brasileña Carla Zambelli detenida en Italia por ataque informático

La diputada federal brasileña Carla Zambelli fue detenida este martes en Italia, donde se encontraba prófuga tras ser condenada por el Supremo Tribunal Federal de Brasil a 10 años de prisión por un ataque informático al sistema del Consejo Nacional de Justicia (CNJ).

La Policía Federal de Brasil confirmó la captura en un comunicado, indicando que la parlamentaria “será sometida al proceso de extradición, conforme a los procedimientos previstos en la legislación italiana y en los acuerdos internacionales”.

Zambelli, quien hasta las elecciones de octubre de 2022 fue una de las principales aliadas del exmandatario Jair Bolsonaro, huyó de Brasil a principios de junio tras una orden de detención emitida por el juez Alexandre de Moraes.

La condena, dictada el 14 de mayo de 2025 por unanimidad en la Primera Sala del Supremo, la señaló como “la autora intelectual” de una invasión al sistema informático del Poder Judicial en 2023, ejecutada por el hacker Walter Delgatti, quien también fue sentenciado a ocho años y tres meses de prisión.

La Corte Suprema determinó que el ataque, realizado en el contexto de las elecciones de 2022, buscaba desacreditar al sistema judicial e incitar actos antidemocráticos.

Además de la pena de cárcel, la sentencia incluyó la pérdida del escaño parlamentario de Zambelli, renovado en los comicios de 2022, y el pago de una multa de dos millones de reales (aproximadamente 350.000 dólares) por daños morales colectivos, que deberá cubrir junto a Delgatti.

El proceso judicial reveló que Zambelli ordenó la operación informática, ejecutada por Delgatti, quien confesó su participación como brazo ejecutor. La detención en Italia marca un nuevo capítulo en el caso, que ha generado atención tanto en Brasil como en el ámbito internacional debido a las implicaciones políticas y judiciales.

La relación entre Zambelli y la familia Bolsonaro se deterioró tras los comicios, dejando a la diputada sin el respaldo político que la caracterizó durante su trayectoria.

El Supremo Tribunal Federal, bajo la instrucción de Moraes, enfatizó la gravedad de los delitos cometidos, que atentaron contra la integridad del sistema judicial brasileño. La extradición de Zambelli dependerá ahora de los procedimientos legales en Italia, donde la parlamentaria buscó refugio tras evadir la justicia brasileña.

TELESUR


Zambelli pode ser extraditada da Itália mesmo com cidadania; entenda

Por Fernanda Fonseca

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) poderá ser extraditada para o Brasil, apesar de ter cidadania italiana. Presa na 3ª feira (29.jul.2025) em Roma, a congressista foi incluída na lista vermelha da Interpol depois de condenação no STF (Supremo Tribunal Federal) a 10 anos de prisão por participação na tentativa de invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Zambelli estava foragida desde junho. Em entrevistas anteriores, afirmou que sua cidadania europeia a protegeria de qualquer medida judicial brasileira. “Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã”, declarou. A afirmação, no entanto, não encontra respaldo jurídico.

Segundo o artigo 26 da Constituição Italiana, a extradição de cidadãos do país só é permitida quando prevista em tratados internacionais e não pode ser concedida em casos de crimes políticos. Leia o que diz o dispositivo:

“L’estradizione del cittadino può essere consentita soltanto ove sia espressamente prevista dalle convenzioni internazionali. Non può essere ammessa per reati politici.” (“A extradição de cidadãos pode ser permitida apenas quando expressamente prevista em convenções internacionais. Não pode ser admitida para crimes políticos”.)

Neste caso, o Brasil e a Itália possuem um tratado bilateral de extradição assinado em 1989, que regula o envio de pessoas condenadas ou acusadas de crimes nos 2 países. O tratado estabelece critérios como dupla tipicidade (o fato precisa ser crime em ambos os países), reciprocidade e respeito aos direitos fundamentais da pessoa a ser extraditada.

Já havendo sua condenação definitiva no Brasil, o procedimento que deve seguir agora é um pedido de extradição a ser feito pelo Ministério da Justiça brasileiro, que encaminhará o pedido formalizado à Itália por meios diplomáticos. Depois, a análise do pedido passa pela Corte de Apelação da região onde Zambelli foi presa, que julgará se os critérios legais estão preenchidos. A defesa poderá apresentar argumentos contrários à extradição nesse processo.

“Assim como seria no caso de um pedido ao Brasil, a solicitação de extradição de Zambelli ocorrerá perante a Justiça Italiana e observando também o rito previsto nas leis do país, sendo que o exercício do contraditório por parte da defesa dela se dará nesse procedimento, oportunidade em que poderá tentar explorar eventual não preenchimento de alguns desses requisitos”, explica Priscila Pamela Santos, criminalista e fundadora do escritório que leva seu nome.

Se a Corte de Apelação aprovar o pedido, o caso segue para o Ministério da Justiça da Itália, que tem a palavra final, conforme determina o artigo 708 do Código de Processo Penal Italiano. A decisão pode considerar critérios jurídicos, diplomáticos ou políticos.

“Il Ministro può rifiutare l’estradizione anche se la corte ha espresso parere favorevole.” (“O Ministro pode recusar a extradição mesmo que a corte tenha emitido parecer favorável.”)

A cidadania italiana de Zambelli não impede automaticamente sua extradição. “O fato de ela ter adquirido a cidadania por descendência —e não por nascimento — pode pesar na avaliação”, explica Priscila. “Ainda que a extradição seja negada, o Brasil pode solicitar o cumprimento da pena em solo italiano, com base em acordos de cooperação penal.”

Se a extradição for autorizada, Zambelli deverá ser transferida ao Brasil para início do cumprimento da pena. Em vídeo gravado previamente e divulgado por sua defesa depois da prisão nesta 3ª feira (29.jul), Zambelli voltou a criticar o Supremo e negou qualquer intenção de retornar ao Brasil. “Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático”, afirmou.

DEFESA APOSTA EM PERSEGUIÇÃO POLÍTICAA fala de Zambelli sobre confiar na Justiça italiana e se recusar a cumprir eventual pena no Brasil indica uma possível estratégia jurídica para barrar a extradição. Segundo o advogado criminalista Pedro Bueno de Andrade, a deputada deve alegar perseguição política.

“Muito provavelmente a defesa dela vai tentar enquadrar o caso como perseguição política no Brasil. É a linha que outros bolsonaristas estão adotando no exterior”, disse, em entrevista ao Poder360. Andrade explica que, pela Constituição italiana, crimes de natureza política não autorizam a extradição. “Se a Justiça italiana entender que é um crime político, ela nem será extraditada, nem precisará cumprir pena na Itália”, afirmou.

Para o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho (ex-secretário nacional de Justiça e um dos fundadores do Instituto de Defesa do Direito de Defesa) a estratégia pode não prosperar.

“Não vejo chance de que a Zambelli não seja extraditada por alegação de perseguição política. O crime que ela cometeu é um crime comum, não um crime político”, afirmou Botelho a este jornal digital. Segundo ele, a condenação da deputada não se enquadra nas exceções previstas nos tratados internacionais. “Invasão de sistemas é crime comum. Não se trata de um ato de manifestação ou opinião que possa ser interpretado como político.”

PODER 360

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