Brasil: Movimientos populares rechazan aranceles de Trump y defienden la soberanía nacional
Miles de brasileños protestaron este viernes contra los aranceles impuestos a ese país por la Administración Trump, respaldar al Gobierno de Luiz Inácio Lula da Silva ante las presiones injerencistas de Washington y reafirmarle que Brasil es un Estado soberano y merece respeto. Convocadas por movimientos populares, miles de personas de todas las edades se congregaron frente al consulado estadounidense en São Paulo y desde allí repudiaron el sesgo político de los aranceles, impuestos a un país -recordaron- que tiene un saldo comercial desventajoso con EE.UU.
La iniciativa se denomina «¡El pueblo brasileño gobierna Brasil! Contra el aumento arancelario de Trump» y es el resultado de una alianza entre la Unión Nacional de Estudiantes (UNE) y los frentes Brasil Popular y Pueblo Sin Miedo.
Los movilizados también rechazaron las sanciones de la Casa Blanca contra los magistrados del Supremo Tribunal Federal (STF), en particular al juez Alexandre de Moraes, a cargo del juicio por golpismo contra el expresidente Jair Bolsonaro (2019-2022) y sus aliados.
Movimientos sociales de Brasil protestan frente al Consulado de EEUU en São Paulo contra los aranceles impuestos por el gobierno de Donald Trump sobre productos brasileños. pic.twitter.com/k2U9zCYwIv
— Nacho Lemus (@LemusteleSUR) August 1, 2025
Además, cuestionaron que el clan Bolsonaro haya pedido medidas restrictivas contra Brasil por no haber permitido la impunidad y haber exigido al exmandatario que rinda cuenta de sus actos anticonstitucionales.
La movilización en São Paulo es el preludio de otras, articuladas en diversas ciudades del gigante suramericano en que hay oficinas diplomáticas de EE.UU.. Se prevé una protesta similar, durante la mañana, frente a la Embajada de Washington en Brasilia y en todo el día se irán sumando actos de calle en Río de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus y Recife, entre otros escenarios.
Las movilizaciones se producen en momentos en que cobra fuerza la unidad de amplios sectores en torno a la defensa de la soberanía y en respaldo a la gestión de Lula, en particular su postura serena e intransigente respecto a la necesidad de un diálogo entre Brasil y EE.UU. respecto a las tarifas, ajeno a posturas politizadas.
Analistas han señalado que EE.UU. estaría presionando a través de los aranceles para acceder a tierras raras y otros recursos de Brasil, además de provocar que el Estado derogue obligaciones como la moderación de contenidos y otras que no son del agrado de las empresas tecnológicas y, en cambio, suscitan peligros como la difusión de mensajes de odio a través de las redes sociales.
El 30 de julio, el presidente Donald Trump firmó la orden para comenzar a cobrar aranceles. Estos entrarán en vigor el 6 de agosto y de manera general incrementarán el costo de las exportaciones brasileñas a EE. UU. en un 50 por ciento. La medida afectará sectores estratégicos, entre ellos el acero, los alimentos procesados y los productos agrícolas y minerales.
Manifestantes queimam bandeira dos EUA e boneco de Trump em embaixada
Manifestações contra o tarifaço dos Estados Unidos (EUA) imposto ao Brasil e contra a sanção ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foram marcadas, nesta sexta-feira (1º), em 11 cidades das cinco regiões do país, entre elas, Brasília, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Manaus e Belo Horizonte.
Em Brasília, manifestantes queimaram uma bandeira dos EUA e um boneco do presidente Donald Trump em frente à embaixada do país norte-americano. Com cerca de 100 pessoas, o ato contou com a participação de militantes de sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais. Um forte esquema de segurança cercou a entrada do local.
Na capital paulista, centrais sindicais convocaram o ato em frente ao Consulado-Geral dos EUA, no bairro Chácara Santo Antônio, com adesão de movimentos da juventude e estudantis. Os manifestantes defenderam que o governo não se submeta ao Estado estadunidense e pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem apoiado as interferências de Donald Trump no país.
Brasília
Em Brasília, o ato contou com faixas com mensagens como “Sem anistia para golpistas, ditadura nunca mais”; “Fora, ianques”; e “Em defesa da soberania nacional”.
O estudante Matheus das Neves, tesoureiro da União Nacional dos Estudantes (UNE), argumentou à Agência Brasil que a política de Trump é uma retaliação a iniciativas dos países do Sul Global, em especial, à agenda do Brics. Para ele, a ação dos EUA é motivada pela extrema-direita nacional e internacional.
“O papel dos movimentos sociais, nesse período, é denunciar essas sucessivas tentativas de intervenções externas dos EUA no nosso país, na nossa autodeterminação, mas sobretudo, de resistir e dizer que a nossa brasilidade se faz presente e continuaremos na luta em defesa da nossa soberania”, afirmou.
O diretor da executiva da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Washington Domingues Neves, disse que o objetivo dos atos é esclarecer a população sobre o significado político dessa taxação.
“Queremos esclarecer a classe trabalhadora de que esse ataque contra o Brasil está sendo tramado por deputados federais eleitos pelos brasileiros. Esses políticos querem prejudicar, política e economicamente, a nossa nação. É de fundamental importância que nós brasileiros nos manifestemos”, disse à Agência Brasil.
São Paulo
Na capital paulista, o líder sindical da CUT Douglas Izzo afirmou que a mobilização acontece como recado aos Estados Unidos de que o Brasil não vai se submeter a chantagens». «E também, dialogando com a sociedade brasileira e denunciando um setor, que é Bolsonaro e sua família, que agem como lesa-pátria. A família Bolsonaro articula, com os Estados Unidos, contra os interesses dos brasileiros».
O diretor do PSTU, Cláudio Donizete dos Reis, comentou com a Agência Brasil que as manifestações buscam alertar para o modo como a taxação de Trump afeta todos os trabalhadores.
«A gente acredita que, além de repudiar o tarifaço, é preciso fazer todo o processo de criminalização do que o bolsonarismo vem patrocinando, uma verdadeira traição à pátria, pela nossa soberania, de apoio à articulação a esse processo», destacou.
Para Donizete, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve proteger os direitos dos trabalhadores frente ao tarifaço de Trump.
«Acreditamos que é necessário o Lula ser mais enfático ainda contra os embargos, exercendo a garantia de emprego e fazendo com que as remessas de lucros das multinacionais americanas, em particular, não sejam emitidas», acrescentou.
Outras pautas
Outras pautas da mobilização desta sexta foram a taxação dos super-ricos; o fim da escala de trabalho 6×1; a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil; pelo fim das relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e Israel; e contra o PL que flexibiliza o licenciamento ambiental no Brasil, chamado pelos manifestantes de PL da Devastação.