Brasil: Supremo condena a acusados de desinformar en trama golpista
La primera sala del Supremo Tribunal Federal (STF) de Brasil concluyó hoy el juicio y condenó a los siete acusados del llamado núcleo cuatro, responsables de actividades de desinformación vinculadas a la tentativa golpista.
En el fallo, que terminó cuatro votos contra uno, el juez ponente, Alexandre de Moraes, dio su parecer a favor de la condena, acompañado por los colegas Cristiano Zanin, Carmen Lúcia Antunes y Flávio Dino.
Luiz Fux disintió en el juicio y votó a favor de declarar al Supremo incompetente para conocer el caso y pidió absolver a todos los implicados.
Cuando intervino, De Moraes argumentó que la materialidad de los delitos estaba comprobada con la condena del primer grupo de acusados, del que formaba parte, junto a otros siete, el expresidente Jair Bolsonaro, sentenciado a 27 años y tres de prisión por liderar la conspiración golpista tras las elecciones de 2022.
Según el magistrado, los acusados usaron una táctica de difusión masiva de información falsa, parecida al nuevo populismo digital extremista.
Precisó que el uso de las redes sociales por la organización criminal, para desinformar, no puede confundirse con la libertad de expresión.
Resulta «una falacia, una mentira absurda, criminal y antidemocrática afirmar que este uso de ataques al Tribunal Electoral, al Poder Judicial, a la democracia y discursos de odio constituye libertad de expresión», remarcó.
Antunes señaló que los acusados crearon un grupo de violencia contra funcionarios públicos e incitaron a muchedumbres furibundas.
Precisó que ellos tenían objetivos coordinados, estratégicos y criminales para excitar el clima político e intentar instaurar un gobierno ilegítimo.
Durante su voto, Dino enfatizó que el grupo de desinformación debe ser analizado como uno de los elementos más importantes de la conspiración golpista «porque estamos ante un fenómeno contemporáneo que trasciende las fronteras nacionales».
Refirió que en las acciones hubo una búsqueda de cambios en los procesos institucionales, «no solo con golpes de Estado, como se hacía antes, que era una especie de crimen instantáneo con efectos permanentes».
Figuraron como acusados cinco militares de bajo rango, un agente de la Policía Federal y el presidente del Instituto Voto Legal, Carlos Rocha.
El grupo está acusado de haber cometido cinco delitos, según la imputación formal: organización criminal armada, tentativa de abolición violenta del Estado Democrático de Derecho, intento de golpe de Estado, daños calificados por violencia y grave amenaza a bienes federales, y deterioro de bienes catalogados.
Por 4 votos a 1, STF condena sete réus do Núcleo 4 da trama golpista
Por André Richter
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta terça-feira (21) os sete réus do Núcleo 4 da trama golpista ocorrida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por 4 votos a 1, a maioria dos ministros do colegiado concordou com denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e entendeu que os réus promoveram ações e desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades, em 2022.
A sessão continua para a definição das penas dos condenados.
Com a decisão, estão condenados os seguintes réus:
Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército);
Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército);
Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército);
Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército);
Marcelo Araújo Bormevet (policial federal).
Eles foram condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
O réu Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal, foi condenado somente por dois crimes: organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado de Direito.
Os acusados não serão presos automaticamente porque as defesas podem recorrer da condenação.
Votos
Os votos pela condenação foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, relator, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Luiz Fux foi o único a divergir. Para o ministro, os réus não podem ser acusados de golpe de Estado porque suas condutas não tinham «potencial de conquista de poder e de substituição do governo».
Após mais um voto pela absolvição de investigados pela trama golpista, Fux pediu para sair da Primeira Turma. Se o pedido for aceito pelo presidente do STF, Edson Fachin, o ministro não participará dos julgamentos dos núcleos 2 e 3, que serão analisados nos próximos meses, e vai integrar a Segunda Turma da Corte.
Outros núcleos
Até o momento, o STF já condenou 15 réus pela trama golpista. Além dos sete condenados hoje, a Corte apenou mais oito acusados, que pertencem ao Núcleo 1, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O julgamento do Núcleo 3 está marcado para 11 de novembro. O grupo 2 será julgado a partir de 9 de dezembro.
O núcleo 5 é integrado pelo empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo. Ele mora dos Estados Unidos e não apresentou defesa no processo. Ainda não há previsão para o julgamento.