El ministro brasileño de Economía, Fernando Haddad, vinculó la interferencia de Estados Unidos con el interés en las tierras raras que hay en el país
Fernando Haddad, ministro de Economía brasileño, dijo que la “interferencia” de Estados Unidos en la política interna de Brasil está directamente relacionada con el interés estratégico estadounidense en las llamadas “tierras raras” y otros minerales críticos que el país tiene.
A desigualdade social no Brasil é persistente. Deixar de cobrar imposto de renda de quem ganha até 5 mil e cobrar de quem ganha muito mas não paga o mínimo é um importante passo para a justiça tributária. pic.twitter.com/XCfRyhETyI
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) August 21, 2025
En una entrevista con el canal GN consignada por el portal Brasil 247, Haddad dijo que habló muchas veces con el presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre la necesidad de aprobar un marco regulatorio específico para el sector. “Le he insistido al presidente Lula en que necesitamos tener listo el marco regulatorio para el sector”, declaró el dirigente del Partido de los Trabajadores (PT).
El ministro remarcó que Estados Unidos no tiene ni el 10% de los minerales críticos que hay en Brasil, lo que refuerza la importancia geopolítica del tema.
Los minerales críticos incluyen el litio, el níquel, el cobalto y las tierras raras, todos fundamentales para la transición energética y para los sectores de alta tecnología, como la producción de baterías para vehículos eléctricos, turbinas eólicas, semiconductores y paneles solares.
Haddad enfatizó que la definición de un marco regulatorio es responsabilidad del Ministerio de Minas y Energía y que aún no se ha presentado formalmente a su departamento para su revisión.
Este tema cobró impulso en medio de la subida arancelaria de 50% a los productos brasileños impuesta por el presidente estadounidense, Donald Trump. “Esta injerencia en la política brasileña está relacionada, en mi opinión, con esto [las tierras raras]. Necesitan un gobierno que se venda porque es estratégico para ellos. Creen que América Latina es el patio trasero de Estados Unidos”, expresó Haddad.
El gobierno brasileño está considerando lanzar una política nacional para atraer inversiones en minerales estratégicos en el correr de este año. Entre las propuestas se encuentra la emisión de bonos incentivados para el sector minero, una medida que busca estimular la cadena productiva.
Además de la minería, Haddad advirtió sobre la necesidad de fortalecer las empresas tecnológicas nacionales, especialmente en el área del procesamiento de datos. El jerarca destacó que actualmente alrededor del 60% de la información de Brasil se procesa en el extranjero. “Imaginen, desde el punto de vista de la soberanía, con las amenazas actuales, qué podría significar esto. Mañana, alguien con una tendencia autoritaria podría querer perjudicar a Brasil”, advirtió Haddad.
Al comentar sobre los efectos del aumento de aranceles de Trump, el ministro afirmó que el gobierno de Lula ha actuado con firmeza pero sin bravuconería e indicó que la medida de Trump está afectando directamente a los consumidores estadounidenses, citando ejemplos como la carne y el café, que se encarecieron en Estados Unidos tras las medidas.
Por su parte, el vicepresidente Geraldo Alckmin reiteró este sábado durante un evento realizado en Brasilia por el PT que el gobierno de Lula seguirá apostando al diálogo con Estados Unidos para intentar revocar el arancel del 50% impuesto a los productos brasileños. “No renunciaremos a reducir esta tasa e incluir más productos [en la lista de excepciones]”, declaró Alckmin, de acuerdo a lo que consignó Agencia Brasil.
Como alternativa, Alckmin enfatizó que Brasil debería ampliar sus mercados con la firma del acuerdo entre el Mercosur y la Unión Europea, que podría concretarse antes de fin de año.
El político declaró también su interés en impulsar otras negociaciones, como el acuerdo del Mercosur con la Asociación Europea de Libre Comercio, integrada por Islandia, Liechtenstein, Noruega y Suiza, además de acuerdos entre el bloque sudamericano y Singapur y los Emiratos Árabes Unidos.
A ‘ingerência’ dos EUA no Brasil ‘tem a ver’ com terras raras, diz Haddad
By Wanderley Preite Sobrinho
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu a «ingerência» dos Estados Unidos sobre o Brasil com o tarifaço ao interesse pelas terras raras brasileiras, conjunto de minerais críticos considerado o «ouro do século 21».
O que aconteceu
Haddad afirmou que os EUA já demonstraram disposição para interferir em outros países em troca de terras raras. Primeiro ele disse que o presidente americano, Donald Trump, propôs comprar a Groenlândia, um assunto «que estava na moda uns meses atrás». «É por causa das terras raras», disse hoje o ministro em entrevista ao jornalista Luis Nassif.
Após citar a compra da Groenlândia, ele lembrou da tentativa de golpe na Bolívia. «Você lembra quando teve uma tentativa de golpe na Bolívia? Em que o Elon Musk disse, ‘se precisar, nós temos que dar o golpe para pegar o lítio da Bolívia’? Quer dizer, não é que eu estou imaginando coisas, está nos jornais», afirmou. «Ele [Musk] quer ser o maior produtor de veículo elétrico do mundo, [mas] a China tá passando todo mundo, e aí ele precisa do lítio.»
A ingerência [no Brasil] tem a ver na minha opinião, com isso. Eles precisam de um governo entreguista porque é estratégico para eles. Como eles acham que a América Latina é o quintal dos Estados Unidos…
Fernando Haddad, ministro
Esses minerais são estratégicos porque sem eles não haverá a «economia do futuro». Conhecidos como o «ouro do século 21», esses elementos são essenciais para produzir painéis solares, turbinas eólicas, discos rígidos, equipamento aeropespacial, bateria de carro elétrico e nanotecnologia
Haddad elogia antigo PSDB
Haddad também elogiou a oposição feita ao PT pelo PSDB. Ele afirmou que o Brasil herdado pelo presidente Lula (PT) em 2022 «é muito diferente do que ele herdou em 2002». «Não é possível deixar de reconhecer que o governo dos tucanos tinha divergência conosco em torno da agenda econômica, em torno de uma agenda de desenvolvimento», afirmou. «Mas o fato é que o presidente Lula recebeu um país institucionalmente estável, recebeu um Congresso manejável; você conseguia compor maioria com uma certa facilidade, porque você, com base programática, conseguia estabelecer um acordo mesmo com a oposição.»
A situação seria oposta agora. «Hoje você tem uma oposição bolsonarista, que não tem um projeto. O projeto [dela] é o país não andar. Então tudo lá [no Congresso] é mais difícil», afirmou
Haddad tomou o cuidado de separar o bolsonarismo do Parlamento. «Não estou criticando o Congresso como instituição. Tenho até agradecido porque, bem ou mal, as pautas estão avançando», disse ele ao citar o papel de senadores e deputados na aprovação da Reforma Tributária.
Segundo o ministro, sem o bolsonarismo, os projetos do governo seriam aprovados mais rapidamente. «Em outro momento da história, o que fizemos em dois anos e meio nós poderíamos ter feito em um ano e meio», estimou. «Mas pela maneira como a oposição se porta [agora], se tornou um entrave.»
Trump não será eterno
Pela manhã, Haddad defendeu uma postura «altiva» do Brasil diante dos EUA porque Trump não ficará no cargo para sempre. «O presidente Lula, nos seus três mandatos, teve ótimas relações com presidentes americanos, democratas e republicanos», disse ele em evento na sede nacional do PT, em Brasília. «Nós sempre mantivemos a nossa postura altiva, a nossa postura séria, soberana, no trato de assuntos comuns aos dois povos, que têm uma relação histórica de 200 anos.»
Não tem nenhuma razão para que isso mude, até porque o governo Trump é temporário e o Brasil, os Estados Unidos são estados nacionais permanentes.
Fernando Haddad, ministro
O tarifaço representaria um «desafio geopolítico» ao país. «O Brasil não pode servir de quintal de ninguém. Nós temos tamanho, densidade, importância para manter e garantir a nossa soberania. Nós não podemos escolher parceiro. O Brasil tem que ser parceiro de todo mundo», afirmou
Outra demonstração de «soberania nacional» seria regular as big techs. O enquadramento legal das empresas de tecnologia americana é uma das justificativas de Trump para sobretaxar o Brasil. «60% dos dados dos brasileiros estão sendo processados fora do Brasil e nós temos que tomar providências para que eles sejam processados aqui e de preferência com empresas brasileiras também», disse.
Nós estamos dialogando com setores estratégicos da economia brasileira para que nós tenhamos condição de desenvolver inteligência artificial no Brasil e de processar dados no Brasil.
Fernando Haddad
Tarifaço e a extrema-direita
Para o ministro, a «extrema-direita» brasileira articulou o tarifaço por interesses particulares. Segundo Haddad, a relação com o governo americano ia bem «até que essa atitude hostil nos surpreendeu pela ação e de grupos de extrema-direita brasileiros que de patrióticos não tem absolutamente nada», afirmou.
Vimos aí pelas mensagens trocadas [e divulgadas nesta semana] que o único objetivo é livrar a cara dos golpistas e não tem nenhuma outra finalidade essa hostilidade que não seja reabilitar a extrema-direita no Brasil.
Fernando Haddad