Lula y Trump sostienen llamada clave en medio de escalada militar de EE.UU. en el Caribe
En pleno momento de presión internacional por las operaciones militares estadounidenses en el Caribe, con saldo de más de 80 personas ejecutadas extrajudicialmente, el presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, y su homólogo estadounidense, Donald Trump, sostuvieron este martes una conversación telefónica de 40 minutos que abordó temas comerciales, económicos y de cooperación contra el crimen organizado.
La llamada —confirmada por el Palacio del Planalto (sede del Poder Ejecutivo)— se produjo al mediodía de Brasil, en un clima hemisférico marcado por denuncias que repudian los ataques letales de EE.UU. contra embarcaciones civiles en alta mar, crecientes agresiones contra Venezuela y fuertes cuestionamientos de aquellos asesinatos, contrarios al derecho internacional, tanto en América Latina como en el Congreso estadounidense.
Lula calificó como “muy positiva” la decisión de Estados Unidos de eliminar el arancel adicional del 40% aplicado a exportaciones brasileñas como carne, café y frutas. Sin embargo, señaló que aún persisten barreras comerciales que Brasil desea discutir con mayor celeridad.
El jefe de Estado insistió en la necesidad de “avanzar rápidamente” en una agenda de revisión arancelaria más amplia, que permita equilibrar el comercio bilateral en sectores donde Brasil reclama acceso sin restricciones.
Telefonei nesta terça-feira (2) para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na chamada, que durou 40 minutos, tivemos uma conversa muito produtiva sobre nossa agenda comercial e econômica e sobre o combate ao crime organizado.
Indiquei ter sido muito positiva a decisão…
— Lula (@LulaOficial) December 2, 2025
Otro eje central de la llamada fue la criminalidad organizada, una preocupación compartida por ambos Gobiernos. Lula destacó las recientes operaciones federales para desmantelar la estructura financiera del crimen, muchas veces conectada con redes que operan desde fuera del territorio brasileño.
Trump manifestó su “plena disposición a colaborar” con Brasil y expresó apoyo a iniciativas conjuntas para enfrentar a organizaciones criminales transnacionales, objetivo que ambos mandatarios acordaron revisar en conversaciones futuras.
La comunicación entre Lula y Trump ocurre mientras la Casa Blanca enfrenta una ola de críticas por la confirmación oficial de que un segundo bombardeo estadounidense en septiembre mató a sobrevivientes heridos tras un ataque inicial contra un bote en el Caribe. La operación, defendida por la Administración como parte de su cruzada contra “narco-terroristas”, ha sido calificada por legisladores como un posible acto ilegal o crimen de guerra.
Sectores políticos en América Latina —incluyendo Colombia y Venezuela— y en los propios EE.UU. denuncian una “militarización” de la región bajo el argumento de la cruzada antidrogas. Al mismo tiempo, Trump confirmó haber hablado recientemente con el presidente venezolano Nicolás Maduro, y ha sugerido que el espacio aéreo sobre Venezuela debe considerarse “cerrado en su totalidad”, lo que ha generado inquietud en la región pues se trata de un inequívoco intento de violar la soberanía de la nación suramericana, la Carta de las Naciones Unidas y la legalidad internacional.
Brasil busca mantener canales diplomáticos abiertos con Washington mientras preserva su liderazgo regional y su agenda de integración. Ambos mandatarios acordaron volver a comunicarse pronto para dar seguimiento a los temas tratados, especialmente en materia comercial y de seguridad.
De ‘imperador do mundo’ ao ‘gosto dele’: Trump e Lula trocaram hostilidade pelos afagos em poucos meses; entenda
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a falar por telefone com o presidente Lula (PT) nesta terça-feira (2). Os dois descreveram a conversa como positiva. O contato reforça o movimento de aproximação entre os dois líderes nas últimas semanas.
As relações entre Estados Unidos e Brasil se deterioraram ao longo de 2025, depois que o governo Trump impôs tarifas contra produtos brasileiros e aplicou sanções contra autoridades. Diante disso, Lula fez várias críticas ao presidente americano.
Trump vinha criticando o Brasil, principalmente pelo que chama de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula, por sua vez, chegou a sugerir que o presidente americano queria ser o “imperador do mundo” e criticou o que classificou como “sanções arbitrárias” e “ataques à soberania”.
Enquanto Trump dizia que Lula poderia ligar para ele «quando quisesse», o governo brasileiro relatou enfrentar dificuldades para conversar com os norte-americanos.
A situação começou a mudar em 23 de setembro, quando Trump usou parte do discurso na Assembleia Geral da ONU para dizer que teve “uma excelente química” com o presidente brasileiro.
No mês seguinte, os dois falaram por telefone pela primeira vez e tiveram um encontro presencial na Malásia. Em novembro, os Estados Unidos suspenderam tarifas adicionais contra dezenas de produtos brasileiros.
Nesta terça-feira, Trump disse que gosta de Lula e afirmou que aguarda “ansiosamente” um novo encontro com o presidente brasileiro.
«Muitas coisas boas virão dessa parceria recém-formada», publicou nas redes sociais.
Abril
Quando Trump anunciou tarifas de 10% em produtos de uma lista de países, incluindo o Brasil, Lula disse que o Brasil não abriria mão de sua soberania.
Lula: «Somos um país que não tolera ameaça à democracia, que não abre mão de sua soberania, que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela, que fala de igual para igual e que respeita todos os países — dos mais pobres aos mais ricos —, mas que exige reciprocidade no tratamento», afirmou o presidente.
Julho
Uma semana após o anúncio de tarifas de 50% para produtos brasileiros importados pelos EUA, Lula sugeriu que Trump queria ser o imperador do mundo.
Lula: «Não podemos deixar o Presidente Trump esquecer que ele foi eleito para governar os EUA. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo. Ninguém quer se separar dos EUA, ninguém quer ser livre dos EUA, o que queremos não é ser reféns dos EUA, queremos liberdade».
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu ao comentário de Lula.
Casa Branca: «O presidente [Trump] certamente não está tentando ser o imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também é o líder do mundo livre. E vimos uma grande mudança em todo o globo por causa da liderança firme deste presidente».
Depois, Lula falou que pediu conversa com autoridades americanas, mas que encontrou dificuldades.
Lula: «O que está nos impedindo é que ninguém quer conversar. Eu pedi para fazer contato. Eu designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA para entender qual é a possibilidade de conversa. Até agora, não foi possível».
Agosto
Em agosto, Trump admitiu pela 1ª vez a possibilidade de conversar com Lula.
Donald Trump: «Ele (Lula) pode conversar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece. Mas eu amo o povo do Brasil. As pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada».
Menos de uma semana após o início do tarifaço no Brasil, Lula deu entrevista à agência Reuters e falou sobre Trump.
Lula: “Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, declarou.
Uma semana depois, o presidente brasileiro falou novamente sobre as relações com os EUA durante um evento.
Lula: «É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. O Brasil é bom, só não vai andar de joelho para o governo americano».
Setembro
No início de setembro, Trump comentou a relação com o Brasil.
Trump: «Bem, não sei… estamos falando de coisas que nos deixam muito desapontados com o Brasil. Aplicamos tarifas muito altas por causa do que eles estão fazendo, algo muito lamentável. Eu amo o povo do Brasil».
Já no dia 22, na Assembleia Geral da ONU, Lula abriu o discurso com uma crítica às políticas externas e tarifárias adotadas por Trump, sem citar o nome do presidente americano.
Lula: «Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra. Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia».
Em seguida, Trump discursou e comentou um breve encontro com o presidente brasileiro.
Trump: «Eu estava entrando (no plenário da ONU), e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Na verdade, concordamos que nos encontraríamos na semana que vem», disse Trump. «Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos (…). Mas ele pareceu um homem muito legal. Ele gostou de mim, e eu gostei dele. (…) Só faço negócios com pessoas que eu gosto. Quando não gosto deles, não gosto deles. Tivemos uma excelente química».
Outubro
Lula e Trump conversaram por telefone no dia 6 de outubro. A ligação durou cerca de 30 minutos e tratou de assuntos econômicos, incluindo as tarifas aplicadas pelos EUA a produtos brasileiros.
Após o telefonema, Lula divulgou uma nota afirmando que os dois presidentes relembraram “a boa química” que tiveram no breve encontro em Nova York.
Lula: «Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente», afirmou. «Nós concordamos em nos encontrar pessoalmente em breve.»
Trump também comentou a ligação em uma rede social. Depois, ao responder perguntas de jornalistas, o presidente americano chamou Lula de “bom homem”.
Trump: «Nesta manhã, eu fiz uma chamada telefônica muito boa com o presidente Lula, do Brasil. Nós discutimos muitas coisas, mas a conversa focou principalmente na economia e no comércio entre os dois países. Nós teremos novas discussões e nos reuniremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu gostei da ligação telefônica — nossos países irão muito bem juntos!»
No dia 26 de outubro, Lula e Trump tiveram a primeira reunião presencial oficial na Malásia, que durou cerca de 45 minutos. Antes do encontro, os dois falaram com jornalistas. Trump disse ser uma honra estar com o presidente do Brasil e afirmou que provavelmente fariam “alguns bons acordos”.
Trump: “Nós vamos discutir [tarifas] um pouco. Nós sabemos que nós nos conhecemos. Nós sabemos o que cada um quer.”
Depois da reunião, em um evento com empresários, Lula agradeceu o encontro e disse que os dois conseguiram “fazer uma reunião que parecia impossível”.
Lula: “Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras.”
Na mesma tarde, a Casa Branca publicou nas redes sociais uma foto de Trump com Lula e elogiou o encontro entre os dois presidentes.
Dezembro
Trump e Lula voltaram a conversar por telefone nesta terça-feira, quase duas semanas depois de os EUA suspenderem parte das tarifas sobre produtos brasileiros.
Segundo o governo brasileiro, a ligação foi feita por Lula. O presidente classificou a conversa como “muito produtiva” e disse que as negociações com os EUA continuam.
Lula: “O presidente Trump ressaltou total disposição em trabalhar junto com o Brasil e que dará todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas. Concordamos em voltar a conversar em breve sobre o andamento dessas iniciativas.”
Mais tarde, em entrevista na Casa Branca, Trump confirmou que havia falado com Lula. Ele disse que a ligação “foi muito boa” e afirmou que gosta do presidente brasileiro. Instantes depois, publicou um post sobre o assunto.
Trump: “O presidente Lula e eu estabelecemos uma relação em uma reunião que ocorreu nas Nações Unidas, e acredito que isso preparou o terreno para um diálogo e acordos muito bons no futuro. Aguardo ansiosamente um reencontro e uma conversa com ele em breve. Muitas coisas boas virão dessa parceria recém-formada!”
