Brasil: miles participan en Río del lanzamiento del Carnaval 2016

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Milhares tomam o Centro na abertura não oficial do carnaval

Foi só o réveillon acabar para a folia começar. Neste domingo, de forma não oficial, nove blocos deram a largada do carnaval de rua carioca com um desfile conjunto pelas ruas do Centro. Marcado pelas redes sociais e sem autorização prévia da prefeitura, o evento reuniu pelo menos 2 mil pessoas na área da Praça Quinze, segundo estimativa dos organizadores.

A festa organizada pela Riotur, com mais de 450 blocos, só começará no dia 16, às 17h, com o desfile da Liga de Blocos e Bandas da Zona Portuária, que partirá da Praça da Harmonia e seguirá até a Praça Mauá. E o início dos desfiles das escolas de samba está marcado para a noite de 5 de fevereiro, uma sexta-feira.

Desde 2009, o coletivo Desliga dos Blocos abre o carnaval de rua da cidade antes do calendário oficial, em protesto contra a série de normas e documentação exigida pela prefeitura para os desfiles. O céu cinzento de ontem não afastou os foliões, que tiraram as fantasias do armário para cair na folia. Usando uma toalha de banho e sempre passando um esfregão nas costas, o estudante de pedagogia João Victor Brito, de 25 anos, afirmou que estava adorando tomar banho de respingos de chuva na festa.

– Uma amiga me chama de orixá do carnaval, porque só apareço nas ruas esta época do ano. Em janeiro, já começo a matar a saudade da folia. Os melhores blocos são os que não têm tanta divulgação – disse João.

De pernas de pau, a atriz Raquel Potí, que ganhou no último carnaval o Serpentina de Ouro, prêmio concedido pelo GLOBO aos destaques da folia de rua, ajudou a animar o evento, levando muita gente a olhar para o alto.

– Andar de pernas de pau ficou mais acessível para todo mundo. Antes, era só para a turma do circo. Hoje, há várias oficinas para quem quer aprender, com aulas na Praça São Salvador, em Laranjeiras, nos jardins do Museu de Arte Moderna e na Lapa – destacou Raquel.

Segundo o maestro do Monobloco, Celso Alvim, devido às obras do VLT no Centro, foi necessário mudar o local do próximo desfile. O desfile acontecerá em 14 de fevereiro na Rua Primeiro de Março e na Avenida Presidente Antônio Carlos.

Presidente da liga Sebastiana, que reúne 12 blocos, Rita Fernandes destacou que brincadeiras com o cenário político nacional deverão dar o tom do carnaval de rua carioca:

– Teremos vários blocos fazendo críticas aos acontecimentos políticos. Os foliões deverão usar muitas máscaras de figuras que frequentam noticiários por conta dos escândalos. Mas também haverá espaço para celebração do centenário do samba e das Olimpíadas.

Roberto Veloso, presidente da liga Folia Carioca, que agrega 22 blocos, afirmou que está animadíssimo para o carnaval de 2016, mas reclamou da falta de apoio e disse que a crise financeira do estado poderá prejudicar a folia de rua:

– Os blocos estão se preparando para o carnaval sem receber um real sequer do poder público. No ano passado, ganhamos R$ 45 mil por meio de um edital da Secretaria estadual de Cultura. Agora, temos a promessa de receber R$ 30 mil do órgão, mas não estamos contando com esse dinheiro.

Sem repasse de verbas, blocos como Orquestra Voadora, Dinossauros Nacionais e Marcha Nerd buscam recursos por meio de projetos de financiamento coletivo organizados pela internet.

O secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello, disse que ainda precisa fechar o planejamento para divulgar, na semana que vem, o calendário oficial dos blocos:

– O número de blocos será similar ao do ano passado, em torno de 450, com 600 desfiles. O que posso adiantar é que não haverá nenhum bloco a mais na Zona Sul. Não entrarão blocos novos no lugar daqueles que deixarão de desfilar. Não deixaremos a região ficar ainda mais saturada. No Centro, deveremos manter a quantidade. O que estamos fazendo é espalhar a folia para as zonas Norte e Oeste.

Além dos blocos, as quadras das escolas são destino certo para quem gosta de curtir a folia pré-carnavalesca. Os ensaios técnicos no Sambódromo também são uma opção. Nos fins de semana deste mês, até o dia 31, 20 agremiações passarão pela Sapucaí antes dos desfiles oficiais. A entrada é gratuita.

TURISTAS CAEM NA FOLIA, MESMO SEM SAMBA E COM AVENIDA VAZIA

Turistas que vieram passar o réveillon na cidade aproveitaram o primeiro fim de semana de 2016 para sentir o gostinho de desfilar pela Sapucaí — mesmo sem música e com arquibancadas vazias. No sábado e ontem, mais de 500 visitaram o Espaço Cultural Carnaval e Comunidade, no Setor 3 do Sambódromo, e boa parte alugou alegorias e adereços para tirar fotos com a Praça da Apoteose ao fundo. O tempo chuvoso não impediu que argentinos, peruanos, coreanos, americanos e brasileiros de outros estados bancassem os foliões na avenida.

Em sua primeira visita ao Rio, a professora Marilea Ecola, de Buenos Aires, fez questão de conhecer a Sapucaí “para sentir a energia do lugar”. Ela vai levar para casa imagens de sua filha Liza, de 7 anos, fantasiada como uma autêntica integrante de escola de samba carioca.

— Adoramos a cidade e achamos essa experiência muito divertida — disse Marilea, que, ao lado do marido, fez vários cliques da menina paramentada com uma fantasia azul e branca.

A paulistana Mônica Chá, que já tinha vindo ao Rio, também passou o Ano Novo na cidade e, como não poderá voltar no carnaval, foi até o Sambódromo para mostrar ao pais, ao marido e à filha onde acontecem os desfiles.

— Eu amo o Rio e o carnaval. Já assisti à festa na avenida e, em uma outra ocasião, desfilei pela União da Ilha. Ainda não tinha vindo a este espaço no Setor 3 do Sambódromo e não sabia que alugavam fantasias aqui. A ideia é ótima — afirmou Mônica, que, cheia de adereços, posou para fotos com a filha e o marido.

Criado para atender turistas, o Espaço Cultural Carnaval e Comunidade aluga fantasias por R$ 10 e chapéus e enfeites de cabeça por R$ 5. A maioria das peças foi doada por agremiações do Grupo Especial. No local, há uma exposição sobre a folia na avenida e uma loja, que vende camisetas de escolas de samba e outras lembranças carnavalescas.

O espaço cultural é administrado pela Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras) e fica aberto diariamente, das 9h às 17h. Aos domingos, fecha às 15h.

O Globo

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