«Al editorial de Folha de São Paulo publicado este domingo queda la respuesta de la Presidenta: jamás renunciaré» – Dilma Rousseff, presidenta de Brasil

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‘Jamais renunciarei’, diz Dilma, pelo Facebook

“Jamais renunciarei”, disse a presidente Dilma Rousseff, em sua página oficial no Facebook, neste domingo (3). Foi uma resposta ao editorial “Nem Dilma, nem Temer”, do jornal Folha de S.Paulo, que defende a renúncia da presidente e do vice. O jornal diz que a saída voluntária livraria o país de uma presidente que “perdeu as condições de governar”, sem o desgaste de um processo de impeachment movido por “vários motivos, nenhum deles irrefutável”. Michel Temer “tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade” e o presidente da Câmara Eduardo Cunha, terceiro na linha sucessória, deve ser afastado, diz o editorial.

Eis a mensagem da presidente Dilma:

“Setores da sociedade favoráveis à saída de Dilma, antes apoiadores do impeachment, agora pedem sua renúncia. Evitam, assim, o constrangimento de respaldar uma ação ‘indevida, ilegal e criminosa’. Ao editorial da Folha de S.Paulo publicado neste domingo (3), fica a resposta da presidenta: ‘jamais renunciarei’”.

O vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não comentaram o editorial.

Desde março, a imprensa estrangeira pede a saída de Dilma. No dia 20, foi o jornal The Guardian (em inglês). Três dias depois, a revista The Economist publicou a reportagem de capa Time to go (hora de ir). “A nomeação de Lula parece uma tentativa grosseira de atrapalhar o curso da Justiça. Mesmo se não foi a intenção, seria esse o efeito. Este foi o momento em que a presidente escolheu os estreitos interesses de seu partido político acima da lei. Ela se tornou assim inapropriada para continuar presidente”, disse a revista britânica. No dia seguinte, Dilma convocou a imprensa estrangeira e disse que não renunciaria. “A paz reina”, afirmou.

A briga da presidente com a Economist é antiga. Em dezembro de 2012, a revista disse que a presidente deveria demitir Guido Mantega, o ministro da Fazenda, se quisesse sucesso em um segundo mandato. “Em hipótese alguma o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto brasileiro, vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira”, disse Dilma. Quando a piora nos indicadores econômicos ameaçou a reeleição, em setembro de 2014 Dilma demitiu Mantega em uma entrevista: “Governo novo, equipe nova”, disse.

“A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país. (…) Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece. (…) Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada.”

“Embora existam motivos para o impedimento, (…) nenhum deles é irrefutável. (…) Pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva.” (…)

“A renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão.”

“A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade.”

“Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha – o próximo na linha de sucessão.” (…)

“Dilma Rousseff deve renunciar já.”

Epoca Globo

Rousseff: «jamás renunciará»

La mandataria respondió en su pagina de Facebook a una editorial del diario Folha de S. Paulo, en el planteaban su renuncia.

La presidenta Dilma Rousseff reafirmó a través de su página oficial en Facebook, que jamás renunciará al puesto. La declaración fue una respuesta al editorial publicado en la edición dominical del diario Folha de S. Paulo, según el cual la mandataria perdió las condiciones de gobernar el país y por lo tanto debería demitir.

El texto publicado en el perfil de Rousseff dice: “Sectores de la sociedad favorables a la salida de Dilma, antes partidarios de la destitución, ahora piden su renuncia. Por lo tanto evitan la vergüenza de apoyar una acción judicial indebida, ilegal y criminal.” “Jamás renunciaré”, afirmó la presidenta.

Junto al texto, fue publicado un vídeo de casi un minuto que reúne extractos de una entrevista y de un discurso de Rousseff, en los que la mandataria dice frases como “No he cometido ningún delito previsto en la Constitución y en las leyes que justifique la interrupción de mi mandato. Jamás renunciaré” y “No caben las medias palabras. Lo que está en curso es un golpe contra la democracia y les puedo asegurar que no pactaré con eso, por lo que no renuncio en ningún caso”.

En un editorial titulado “Ni Dilma ni Temer”, el periódico Folha de S. Paulo dice que mientras Rousseff permanezca en el cargo, la nación seguirá paralizada, y que hoy la mandataria representa un obstáculo a la recuperación de Brasil. El texto también cita el vicepresidente Michel Temer, indicando que él debería estar consciente de que no tiene el apoyo suficiente en la sociedad. Según el texto, sería una bendición que el poder volviera pronto a las manos del pueblo para que se eligiera alguien con la legitimidad necesaria. La asesoría del vicepresidente dijo que Temer no hará comentarios sobre el editorial.

Ansur

 

Editorial del diario Folha de Sao Paulo, domingo 3 de abril

Nem Dilma nem Temer

A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país.

É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática.

Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece.

Formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment. As maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil tomaram as ruas a exigir a remoção da presidente. Sempre oportunistas, as forças dominantes no Congresso ocupam o vazio deixado pelo colapso do governo.

A administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça.

Mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como ela possa voltar a governar. Os fatores que levaram à falência de sua autoridade persistirão.

Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país.

Esta Folha continuará empenhando-se em publicar um resumo equilibrado dos fatos e um espectro plural de opiniões, mas passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional.

Embora existam motivos para o impedimento, até porque a legislação estabelece farta gama de opções, nenhum deles é irrefutável. Não que faltem indícios de má conduta; falta, até agora, comprovação cabal. Pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva.

Mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva; o impeachment tenderá a deixar um rastro de ressentimento. Já a renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão.

A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação.

O Tribunal Superior Eleitoral julgará as contas da chapa eleita em 2014 e poderá cassá-la. Seja por essa saída, seja pela renúncia dupla, a população seria convocada a participar de nova eleição presidencial, num prazo de 90 dias.

Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo.

Dilma Rousseff deve renunciar já, para poupar o país do trauma do impeachment e superar tanto o impasse que o mantém atolado como a calamidade sem precedentes do atual governo.

Folha de S.Paulo

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