Masivas marchas y huelgas en todo Brasil contra la reforma previsional y en defensa de la educación

EFE-Fernando Bizerra Jr
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Masiva marcha contra el ajuste en Educación

Miles de estudiantes, trabajadores y movimientos sociales volvieron a copar las calles de Brasil en una nueva jornada de protesta contra los recortes en educación promovidos por el presidente, Jair Bolsonaro, aunque entre las reivindicaciones también sumaron el rechazo a la reforma del sistema previsional, y los reclamos territoriales de mujeres indígenas. Las marchas se repitieron en más de 150 municipios de Brasil, y son las más masivas tras las convocadas en mayo pasado por el bloqueo de fondos a universidades federales.

Las concentraciones más importantes tuvieron lugar en Río de Janeiro y en San Pablo, aunque en Brasilia, capital del país, grupos de estudiantes y profesores universitarios contaron además con el apoyo de grupos de mujeres campesinas e indígenas. A través de Twitter, los usuarios expresaron su apoyo a la manifestación, compartiendo los hashtags #TsunamiDaEducação y #Tsunami13Agosto.

La Unión Nacional de Estudiantes (UNE) convocó a los jóvenes a movilizarse contra las restricciones presupuestarias, la defensa de la autonomía universitaria y el rechazo al proyecto “Future-se”, propuesto por el Ministerio de Educación brasileño, un intento de privatizar a las universidades públicas, y un gran paso en el camino hacia la mercantilización de la educación.

Se trata de la tercera movilización motorizada por estudiantes contra la política educativa del gobierno de Bolsonaro, decidido, según sus palabras, a emprender una cruzada contra lo que considera el «marxismo cultural» en el área educativa. El Ejecutivo también había anunciado previamente importantes recortes en los fondos destinados a universidades.

La UNE expresó mediante un comunicado su postura frente al proyecto, explicando que jamás la organización fue consultada al respecto. “El programa Future-se fue construido sin ningún debate previo con los sectores que componen la universidad: estudiantes, profesores, técnico-administrativos, rectores y pro-rectores. Se habla sólo de discusiones con especialistas y empresarios. Eso demuestra a que intereses sirven la implementación de ese proyecto, ciertamente no son los de la educación y del pueblo brasileño”, manifestaron.

La organización estudiantil fue recibida el jueves pasado por el ministro de Educación, Abraham Weintraub, en Brasilia, pero no obtuvo, según sus miembros, respuestas satisfactorias. “El ministro no supo dar ninguna respuesta sobre las dificultades por las que atraviesan las universidades ni sobre los problemas del programa Future-se», dijo Julia Aguiar, directora de la UNE. «El ministro no sabía cómo responder a nuestras preocupaciones sobre la autonomía universitaria, sobre el número de leyes que cambiarían con el proyecto y no sabía cómo explicar en qué estudios se basaba la propuesta. Sentimos que el ministro no tenía respuestas objetivas”, agregó.

Los recortes en universidades e institutos federales ya ascienden a más de 6000 millones de reales (unos 1500 millones de dólares). Distintas instituciones educativas ya declararon públicamente el riesgo de dejar de ejecutar actividades debido a la falta de inversión.

«Campaña de mentiras»

Organizaciones de trabajadores y movimientos sociales también se sumaron a la jornada de protesta para repudiar la reforma previsional que impulsa Bolsonaro en el Congreso. Las mujeres indígenas, por su parte, expresaron su rechazo a las políticas oficiales en relación a los pueblos originarios y sus tierras.

Bajo el lema «Territorio: nuestro cuerpo, nuestro espíritu», unas 3 mil indígenas provenientes de distintas partes del país denunciaron en Brasilia las «políticas genocidas» del gobierno de Bolsonaro, que se opone a nuevas demarcaciones de tierras, y pretende abrir reservas a actividades como la minería.

Además del rechazo a las políticas educativas y territoriales, los participantes también sumaron sus críticas a la reforma del sistema de pensiones y jubilaciones, proyecto clave del gobierno en materia económica, y que fue aprobado en sus dos instancias por la Cámara de Diputados. La legislación, que busca modificar la edad mínima para acceder a una jubilación, ahora necesita el aval del Senado brasileño, donde también será sometido a una doble votación y necesitará obtener una mayoría de tres quintos.

La poderosa Central Única de Trabajadores (CUT) de Brasil denunció que Bolsonaro impulsó su iniciativa a partir de una “campaña de mentiras” que buscaba obtener el apoyo necesario. Mediante esa campaña, “llena de noticias falsas, así como de métodos publicitarios mentirosos y astutos, el gobierno de Bolsonaro le dijo al pueblo que la reforma del Instituto Nacional del Seguro Social (INSS) corregirá las distorsiones y combatirá los privilegios”, según manifestó Rosely Rocha en un artículo publicado en el sitio web de la CUT.

Con la reforma jubilatoria, el gobierno brasileño pretende reducir el gasto apelando a un sistema de pensiones que considera «quebrado», acabar con el déficit en el sector público, y liberar recursos para la inversión en sectores claves. Muy pocos, sin embargo, parecen confiar en esas promesas.

Página|12


Atos contra cortes de Bolsonaro na educação e contra a reforma alcançam 204 cidades

As manifestações em defesa da educação e contra a política de cortes do governo de Jair Bolsonaro (PSL) levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas em 204 cidades em todos os estados do país. Os cortes no Ministério da Educação (MEC) e o contingenciamento no orçamento das universidades e institutos federais já ultrapassam R$ 6 bilhões. Estudantes e trabalhadores protestaram também pela defesa da aposentadoria e dos direitos que estão sendo retirados com a “reforma” da Previdência. Do asfalto para o ambiente virtual, ao longo de quase todo o dia, a hashtag #Tsunami13Agosto manteve-se em primeiro lugar no Twitter, no Brasil.

São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre realizaram manifestações que se espalharam por 204 cidades do país, mobilizando cerca de 1 milhão de pessoas, segundo balanço da União Nacional do Estudantes (UNE).

Em Fortaleza, o ato se concentrou na Praça da Gentilândia e seguiu pelas ruas do centro até finalizar a caminhada na Praça do Ferreira. Também esteve na mira dos manifestantes o programa Future-se, lançado pelo governo Bolsonaro e que pretende ampliar a participação de recursos da iniciativa privada nas instituições públicas de ensino superior.

“São três pautas muito importantes para os estudantes e para nós, trabalhadores e trabalhadoras. Desde o começo do mandato, Bolsonaro tenta nos atacar de todas as formas, seja no acesso a direitos sociais, à educação ou ao movimento sindical, incansável na luta diária em defesa da democracia e da classe trabalhadora. Precisamos continuar assim, unidos e fortes, lutando por um país mais justo e igualitário, para todos e todas”, afirmou Wil Pereira, presidente da CUT Ceará.

Estudantes, professores, servidores públicos e movimentos sociais também realizar atos pelo interior do estado, em cidades como Cascavel, Crateús, Iguatu, Juazeiro do Norte, Morada Nova, Russas, Sobral, entre outras. Ainda no Nordeste, uma multidão também tomou as ruas de João Pessoa, Salvador, Recife e Aracaju.

Manifestações de estudantes e trabalhadores também ocorreram na região Norte, em cidades como Manaus, Belém e Marabá (PA).

Na região Sul, mesmo com o forte frio, uma caminhada reuniu cerca de 30 mil pessoas nas ruas do centro de Porto Alegre. Houve também manifestações em Florianópolis e Curitiba.

Na região Centro-Oeste, estudante e trabalhadores saíram às ruas em Goiânia para protestar contra os cortes na educação e a “reforma” da Previdência.

Rede Brasil Atual


Minuto a minuto: Como foram as mobilizações contra os cortes e o programa «Future-se»

Estudantes e trabalhadores saíram novamente às ruas nesta terça-feira (13) contra os cortes no orçamento da educação e o projeto «Future-se», que pretende terceirizar o financiamento da educação pública, lançado recentemente pelo governo de Jair Bolsonaro. Os atos também denunciaram o desmonte da Previdência que está sendo realizado pelo Congresso Nacional.

Com os cortes na Educação, o contingenciamento nas universidades e institutos federais já soma R$ 6,1 bilhões, e as instituições já declararam publicamente o risco de perder suas atividades devido à falta de investimento. As manifestações foram realizadas em 208 cidades.

Brasil de Fato


Previdência: líderes do Senado preveem concluir votação da reforma em 2 de outubro

Os líderes partidários do Senado definiram nesta terça-feira (13) o calendário da tramitação da reforma da Previdência. Pelo calendário, a proposta será votada no plenário em primeiro turno em 18 de setembro e, em segundo turno, em 2 de outubro.

A reforma foi aprovada pela Câmara na semana passada e entregue ao Senado. O texto passará, primeiro, pela Comissão de Constituição e Justiça e, depois, seguirá para votação em plenário.

Por ser uma proposta de emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa ser submetida a dois turnos de votação para ser aprovada.

O relator da reforma, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), já disse que o texto aprovado pelos deputados é «ótimo» e que eventuais mudanças devem ser feitas por uma PEC paralela.

Isso porque, se os senadores mudarem o texto da Câmara, os deputados terão de analisá-lo novamente.

Calendário
Veja o calendário aprovado na reunião de líderes:

AGOSTO

AGOSTO

  • 8: recebimento da PEC;
  • 14: votação de requerimentos de audiências públicas;
  • 19 a 21: audiências públicas;
  • 28: leitura do parecer e concessão de vista coletiva.

SETEMBRO

  • 4: Votação na CCJ;
  • 10 a 13 e 16: discussão em primeiro turno;
  • 17: emendas de mérito; leitura e vista coletiva por 24 horas sobre as emendas;
  • 18: votação na CCJ e votação em plenário em primeiro turno;
  • 19 a 25: intervalo de cinco sessões;
  • 26, 27, 30: discussão da PEC pelo plenário em segundo turno.

OUTUBRO

  • 1°: emendas de redação na CCJ; leitura do parecer e vista coletiva por 24 horas;
  • 2: Votação na CCJ e votação em plenário em segundo turno;
  • entre 8 e 10: promulgação pelo plenário do Congresso (estimativa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre).

O que prevê a reforma

reforma da Previdência prevê, entre outros pontos:

  • idade mínima de aposentadoria: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres;
  • tempo mínimo de contribuição para trabalhadores do setor privado: 15 anos para mulheres e 20 anos para homens (15 anos para homens já no mercado de trabalho);
  • tempo mínimo de contribuição para o funcionalismo público: 25 anos para homens e mulheres;
  • idade mínima de aposentadoria para trabalhadores da área rural: 55 anos para mulheres e 60 anos para homens;
  • idade mínima de aposentadoria para professores: 57 anos para mulheres e 60 anos para homens;
  • policiais federais, legislativos, civis do DF e agentes penitenciários: idade mínima de 55 anos para homens e mulheres poderem se aposentar;
  • regras de transição para quem já está no mercado de trabalho.

Novo pacto federativo

Na reunião de líderes, também ficou decidido que as propostas relacionadas ao chamado novo pacto federativo serão destravadas no Congresso por meio de quatro propostas de emenda à Constituição e projetos de lei.

«E está estabelecido, na relação política com o governo, a construção de quatro emendas constitucionais que vão resolver os problemas de estados e municípios que sofrem por terem obrigações para fazer em seus estados e municípios e não terem os recursos necessários», afirmou Alcolumbre, após a reunião de líderes.

Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participará na próxima semana de uma audiência na Casa para apresentar as iniciativas que compõem o pacto federativo.

Entre as propostas, estão o fim da Lei Kandir, o repasse de recursos federais provenientes da cessão onerosa do pré-sal e do Fundo Social, além de prolongar o prazo de 2024 para 2028 para o pagamento de precatórios.

OGlobo


6ª edição tem como temas a agroecologia e o enfrentamento da violência contra a mulher no campo

No dia 14 de agosto, às 7h, um grupo de mulheres sairá do Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília, para marchar em direção à Esplanada dos Ministérios, um centro de decisões chave para o País. Segundo estimativas, elas serão mais de 100 mil. O horário não assusta: para mulheres rurais, da floresta e das águas, o nascer do sol é rotina em seus trabalhos, que se concentram em setores da agricultura familiar e da agroecologia.

A Marcha das Margaridas é a maior ação de mulheres da América Latina e entrará em sua sexta edição a partir desta terça-feira 13, em que será feita uma sessão solene na Câmara dos Deputados para trazer a temática das camponesas. Outras atividades estratégicas devem tomar corpo ao longo do dia, mas é apenas no dia 14 que elas colocarão nas ruas as vozes, os corpos e os chapéus de palha pelas demandas. Por acontecer a cada quatro anos, a Marcha pode escapar do calendário tradicional de atos – como o 8 de março, outra data importante para o movimento das mulheres -, mas contará com o suporte e a presença de indígenas, quilombolas e mulheres urbanas.

A coordenadora nacional da Marcha, Maria José Morais, explica que o movimento foi criado em homenagem a Maria Margarida Alves, sindicalista assassinada em 1983 por enfrentar barões do açúcar em Alagoas. Entre as principais pautas que unem as trabalhadoras rurais, a coordenadora destaca uma “luta de classes” pela manutenção de direitos, como a aposentadoria.

“Por mais que nós não fomos atingidos diretamente [pela reforma aprovada na Câmara, que teve a alteração da aposentadoria rural vetada], têm outras categorizas com as quais a gente se solidariza”, explica Morais, que também é Secretária de Mulheres da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). Nascida em Batalha, município piauiense localizado a 165 km de Teresina, Maria José é ligada desde os 16 anos à causa sindical. “Trabalhava com a juventude em programas que garantissem a permanência no campo, que ficassem não por obrigação, mas por se sentirem à vontade porque teriam educação, saúde, esporte, cultura e lazer”, explica.

Agricultoras familiares, camponesas, sem-terra, acampadas, assentadas, assalariadas, trabalhadoras rurais, artesãs, extrativistas, quebradeiras de coco, seringueiras, pescadoras, ribeirinhas, quilombolas, indígenas e quem mais estiver no cenário rural. As 100 mil que chegam à Brasília são diversas, mas encaram realidades palpáveis no cenário atual, como o avanço histórico do desmatamento na Amazônia, a liberação de agrotóxicos em um ritmo jamais visto e demais ameaças à integridade das trabalhadoras.

A questão da violência contra a mulher nos interiores brasileiros é, para Maria José, a questão que mais lhe tira o sono. “Não dão a importância necessária, fica invisibilizado. A gente não tem, infelizmente, um instrumento para ter esse diagnóstico, para saber como que é essa violência. Mas acontece feminicídio também no campo, e ele precisa ser visto.”, completa.

A defesa pelo modo de vida das margaridas é um ponto permanente, que passa, também, pelo direito à terra e à denominação na titulação conjunta da propriedade – uma demanda conquistada pelas mulheres na Marcha de 2003, no governo do ex-presidente Lula. Maria José explica que a articulação com todas as camadas vêm de, pelo menos, 2 anos de trabalho antes do ano da próxima edição, um trabalho de base minucioso.

“A gente trabalha com 10 eixos temáticos que são extremamente importantes. Dentre eles, está a questão da previdência, da saúde, da educação, da terra, da água, da agroecologia. Desde o final de 2017, viemos fazendo esse debate com cada uma de nossas companheiras, para que todas as mulheres que vêm a Brasilia saibam o significado politico da Marcha das Margaridas e qual o impacto da Marcha na vida das mulheres.”, explica Maria José.

Em 2019, porém, uma tradição será quebrada: elas não entregarão ao governo as pautas de debate – pelo menos, não antes da Marcha acontecer, de fato. Maria José Morais diz que os ‘retrocessos reais’ do atual governo deixam a Marcha com um caráter de pressão, e não primeiramente de negociação. Na Esplanada, mesmo sem serem avisados, os políticos estarão cientes de que as margaridas estarão por lá. Em uma de suas canções, elas clamam:

“Terra sadia pra lucrar/ Canja na mesa no jantar / Um mínimo para se ter / Direito à paz e ao prazer”

Carta Capital


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