Bolsonaro insulta a la prensa y ataca a Lula: «Solo con fraude el ‘nueve dedos’ puede volver»
Jair Bolsonaro contra Lula da Silva: «Solamente con fraude el ‘nueve dedos’ puede volver»
El presidente brasileño, Jair Bolsonaro, dijo que el opositor Luiz Inácio Lula da Silva solo vencerá en las elecciones de 2022 si hubiera un fraude, en las primeras declaraciones realizadas tras los actos de protesta contra el gobierno del sábado pasado, observados con «atención» por miembros del gobierno.
Bolsonaro se refirió a Lula como «nueve dedos», debido a que el exmandatario perdió el meñique de su mano izquierda. «Solamente con fraude el nueve dedos puede volver» al gobierno en los comicios de octubre del año que viene, declaró el gobernante en la mañana de este lunes en Brasilia.
Bolsonaro volvió a demandar que el Congreso apruebe el «voto impreso» y deponga el sufragio a través de urnas electrónicas que, en su opinión, se presta a manipulaciones. El gobernante de extrema derecha sostiene que en 2018, cuando fue electo en segundo turno, hubo un fraude en su contra que le impidió ser electo en la primera vuelta.
El año pasado denunció un «fraude» en perjuicio de su aliado, el expresidente norteamericano, Donald Trump, y luego justificó el ataque al Congreso estadounidense por parte de seguidores del exgobernante del Partido Republicano. Bolsonaro ha tomado como bandera, y tema recurrente de sus discursos, la denuncia de que halla anomalías en los comicios.
La semana pasada advirtió que si Lula da Silva gana podrá haber una «convulsión» nacional puesto que una parte de la sociedad desconocerá ese resultado. Varias encuestas recientes indicaron que Lula, del izquierdista Partido de los Trabajadores (PT), es el favorito de cara a los comicios de octubre del año próximo por un margen superior a los 10 puntos en un eventual balotaje.
Lula comenzó a recorrer el país en busca de aliados, incluso del campo conservador, que en su momento respaldaron al candidato Bolsonaro en los comicios de octubre 2018, a partir de una plataforma que en el corto plazo prioriza la formación de un frente para presionar por el cambio de la política sanitaria.
Brasil llegó a los 500 mil fallecimientos por el Covid el sábado pasado cuando miles de personas manifestaron contra el gobierno en todas las capitales estaduales y el Distrito Federal, además de cerca de 300 ciudades de porte medio. Lula no participó en las marchas, a las que apoyó a través de un mensaje en el que deploró el «genocidio» del gobierno.
Bolsonaro dijo, en tono aparentemente mordaz, que las protestas fueron comandadas por la «petralla», un apelativo que en la jerga política expresa la unión de petista, seguidor del PT, con ametralladora. El gobernante acotó, aludiendo a los petistas, «coman mortadela amigos, eso hace bien a la salud», echando mano a una ironía sobre el consumo de ese embutido por parte de la población humilde.
Las movilizaciones del sábado convocaron más público que las del 29 de mayo, cuando la oposición realizó los primeros actos callejeros desde el inicio de la pandemia, según el análisis del diario Folha de San Pablo.
Dos ministros del gobierno dijeron, a condición de anonimato al diario O Globo de este lunes, que siguieron con «atención» las protestas de este sábado para poder medir el tamaño de la convocatoria del «enemigo».
Desde el Palacio del Planalto, presidencia, se admite que la situación sanitaria afectó a la imagen de Bolsonaro aunque confían en que se recuperará en los próximos meses conforme aumente el número de vacunados y la economía retome el crecimiento.
Hasta el momento fueron inmunizados 63 millones de brasileños, siendo que 24 millones ya recibieron las dos dosis y están técnicamente inmunizados. Entre tanto Bolsonaro volvió a omitir este lunes todo comentario sobre el medio millón de personas fallecidas por la dolencia.
Durante una plática informal en el Palacio de Alvorada, residencia oficial, refirió al conductor del principal informativo de la TV Globo, William Bonner, que el sábado criticó al gobierno por los 500 mil fallecimientos. «Quien estuviera con Covid ahora ya sabe a quién consultar, al doctor William Bonner», comentó en tono mordaz Bolsonaro, sin formular ninguna apreciación sobre las víctimas fatales por la dolencia
Descontrolado, Bolsonaro manda repórter calar a boca e diz que a Globo faz ‘jornalismo canalha’
Visivelmente irritado, o presidente Jair Bolsonaro mandou uma repórter de uma afiliada da TV Globo e integrantes da sua própria equipe calarem a boca, tirou a máscara e reclamou da CNN Brasil em entrevista após a formatura de sargentos da Aeronáutica nesta segunda-feira (21) em Guaratinguetá (SP).
“Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa”, disse. O presidente se irritou inicialmente após ser lembrado que foi multado pelo Governo de São Paulo por não usar máscara.
“Você quer fazer uma pergunta decente? Eu respondo. Você é da Globo? Não quero conversa com a Globo não”, respondeu. O vídeo com a entrevista do presidente foi postado nas redes sociais por um canal bolsonarista.
O presidente se porta como censor de pauta, de comentário e de pergunta. Ofende, grita, xinga quem está fazendo o ofício com respeito e perguntando o óbvio ao dirigente de um país que se recusa a usar máscara num país com 500 mil mortos. Minha solidariedade aos colegas.
— Daniela Lima (@DanielaLima_) June 21, 2021
Em seguida, ele voltou ao tema. Ao ser questionado, mandou a repórter calar a boca.
“Cala a boca, vocês são uns canalhas. Vocês fazem um jornalismo canalha que não ajuda em nada. Vocês destroem a família brasileira, destroem a religião brasileira. Vocês não prestam”, disse.
“A Rede Globo não presta. É um péssimo órgão de informação. Se você não não assiste à Globo, você não tem informação. Se você assiste, está desinformado. Você tinha que ter vergonha na cara por prestar um serviço porco desse”, finalizou.
No fim da entrevista, Bolsonaro tirou a máscara repentinamente.
“Vocês acham que vou me consultar com Bonner ou com Mirian Leitão sobre esse assunto? Parem que tocar no assunto. Me botem no Jornal Nacional agora. Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora?”, questionou.
No último sábado (19), o Jornal Nacional, da TV Globo, exibiu um editorial sobre a marca de 500 mil mortes por Covid no Brasil.
No início da entrevista, Bolsonaro lamentou as mortes e ressaltou que sempre defendeu o tratamento precoce.
“Lamento todos os óbitos. Muito. É uma dor na família. E nós, desde o começo, o governo federal teve coragem de falar em tratamento precoce. Como está sendo conduzida essa questão parece até que é melhor se consultar com jornalistas do que com médicos”, ironizou.
O presidente disse que é a primeira vez na história que se busca atender pessoas depois de estarem hospitalizadas.
“Sempre se falou em tratamento precoce, para mulher, para homem. Os médicos sempre falam dessa maneira. Não sei porque aqui você não pode falar de tratamento precoce no Brasil”, reclamou.
Novamente, Bolsonaro disse que era a prova viva de que o tratamento funcionava. Sobre o não uso de máscara, ele disse que as pessoas fazem o que quiser.
“Eu estava com capacete balístico a prova de 762 [durante passeio de motocicleta em São Paulo no último dia 12]. Então, vou ser multado toda vez que andar de moto por aí? Sou alvo de canalhas do Brasil. Eu chego como quiser, aonde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, você não usa”, afirmou.
O presidente voltou a dizer que há um documento do TCU (Tribunal de Contas da União) que menciona uma suposta supernotificação de casos da Covid-19 no Brasil.
Mais cedo nesta segunda-feira, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, o presidente se referiu pejorativamente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o petista só vencerá a eleição no ano que vem se houver fraude.
Em defesa da PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso, Bolsonaro afirmou nos últimos dias, sem qualquer prova, que os pleitos presidenciais mais recentes foram fraudados.
«Só na fraude o nove dedos volta. Agora, se o Congresso aprovar e promulgar [a PEC], teremos voto impresso. Não vai ser uma canetada de um cidadão como este daqui, que não vai ter voto impresso. Pode esquecer isso daí», afirmou Bolsonaro em referência velada ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, crítico da adoção do voto impresso.
Bolsonaro está fora de si com seu derretimento eleitoral e a difusão da realidade, que é sua provável derrota eleitoral no ano que vem e a perspectiva da cadeia. É o desespero de quem acha que não vai conseguir ganhar tempo. pic.twitter.com/ecBOVWHqr6
— Christian Lynch (@CECLynch) June 21, 2021
NOTA RELACIONADA | “Fora Bolsonaro”: protestas en más de 400 ciudades por el mal manejo de la pandemia
