Brasil | El exjuez Moro regresó de EEUU y prepara su candidatura presidencial

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Brasil: volvió Sergio Moro y quiere ser presidente

Investigado por la Corte Suprema por haber manipulado sentencias con fines políticos contra el exmandatario Luiz inácio Lula da Silva, el exjuez Sergio Moro (foto) dejó su trabajo de consultor en Estados Unidos y volvió a Brasil para afiliarse al partido derechista Podemos de cara a ser una «tercera vía» en las presidenciales de octubre de 2022.

«Un Brasil justo para todos» escribió este martes Moro en su cuenta de Twitter, acompañando la convocatoria al acto de su afiliación, que se realizará el 10 de este mes en Brasilia. Su posible candidatura cuenta con el apoyo de figuras del grupo mediático Globo y exministros bolsonaristas como el general retirado Carlos Santos Cruz.

Moro está siendo exhibido ante los círculos de poder como el representante de un «bolsonarismo sin Bolsonaro». El partido Podemos es considerado el brazo parlamentario de lo que fue la Operación Lava Jato y un aliado en la agenda económica del Ejecutivo. Incluso uno de sus senadores formó parte de los defensores de Bolsonaro en la comisión parlamentaria del Senado que acusó al mandatario de nueve graves delitos por su gestión de la pandemia.

El Supremo Tribunal Federal determinó este año que Moro fue parcial y ejerció una persecución política contra el expresidente Lula. El entonces juez condenó a Lula en la Operación Lava Jato en 2017 y lo encarceló al año siguiente, lo que dejó al exmandatario afuera de las elecciones en las que terminó venciendo Bolsonaro. A continuación, Moro dejó la magistratura para asumir como ministro de Justicia del nuevo gobierno el primero de enero de 2019.

15 meses después, Moro terminó dando un portazo al denunciar la injerencia de su entonces jefe en la designación de comisarios de la Policía Federal. En economía es un neoliberal declarado y había llegado al gobierno por su buena relación con el ministro de Economía, Paulo Guedes.

Moro reúne un ocho por ciento de intención de voto, lejos del favorito Lula y de Bolsonaro. El exmagistrado forma parte de un pelotón llamado «tercera vía» en el que conviven el laborista Ciro Gomes y neoliberales exbolsonaristas como el gobernador de San Pablo, Joao Doria.

Página 12


Sérgio Moro está de volta para embolar o meio de campo da 3ª via

Por Ricardo Noblat

Se de fato admitir disputar a eleição presidencial do ano que vem, a princípio o ex-juiz Sérgio Moro, depois do exercício da advocacia em uma grande firma nos Estados Unidos, servirá mais para embolar o meio de campo entre os aspirantes a candidato da chamada 3ª via do que assustar Lula e Bolsonaro.

Moro desembarcou, ontem, no Brasil e deverá filiar-se ao PODEMOS em cerimônia marcada para o próximo dia 10 no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A exemplo de Rodrigo Pacheco (MG), que se filiou ao PSD, não deverá anunciar sua candidatura nem a presidente nem a nada.

Por que apressar-se? Para virar alvo desde já de ataques dos seus adversários? A filiação bastará para que todos saibam de sua disposição para influir na escolha do sucessor de Bolsonaro. Poderá fazê-lo como candidato a presidente, a vice, a governador do Paraná, a senador ou apenas a cabo eleitoral de outro nome.

Sem que até agora tenha sugerido o que de fato pretende, Moro pontua bem nas pesquisas de intenção de voto. Na mais recente do PoderData, divulgada na semana passada, apareceu em terceiro lugar com 8%, atrás de Bolsonaro com 28% e de Lula com 35%. Não é nada, não é nada, mas já é alguma coisa a ser levada a sério.

Diretor da Quaest, Consultoria e Pesquisa, Ph.D. em ciência política, Felipe Nunes disse ao jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, que Moro não teria dificuldade de atingir 30% das intenções de voto caso aglutine as candidaturas esboçadas até aqui, mas esse parece um sonho improvável de materializar-se.

Se João Doria, governador de São Paulo, for o candidato do PSDB, ele irá até o fim para ganhar ou perder. Se o candidato for Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, aí haveria espaço para entendimento. A candidatura de Ciro Gomes simplesmente é irremovível. A de Pacheco, a depender. Quem mais?

Moro é o nome que mais atrai a parcela de eleitores que odeia Bolsonaro e Lula. É com tal cacife que ele se apresenta, embora ainda não tenha decidido seu destino. A resistência da classe política a apoiá-lo é grande. Direita e esquerda o acusam de ter demonizado a política quando comandou a Operação Lava Jato.

Há resistência dentro do próprio PODEMOS. Deputados acham que ele prejudicaria sua reeleição. Querem estar à vontade para votar em qualquer outro nome ou em nenhum, mas não querem dividir com um candidato a presidente a milionária verba dos fundos partidário e eleitoral. Meu quinhão primeiro. Sabe como é.

Quem mais teria a perder com Moro candidato é Bolsonaro. É dele que Moro subtrairia votos. Os dois correm na mesma raia.

Metrópoles

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