Brasil | Lula aumenta la presión sobre el presidente del Banco Central para que rebaje la tasa de interés

947

Lula destrozó al bolsonarista que no baja las tasas de interés en Brasil

El presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticó nuevamente al presidente del Banco Central, el bolsonarista Roberto Campos Neto, por haber mantenido el miércoles por la noche la tasa de interés básica de la economía en 13,75% anual, un índice que según el mandatario atenta contra el crecimiento del país.

Durante la primera reunión del Consejo Económico y Social, entidad que agrupa a banqueros, empresarios, sindicalistas y movimientos sociales y que debe proponer políticas públicas, Lula también fustigó el precio de los automóviles y la ausencia de modelos para que puedan ser adquiridos por la mayor parte de la población.

«Es gracioso, muy gracioso lo que se piensa en este país. Todo el mundo puede hablar de todo menos de tasa de interés. Todos tienen que tener cuidado para hablar de la tasa de interés, la industria, los productores, los empresarios. Nadie quiere debatir tasa de interés, como si un hombre solo pudiera saber más que la cabeza de 215 millones de brasileños«, aseguró Lula.

Lula mantiene presión para la caída de la tasa de interés que es definida por el Banco Central, cuyo presidente tiene mandato hasta 2024 y fue instalado allí por el Senado por indicación del expresidente Jair Bolsonaro. Campos Neto argumenta que mantiene la tasa que encarece el precio del crédito y reduce la actividad económica para cumplir la meta de 3,25% anual de inflación fijada por la autoridad monetaria.

Es la sexta vez seguida desde setiembre que el Banco Central mantiene la tasa en 13,75% y la tercera en el gobierno de Lula, donde varios ministros y el Partido de los Trabajadores han pedido de la renuncia de Campos Neto, quien el día de la elección fue a votar de amarillo a Bolsonaro.

«Son tasas de interés genocidas», disparó la presidenta del PT, Gleisi Hoffmann.

Lula espera que antes de fin mes la presión de la política monetaria sobre la tasa de interés pueda reducirse en caso de que el Congreso apruebe el nuevo marco fiscal, el programa de bandas de superavit y déficit fijado por el ministro Fernando Haddad que elimina el techo del gasto público por 20 años que en 2017 había implementado el gobierno de Michel Temer con el respaldo del mercado financiero.

Roberto Campos Neto el cuestionado presidente del Banco Central de Brasil
Roberto Campos Neto, el cuestionado presidente del Banco Central de Brasil.

El presidente Lula dijo que el gobierno está empeñado en reducir el costo de los automóviles cero kilómetro para poder incentivar el consumo popular y a la industria, toda vez que en una década ha caído más del 35% la producción de vehículos nuevos.

«¿Qué pobre puede comprarse un automóvil popular por 90.000 reales (18.000 dólares). Un auto de ese precio no es popular, es para la clase media. Es necesario entender que un automóvil debe ser accesible comprarlo en cuotas para un trabajador, que la cuota pueda entrar en el presupuesto de la familia«, aseguró Lula.

El mandatario puso en marcha este jueves en el Palacio del Planalto el Consejo Económico y Social como había hecho en su primer gobierno, juntando a figuras de todos los sectores económicos para discutir política públicas novedosas.

Lula dijo que espera tener mejores relaciones con el Congreso, a horas de haber sido derrotado por la oposición y la derecha no bolsonarista que derribó el proyecto de ley enviado por el gobierno para revisar algunos puntos del marco nacional de saneamiento básico, entre ellos la participación del sector privado. Incluso votaron en contra del gobierno la mayor parte del bloque de Unión Brasil, partido de derechas que tiene tres ministerios en el gobierno.

Entre los 246 miembros del Consejo Económico y Social se encuentran figuras como Milton Maluhy Filho, CEO del banco Itaú, el privado más grande de Brasil, y el cura Julio Lancelotti, un aliado de Lula que trabaja con personas en situación de calle en el centro de San Pablo. Incluso hay representantes de las patronales agrarias que apoyaron a Bolsonaro el Ceo de Novonor, como se conoce a la empresa residual de lo que fue la gigante Odebrecht, involucrada en el escándalo de corrupción en Petrobras.

Los miembros que tendrán participación activa son los el grupo de abogados Prerrogativas, que fueron grandes aliados de Lula contra el lawfare, cuando fue condenado y enviado a prisión por orden del exjuez Sérgio Moro en la operación Lava Jato, acción anulada por la corte por ser un proceso sin pruebas y manipulado políticamente.

Télam


‘Mercado controla’: Banco Central é criticado por manter juros a 13,75%

No dia seguinte à confirmação da manutenção da taxa básica de juros (a Selic) em 13,75% por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi irônico ao criticar a medida, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se negou a falar sobre o tema.

Nesta quinta-feira (4), na reunião de abertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o «Conselhão», Lula disse que «Todo mundo aqui pode falar de tudo. Só não pode falar de juros», em referência às cobranças que recebe por criticar a política do BC.

«Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros. Como se um homem, sozinho, pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas», acrescentou. O «homem» em questão é o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado para o cargo pelo antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

Desde 2021, o BC tem autonomia em relação ao governo, com mandatos de quatro anos para o presidente e os diretores da autarquia sem que haja uma coincidência com o mandato do chefe do Executivo. Na prática, isso significa que Lula não tem poder para destituir a equipe liderada por Campos Neto.

Antes da reunião do Conselhão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se negou a falar sobre o assunto. Abordado por jornalistas a caminho da cerimônia, Haddad se limitou a dizer «hoje eu não vou comentar». Consultado sobre o tema antes do anúncio da manutenção da taxa, o ministro tinha afirmado que era viável que o índice baixasse.

Diante do cenário, desde antes de assumir o governo, Lula e seu entorno têm travado embates com o BC, especialmente em relação ao tema dos juros altos. Para o economista Andre Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), esse embate deve continuar. Ele afirma que é direito do governo brigar por taxas mais baixas, já que elas interferem em toda a política econômica do país.

«Eu não concordo com a visão típica de mercado financeiro, dos economistas ortodoxos, de que o presidente da República não pode se manifestar sobre a política monetária, ele é o presidente eleito. A política monetária, ainda que haja autonomia operacional do Banco Central, está sob a alçada do presidente da República, ele é o líder do governo», ponderou.

Roncaglia avalia que o próprio Haddad, que preferiu não comentar o assunto nesta quinta, deve ter papel fundamental nesse processo. Ele acredita que o avanço das discussões sobre o novo arcabouço fiscal no Congresso pode fazer com que o ministro tenha cartas na manga para negociar com o BC.

O arcabouço, aliás, foi citado na ata divulgada pelo Copom após a reunião que definiu a manutenção da taxa de juros em patamar que já vigora desde agosto de 2022. Segundo o Comitê, a proposta e a reoneração dos combustíveis «reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal». Enquanto isso, porém, o BC segue se pautando nas expectativas de inflação apontadas por economistas do mercado financeiro.

«A autonomia foi pensada exatamente para que o Banco Central pudesse ficar blindado de interferência política. O problema do desenho da autonomia do Banco Central como a gente tem hoje é que ela blinda o Banco Central da influência do poder executivo, mas não blinda o Banco Central da influência do mercado financeiro», avaliou Roncaglia.

Centrais criticam e pedem saída de Campos Neto

Algumas das principais centrais sindicais do país se manifestaram de maneira incisiva contra a manutenção das taxas de juros pelo Copom. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a manutenção do índice é «inaceitável».

«Ao manter as mais altas taxas de juros do mundo, o BC continua a boicotar o governo, a impedir a retomada do crescimento e a geração de emprego e renda. E faz isto para beneficiar especuladores e rentistas, em detrimento de quem investe na produção e na prestação de serviços», afirmou a CUT, em nota.

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) também se manifestou em nota. O texto, assinado pelo presidente da entidade, Antonio Fernandes dos Santos Neto, pediu a saída imediata» de Campos Neto, afirmando que o Copom «promove um ataque direto ao desenvolvimento, à geração de emprego e ao futuro do Brasil».

«Pedimos a revogação da Independência do Banco Central ou, pelo menos, a mudança na lei, estabelecendo a estabilidade monetária e a busca pelo pleno emprego como metas imediatas e prioritárias, o chamado duplo mandato. O Congresso Nacional deve agir para que a política monetária seja subordinada aos interesses do povo brasileiro e não dos banqueiros», prosseguiu o texto.

Brasil de Fato

Más notas sobre el tema