Brasil: Cancillería rechaza declaraciones de Israel sobre presidente Lula
El Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil rechazó este martes las declaraciones del titular de Defensa y exministro de Asuntos Exteriores de Israel, Israel Katz, al insultar al presidente del país, Luiz Inácio Lula da Silva.
El alto funcionario israelí “volvió a proferir insultos inaceptables, falsedades y comentarios groseros contra Brasil y el presidente Lula”, reconoció la cancillería.
De igual manera, el ente brasileño precisó que, “en lugar de sus mentiras y ataques habituales, se espera que Katz asuma su responsabilidad y descubra la verdad sobre el ataque de ayer al Hospital Nasser en Gaza, que mató al menos a 20 palestinos, incluidos pacientes, periodistas y trabajadores humanitarios”.
“En lugar de sus mentiras y ataques habituales, se espera que el Sr. Katz asuma su responsabilidad e investigue la verdad sobre el ataque de ayer al Hospital Nasser en Gaza, que causó la muerte de al menos 20 palestinos, entre ellos pacientes, periodistas y trabajadores… pic.twitter.com/ZdTyTlGv8X
— Nacho Lemus (@LemusteleSUR) August 26, 2025
Al fundamentar que “las operaciones militares israelíes en Gaza ya han causado la muerte de 62.744 palestinos, un tercio de los cuales son mujeres y niños, el Ministerio asegura que, como “ministro de Defensa, el Sr. Katz no puede eludir su responsabilidad de garantizar que su país no solo impida, sino que también evite, el genocidio contra los palestinos”.
Mientras Israel ha aplicado una política de hambruna como arma de guerra impuesta a la población palestina como declara la cancillería, el Estado sionista está siendo investigado por la Corte Internacional de Justicia por posibles violaciones de la Convención para la Prevención y la Sanción del Delito de Genocidio.
En febrero de 2024, Israel declaró a Lula persona non grata para el país después de que el presidente brasileño calificara las muertes de civiles en Gaza como genocidio, y en ese momento, el presidente retiró de Israel al embajador Frederico Meyer.
Movimientos sociales brasileños vs. genocidio
El Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) se ha pronunciado en contra del genocidio a Palestina.
En este sentido, el movimiento ha declarado que “el Estado de apartheid israelí no se ha limitado a masacrar a la población de Gaza, sino que también destruyó deliberadamente todo lo que representa y sostiene la vida en la franja de Gaza”.
FOME EM GAZA NÃO É PONTUAL 🇵🇸
De khobeza em sopas à escassez total, famílias vivem fome inédita sob bloqueio israelense. ONU: “o lugar mais faminto do planeta”.
📲 Saiba mais: https://t.co/TSZ4rqNTPR pic.twitter.com/dfaIYXPqGA
— MST Oficial (@MST_Oficial) August 26, 2025
“Más de dos millones de palestinxs padecen hambre debido al uso de tácticas de inanición por parte de la ocupación. Infraestructuras sociales y físicas críticas como hospitales, escuelas, sistemas de abastecimiento de agua, redes eléctricas y fuentes de energía han sido borradas hasta los cimientos en un intento de hacer imposible la vida de lxs palestinxs y expulsar a la población de la tierra. Tampoco se libró el sector agrícola y pesquero”, precisó la organización.
El MST cuenta la inseguridad alimentaria que está viviendo el pueblo palestino a través de historias y narraciones de quienes se están enfrentando al hambre.
“Nunca olvidaré el momento en que intenté comer pan hecho con pienso”, cuenta Joio Alaa Alqaisi, una palestina de 31 años nacida y criada en la ciudad de Gaza. Era el año 2024 y ya no había harina en la región.
“El sabor, la textura, la idea de lo que era… fue uno de los momentos más difíciles de mi vida. El hambre te destroza. No solo te quita la fuerza, sino también parte de lo que creías intocable”, resume. Además de los implacables impactos físicos que la corroen por dentro, dice que el hambre borra la claridad de su pensamiento, dejándolo hecho pedazos”, agregó.
Y esta realidad tiene un antecedente que Israel intenta ocultar: ya en 2008, un informe de la ONU reveló que el 75 por ciento de la población de la zona ya se enfrentaba a la inseguridad alimentaria.
Itamaraty rebate críticas de ministro de Israel a Lula
Andreia Verdélio
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) classificou, nesta terça-feira (26), como «ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis» as declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em publicação nas redes sociais, Katz disse que Lula é “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza.
“Como ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, diz o Itamaraty.
O governo brasileiro lembrou que as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 63 mil palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças, com uma política de fome como arma de guerra imposta à população do enclave.
Nesta segunda-feira (25), o Itamaraty condenou os bombardeios de Israel contra o hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, que provocaram a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários, e deixaram dezenas de pessoas feridas.
“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza”, rebate o MRE.
O ministério acrescentou que o país está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.
No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando 1,2 mil civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, desde então, Israel vem bombardeando Gaza e impôs cerco total ao território.
A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.
Rebaixamento
Em fevereiro de 2024, Israel declarou Lula «persona non grata» pelo país após o presidente brasileiro classificar as mortes de civis em Gaza como genocídio. Na ocasião, o presidente retirou de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv e, em um gesto político, ninguém foi indicado para ocupar a embaixada na capital israelense.
De acordo com informações do jornal The Times of Israel, desta segunda-feira (25), o governo israelense também vai «rebaixar» as relações com o Brasil após o Itamaraty ter ignorado a indicação do novo embaixador do país para atuar em Brasília.
Segundo a reportagem, o diplomata Gali Dagan foi indicado em janeiro e aguardava a concessão do agrément, que é a autorização de praxe para um estrangeiro atuar no país. A falta de resposta do governo brasileiro é vista como uma recusa e Israel teria retirado a indicação de Dagan.
Nesta terça-feira, o presidente Lula, mais uma vez, criticou o genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que crianças são assassinadas no território palestino “como se estivessem em guerra”.
“Nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia tem uma novidade, todo dia mais gente morre, todo dia crianças estão com fome, aparece na mídia crianças totalmente esqueléticas atrás de comida e são assassinadas como se estivessem em guerra. São assassinadas como se fossem do Hamas”, disse, em referência ao grupo que comanda o enclave palestino.
Lula comandou reunião ministerial, no Palácio do Planalto, e voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com a inclusão de países do Sul Global como membros plenos.
Antissemitismo
As críticas de Katz estão também relacionadas à saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). A organização intergovernamental foi fundada em 1998 para promover a educação, pesquisa e memória do Holocausto e combater o antissemitismo, que é o ódio, preconceito ou discriminação contra o povo judeu.
“Agora, ele [Lula] revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA […] colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz.
O Brasil aderiu à IHRA como membro observador em 2021, mas retirou-se formalmente em julho de 2025, após a adesão à ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça.