Brasil: fallece Márcio Thomaz Bastos, ex ministro de Justicia

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Márcio Thomaz Bastos morre aos 79 anos

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos morreu na manhã desta quinta-feira (20), em São Paulo, aos 79 anos. Ele estava internado havia alguns dias no hospital Sírio Libanês para tratamento de problemas no pulmão.

O corpo será cremado nesta sexta-feira (21), às 9h30, no Crematório Horto da Paz, na cidade de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo).

A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros do governo federal e do STF (Supremo Tribunal Federal) passaram pelo velório, que teve início às 15h, na Assembleia Legislativa de São Paulo.

«Ele está bem» disse Dilma, dirigindo-se à viúva de Thomaz Bastos, Maria Eleonor. «Está, eu sei», respondeu a mulher do ex-ministro.

Desde o mês passado, o advogado apresentava tosse e um pouco de fraqueza. Na semana passada, fez uma viagem de trabalho aos Estados Unidos. Na volta, apresentou um quadro de embolia, que chegou a afetar seu coração.

Ele trabalhou, à revelia de seu médico, Roberto Kalil, até a véspera de seu falecimento. Bastos comandava a defesa das empreiteiras Camargo Corrêa e Odebrecht na Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de suborno na obtenção de contratos com a Petrobras. Na quarta, havia despachado com advogados das empresas da cama do Sírio.

Bastos foi o mais influente advogado de uma geração de famosos criminalistas que participou ativamente do processo de redemocratização do país. Trocou uma bem-sucedida banca de advocacia pelo cargo de ministro da Justiça no primeiro mandato de Lula, a quem conheceu em 1979, em palestra no ABC paulista.

No período, escreveu um diário e deixou instruções para que o teor só viesse a público 50 anos após sua morte. Também vinha trabalhando em um livro de memórias.

Bastos, que deixou o governo em 2007 e passou a trabalhar em parceria com amigos, formou-se pela Faculdade de Direito da USP, em 1958.

Foi presidente da OAB-SP (1983-1985), participou das «Diretas-Já» e atuou na OAB nacional (1987-1989) no período da Constituinte. Em 1990, integrou o governo paralelo criado pelo PT após a eleição de Fernando Collor de Mello.

Defendeu, entre outros, o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, o bispo Edir Macedo e a deputada Luiza Erundina (PSB-SP).

Folha de S. Paulo

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