Brasil: quiénes son los aliados y opositores de Temer en el Congreso

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Temer tenta manter base para continuar no cargo

Na tentativa de reunir condições para se manter no cargo, o presidente Michel Temer lançou uma contraofensiva com o objetivo de angariar apoio político no Congresso. Muitos parlamentares, contudo, têm receio de ser tragados pela crise que assombra o Planalto. O presidente chegou a organizar um jantar com aliados neste domingo no Palácio do Alvorada, mas muitos alegaram compromisso e declinaram do convite. Temer acabou fazendo uma reunião informal com alguns ministros e líderes partidários.

Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) e alvejado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que decidiu formalizar um pedido de impeachment, o presidente se apega aos dois principais partidos de sua base de sustentação, o PSDB e o DEM. Até agora, nenhum dos dois virou-lhe as costas.

Uma reunião conjunta das legendas, que ocorreria no domingo, acabou sendo cancelada. A ordem é aguardar a abertura dos mercados, nesta segunda-feira, e o julgamento pelo plenário do STF do pedido de suspensão do inquérito, quarta-feira. No mesmo dia, as centrais sindicais esperam reunir 100 mil pessoas em um protesto em Brasília.

– O PSDB tem noção da responsabilidade do partido no encaminhamento das reformas e recuperação do país. Portanto, não podemos errar, tomando decisões apressadas – comentou o líder tucano no Senado, Paulo Bauer (SC).

Segundo maior partido da base de Temer, atrás somente do PMDB, o PSDB convive com visões antagônicas sobre a permanência no governo. A bancada da Câmara, mais jovem, prega o rompimento com o Planalto. Já os senadores mantêm fidelidade a Temer e entendem que o agravamento da crise respingaria em Aécio Neves (PSDB-MG), investigado no mesmo inquérito que o presidente e afastado do mandato pelo STF.

– Os senadores são mais cautelosos. Os deputados, mais agressivos – analisa um interlocutor do governo.

No DEM, a situação é mais tranquila. Embora tenha apenas 29 deputados e quatro senadores, o partido é fundamental ao governo pela presença de Rodrigo Maia ((RJ) na Presidência da Câmara. Responsável por analisar os oito pedidos de impeachment, Maia já garantiu ao governo que vai arquivar todos.

– O Rodrigo está conosco – comemora um influente ministro.

O final de semana foi de intensa mobilização no Planalto. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, teve de voltar às pressas de Porto Alegre na tarde de sábado. Não conseguiu chegar a tempo para o pronunciamento de Temer, mas passou o restante do dia e o domingo ao telefone, buscando o comprometimento de deputados, senadores e de empresários.

Em tese, o governo tem 355 deputados 58 senadores. Essa soma, porém, jamais foi 100% fiel ao Planalto. Com as baixas provocadas pela crise, os articuladores políticos de Temer trabalham com uma base de 250 deputados e 48 senadores.

Reunidos no Alvorada, ministros e aliados dividiram tarefas. Enquanto os deputados Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Carlos Marun (PMDB-MS) davam entrevista defendendo o governo, o ministro da Secretaria de Governo disparava telefonemas chamando políticos para o encontro com Temer. Apesar da baixa adesão, os principais auxiliares de Temer estavam otimistas.

A defecção do PSB, que tem 35 deputados e decidiu aderir à oposição, pedindo renúncias de Temer e eleições diretas, foi minimizada. Padilha inclusive assegura a permanência do socialista Fernando Coelho à frente do Ministério de Minas e Energia.

– O PSB sempre foi dividido. A nossa atenção agora é manter uma base ampla de sustentação, o que já está acontecendo – afirmou Padilha.

Temer acertou com aliados para que o Congresso «trabalhe normalmente». Na Câmara, há sessões de votação para terça e quarta-feira. A pauta traz o projeto que convalida isenções concedidas na guerra fiscal entre os Estados e oito medidas provisórias que vencem na próxima semana. No Senado, também há três MPs, mas a dúvida fica na tentativa de aprovar a PEC do fim do foro em segundo turno.

Neste domingo, ainda se avaliava a possibilidade de manter a sessão de quarta do Congresso para derrubar o veto de Temer na lei do Imposto Sobre Serviços (ISS). Defendida por prefeitos, a queda do veto tentar reduzir a pressão dos gestores municipais sobre os parlamentares.

Temer também quer dar a impressão de que o governo não paralisou. Ordenou para que os ministros mantenham agendas e discussões de projetos, com aval da Fazenda para a edição da MP que trata da dívida do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), num aceno à bancada ruralista.

A BASE DE TEMER
Na Câmara
PMDB – 63
PSDB – 47
PP – 47
PR – 39
PSD – 37
DEM – 29
PRB – 23
PTB – 17
SD – 14
PSC – 10
PHS – 7
PV – 6
PROS – 5
PT do B – 4
PEN – 3
PSL – 2
PMB – 1
PRP – 1
Total: 355

No Senado
PMDB – 22
PSDB – 11
DEM – 4
PP -7
PSD – 5
PR – 4
PTB – 2
PSC – 1
PRB – 1
PTC – 1
Total: 58

OPOSIÇÃO
Na Câmara
PT – 58
PSB – 35
PDT – 19
Podemos – 13
PC do B – 12
PPS – 9
PSOL- 6
Rede – 4
Total: 156

No Senado
PT – 9
PSB – 7
PDT – 2
PC do B – 1
PPS – 1
PV – 1
Rede – 1
Sem partido – 1
Total: 23

Zero Hora

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