Entrevista de Rafael Correa a Lula: «Las élites de América Latina no quieren democracia»

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Entrevista de Rafael Correa a Lula da Silva


Lula da Silva a Correa: «La élite de América Latina no quiere democracia»

En esta nueva edición de ‘Conversando con Correa’, el expresidente de Ecuador dialoga con Lula da Silva, expresidente progresista de Brasil y líder del Partido de los Trabajadores. La conversación entre ambos profundiza en las dificultades históricas y políticas que han afectado a América Latina –en especial en su relación con EE.UU.– y en su necesidad de seguir luchando para mantener la dignidad social frente a cualquier intento de sometimiento.

Este encuentro entre Luiz Inácio Lula da Silva y Rafael Correa es también el encuentro entre dos expresidentes latinoamericanos progresistas, lo cual propicia, ciertamente, una lectura compartida del presente político basada en la experiencia directa de los problemas políticos de la región.

Correa recibe a Lula con una pregunta introductoria tan amplia como indispensable. Después del fulgurante progreso de Brasil durante los gobiernos progresistas del Partido de los Trabajadores (PT), de su éxito indiscutible en la reducción de los niveles de hambre y de pobreza, y de la considerable estabilidad democrática alcanzada en ese periodo, sobreviene la injusta «defenestración» sufrida por los dirigentes del PT: la persecución política de Lula y el ‘impeachment’ de Dilma Rousseff «basado en calumnias», tal como señala el propio Correa. En añadidura, los dirigentes actuales aparecen salpicados por casos de corrupción al más alto nivel. «¿Qué ocurre con nuestro querido Brasil?», pregunta Correa.

«Brasil lo tenía todo, para estar consolidando su democracia –explica Lula–. Todo empezó muy bien, hasta que empezaron las manifestaciones del 2013». En opinión del expresidente brasileño, su país «estaba en una posición privilegiada, formaba parte de los BRICS, se había convertido en un protagonista internacional, y creo que los estadounidenses no estaban acostumbrados a ver cierta independencia por parte de América Latina».

«En todo caso, los logros fueron extraordinarios», apunta Rafael Correa, que considera «desconcertante» el rumbo posterior de los acontecimientos, y lamenta que «el resto de América Latina y el resto del mundo mirase hacia otro lado» ante las injusticias cometidas en Brasil contra el Partido de los Trabajadores.

Los intereses de las élites… dentro y fuera de Brasil

Por su parte, Lula ofrece una versión de los hechos clara y sencilla: «La élite brasileña nunca ha aceptado el hecho de que yo haya optado a favor de América del Sur». El líder del PT asume que «Brasil era un país que estaba de espaldas a América del Sur; no miraba hacia África sino miraba directamente hacia EE.UU. y la Unión Europea». «Yo decidí cambiar eso», asevera.

«Estoy convencido –continúa Lula– de que hay un vínculo entre los intereses de la élite brasileña y los de la élite extranjera, sobre todo la de EE.UU». El expresidente brasileño asegura que «muchas veces no conseguimos comprobar cosas en el mismo período que ocurren, pero hoy ya tenemos pruebas de que el Ministerio Público de Brasil está recibiendo instrucciones del Ministerio Público de EE.UU». «Hay una combinación de intereses de la élite de países como EE.UU. y los de la élite brasileña», añade Lula.

Autocrítica y ganas de luchar

Lula admite que «nosotros también hemos cometido errores, que nos dejamos llevar por la euforia, por las cosas que fuimos capaces de hacer, y por eso no se tuvo tanto cuidado en la organización del país». En ese sentido, lamenta haber perdido una oportunidad de «consolidar el bloque del Sur», y reconoce directamente que «no se consolidó».

Correa, por su parte, llama la atención sobre la existencia de un «libreto» de acción política que «se aplica en varias partes de latinoamérica» y conlleva «la persecución de los políticos progresistas» y en no pocas ocasiones su «linchamiento mediático», mientras los políticos conservadores parecen gozar de una suerte de impunidad.

Lula, sin embargo, no está dispuesto a rendirse: «me quedaré aquí y lucharé. Lucharé porque cuento con el apoyo de una parte de la sociedad organizada y muy fuerte, con la participación de estudiantes», asegura, y añade que quiere convertir a Brasil en «un país que trabaje para el crecimiento conjunto de las naciones, un país que vaya con la cabeza erguida defendiendo los pueblos oprimidos del mundo».

A su favor juega, sin duda, su buena disposición: «A mis 73 años tengo la energía de alguien de 30 años y las ganas de pelear de alguien de 20», asegura Lula.

Durante este encuentro, entre Rafael Correa y Lula da Silva profundizan también en otras cuestiones de actualidad y de gran interés, que podrán ver en el video del programa que les ofrecemos aquí en su totalidad.

Actualidad


Entrevista de Lula com Rafael Correa: «as elites da América Latina não querem democracia»

Nesta nova edição do programa de entrevista “Conversando com Correa”, no canal RT en Español (https://www.youtube.com/channel/UC2mtXUpAYLYJIZ2deSPhlqw), o ex-presidente do Equador dialoga com Lula da Silva, o ex-presidente progressista do Brasil e principal líder do Partido dos Trabalhadores. A conversa entre ambos aborda as dificuldades históricas e políticas que afetaram a América Latina – especialmente em sua relação com os Estados Unidos – e sua necessidade de seguir lutando para manter a dignidade social diante de qualquer tentativa de submissão.

Este encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Rafael Correa é também o encontro entre dois ex-presidentes latino-americanos progressistas, o que propicia, certamente, uma leitura compartilhada do presente político baseada na experiência direta dos problemas políticos da região.

Correa recebeu Lula com uma pregunta introdutória tão ampla quanto indispensável. Depois do impressionante progresso do Brasil durante os governos progressistas do PT (Partido dos Trabalhadores), do seu sucesso indiscutível na redução dos níveis da fome e da pobreza, e da considerável estabilidade democrática alcançada nesse período, se inicia o injusto processo de “defenestração” sofrido pelos dirigentes do PT: a perseguição política a Lula, e anteriormente o “impeachment’ de Dilma Rousseff, “baseado em calúnias”, como diz o próprio Correa. Em paralelo a isso, os atuais governantes do Brasil aparecem envolvidos em casos de corrupção do mais alto nível sem que isso seja capaz de afetá-los. “O que acontece com o nosso querido Brasil?”, pergunta Correa.

“O Brasil tinha tudo para estar consolidando sua democracia – explica Lula –, tudo começou muito bem, até que vieram as manifestações de junho de 2013”. Na opinião do presidente brasileiro, seu país “estava numa posição privilegiada, formava parte dos BRICS (bloco de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), se transformou num protagonista internacional, e creio que os estadunidenses não estavam acostumados a ver certa independência por parte dos países da América Latina”.

“Em todo caso, os avanços conseguidos foram extraordinários”, aponta Rafael Correa, que considera “desconcertante” o rumo posterior dos acontecimentos, e lamenta que “o resto da América Latina e o resto do mundo vire o rosto para não ver essas injustiças”, em referências às arbitrariedades cometidas contra o PT e os ex-presidentes.

A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA

Durante este encontro entre Rafael Correa e Lula da Silva, eles conversaram sobre muitos temas, questões da atualidade e assuntos de grande interesse no cenário latino-americano. Abaixo, antes de seguir com a matéria que resume os pontos principais da entrevista, deixamos o link com o vídeo completo do programa:

Os interesses das elites, dentro e fora do Brasil

Por sua parte, Lula ofereceu uma versão simples e clara dos fatos: “a elite brasileira nunca aceitou o fato de que eu tenha optado a favor da América do Sul”. O líder do PT assume que “o Brasil era um país que estava de costas para a América do Sul, não olhava para a África, só olhava diretamente para os Estados Unidos e a União Europeia. Eu decidi mudar isso”, afirmou.

“Eu estou convencido – continuou Lula – de que há um vínculo entre os interesses da elite brasileira e os das elites estrangeira, sobretudo a dos Estados Unidos”. O ex-presidente brasileiro assegura que “muitas vezes não conseguimos comprovar coisas no mesmo período em que elas ocorrem, mas hoje nós já temos provas de que o Ministério Público do Brasil está recebendo instruções do Ministério Público norte-americano”. “Há uma combinação de interesses da elite de países como os Estados Unidos e os da elite brasileira”, acrescenta Lula.

Em qualquer caso, o político brasileiro se mostra convencido de que “os Estados Unidos não estão interessados numa América Latina independente, não interessa para eles uma América Latina com soberania, e interessa muito menos ver um país com o tamanho do Brasil tendo influência nas decisões sobre a América Latina”.

Estas reflexões são congruentes com a visão geopolítica de Lula da Silva, que num momento da entrevista chega a afirmar que “a elite brasileira não está acostumada à democracia, e mais que isso, creio que as elites da América Latina querem democracia”.

Autocrítica e vontade de lutar

Lula admite que “nós também cometemos erros, que nos deixamos levar pela euforia, pelas coisas que fomos capazes de fazer, e por isso não se teve tanto cuidado na organização do país”. Nesse sentido, ele lamenta ter perdido a oportunidade de “consolidar o bloco do Sul”, e reconhece diretamente que faltou maior ímpeto para alcançar esse objetivo.

Correa, por sua parte, chamou a atenção sobre a existência de um “script” de ação política que “se aplica em várias partes da América Latina”, e que “leva à perseguição dos políticos progressistas” e também ao seu “linchamento midiático”, enquanto os políticos conservadores parecem contar com a impunidade.

Contudo, Lula também afirmou que não está disposto a se render: “eles achavam que eu iria desistir ou que iria fugir do país, mas não eu ficarei aqui e lutarei. Lutarei porque conto com o apoio de uma parte da sociedade organizada, e que é muito forte” assegura, e agrega que quer transformar o Brasil num país que trabalha para o crescimento conjunto das nações, um país que anda de cabeça erguida, defendendo os povos oprimidos do mundo”.

Também joga a seu favor a boa disposição que demonstra: “aos meus 73 anos, tenho a energia de uma pessoa de 30, e a vontade de lutar de um garoto de 20”, afirma Lula.

Carta Maior


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