Lula llega a Portugal en su primera gira por Europa

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Lula llega a Portugal en primer viaje a Europa del tercer mandato

El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, llegará hoy a Lisboa, Portugal, punto de partida del primer viaje a Europa después de asumir el 1 de enero su tercer mandato.

El portal G1 indica que, tras visitar los principales socios comerciales del gigante suramericano (China, Estados Unidos y Argentina), Lula vuelve la atención al viejo continente, pues también pasará por España.

De acuerdo con fuentes oficiales, Lula concentrará la mayor parte de la agenda en Portugal, donde tendrá encuentros con autoridades, en particular mañana con su par Marcelo Rebelo de Sousa, y entregará el Premio Camões al reputado músico, poeta y escritor brasileño Chico Buarque.

El autor de O que será conquistó el Camões en 2019 por el conjunto de su obra, una especie del Premio Cervantes en español.

Tal diploma de la distinción estaría firmado por los presidentes de Brasil y Portugal, pero el entonces mandatario Jair Bolsonaro declinó rubricar el documento ganado por su compatriota.

Hasta el 31 de diciembre de 2026, firmo, dijo en la ocasión el político ultraderechista, cuyo mandato terminó en diciembre de 2022.

Después del comentario, Buarque usó las redes sociales para ironizar sobre el discurso del exmilitar nostálgico de la dictadura (1964-1985). «El hecho de no haber firmado Bolsonaro es para mí un segundo Premio Camões», escribió en la oportunidad.

Creado en 1988, el Camões elige cada año a un autor de cualquier país de habla portuguesa. La elección es un reconocimiento de la obra completa del intelectual y no solo de una específica.

El último brasileño elegido había sido Raduan Nassar, autor de Lavoura Arcaica, en 2016.

Según G1, la hoja de ruta ibérica de Lula, que tendrá compromisos hasta el 26 de abril, marca una nueva etapa de la política exterior del gobierno, después del exsindicalista priorizar los principales socios comerciales y vecinos en los primeros viajes del nuevo mandato, como Argentina, Uruguay, Estados Unidos, China y Emiratos Árabes Unidos.

«La visita del presidente está en el contexto de relanzamiento de las relaciones con Europa y con el mundo», declaró a periodistas la embajadora Maria Luísa Escorel de Moraes, secretaria de Europa y América del Norte del Ministerio de Relaciones Exteriores.

Precisó que «en Europa, vamos a empezar por Portugal, es la puerta de entrada de Brasil a la Unión Europea».

Entre los temas que deben tratarse figuran la guerra en Ucrania y el acuerdo entre el Mercado Común del Sur y la Unión Europea.

Lula insiste en la creación de un grupo de países para mediar la paz en la contienda bélica entre Moscú y Kiev.

Prensa Latina



Com rusgas por Ucrânia e negociação de acordo UE-Mercosul, Lula visita Portugal e Espanha

Por Thales Schmidt

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta sexta-feira (21) em Portugal, onde fica para as comemorações da Revolução dos Cravos, na terça-feira (25), e depois segue para a Espanha. A agenda no continente europeu deve abordar a guerra na Ucrânia e as negociações de um tratado de livre comércio entre União Europeia e Mercosul.

Após Lula afirmar que é preciso que os EUA «parem de incentivar a guerra» e que a União Europeia necessita começar a «falar de paz», o presidente brasileiro foi criticado pela Casa Branca e por autoridades europeias. O porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, disse que as ações do bloco buscam «ajudar a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa».

Os Estados Unidos subiram mais o tom. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que «o Brasil está papagaiando a propaganda da Rússia e da China sem olhar para os fatos».

Leia também: Brasil pode ter papel muito importante na construção de uma ordem multipolar, diz pesquisadora

Em entrevista ao Brasil de Fato, o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Goulart Menezes afirma que, apesar das falas de Lula, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia em votação na Organização das Nações Unidas (ONU) e não mudou sua posição. Mas o professor de relações internacionais destaca que o Brasil votou com China e Rússia em uma resolução no Conselho de Segurança da ONU por uma investigação sobre uma reportagem segundo a qual os EUA teriam explodido o gasoduto Nord Stream por ordem do presidente Joe Biden. De acordo com Menezes, isso teria «estremecido a relação» do Brasil com os EUA e a Europa.

«Um porta-voz do Conselho de Segurança da Presidência dos EUA chamou o Lula de ‘papagaio’, de ‘papagaio de pirata’. Como assim? Isso é uma ofensa muito forte, o Lula não chamou o Biden de papagaio de pirata, de tresloucado. E papagaio de pirata é dizer ‘olha, você não sabe o que passa na sua cabeça e é fortemente influenciado’. Para um líder com o histórico que o Lula tem, isso é uma ofensa muito grande ao Brasil, uma ofensa muito grande ao próprio Lula. Então isso, provavelmente, foi cobrado dos EUA, que tom é esse?», diz o professor.

Há ainda outro ingrediente na discussão sobre a Ucrânia: a recente declaração do presidente da França, Emmanuel Macron, de que a Europa precisa de uma «autonomia estratégica» na disputa entre EUA e China para evitar que a região seja «vassalo» da Casa Branca. Essa declaração do francês também entra no cálculo da diplomacia brasileira, avalia Menezes.

Diante das críticas da oposição pelas falas de Lula sobre a Ucrânia, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a posição do Brasil sobre a guerra na ONU «tem sido persistente».

«Se o Brasil mudar de posição em relação à posição que tem tido, é uma decisão do Brasil, discordamos mas não temos nada a ver com isso. Cada país tem a sua política externa, se estivermos de acordo, melhor; mas se não estivermos de acordo, apenas não estamos de acordo. Se cortássemos relações com os países que não estão de acordo com a nossa política interna e externa, não teríamos relações com 3/4 do mundo», afirmou Sousa de acordo com o Diário de Notícias.

Acordo comercial

Há décadas, há um acordo em negociação entre Mercosul e União Europeia. A parceria que poderia unir dois blocos comerciais superlativos se arrasta, mas Lula afirma que fechar o acordo é uma de suas prioridades e prometeu assina-lo até o final deste semestre.

Uma das atuais travas da negociação são as cláusulas ambientais. Enquanto os europeus afirmam defender mecanismos para garantir a preservação do meio ambiente, os latino-americanos questionam as propostas e acusam a União Europeia de usar as cláusulas ambientais como uma barreira protecionista.

Roberto Goulart Menezes avalia que as demandas do bloco europeu não estão previstas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e extrapolam as regras que costumam existir em acordos do tipo. O professor da UnB destaca uma negociação recente entre representantes da União Europeia e do Mercosul em Buenos Aires, que falhou.

«Neste encontro, os países do Mercosul foram surpreendidos pelo tom que os representantes europeus adotaram em relação à questão ambiental. Quando pegamos o acordo Mercosul e União Europeia, um acordo de cerca de 400 páginas, ele tem um capítulo, que é um capítulo com 15, 16 páginas que fala sobre comércio e desenvolvimento sustentável. Essa reunião em Buenos Aires discutiu especificamente esse capítulo, e o que está no capítulo não é aquilo que foi abordado pelos europeus, eles foram além do capítulo», diz Menezes.

Brasil de Fato

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