Lula partió rumbo a China y dijo que buscará “fortalecer las relaciones con el principal socio comercial” de Brasil

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Lula partió a China para relanzar las relaciones con un objetivo claro: «Queremos más inversiones»

Luego de haber pospuesto su gira por China a fines de marzo por una neumonía, el presidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva finalmente viajó este martes hacia el país asiático en una visita de Estado con la que busca relanzar las relaciones bilaterales y atraer nuevas inversiones a través de la firma de más de 20 acuerdos.

«Queremos que los chinos hagan inversiones para generar nuevos empleos y nuevos activos productivos en Brasil», afirmó en una entrevista brindada el lunes a la televisión y a la radio brasileña.

«Uno no va a China solo para saber que es lo que los chinos quieren hacer acá, nosotros queremos intentar mostrarle a los chinos que tenemos cosas para vender» más allá de las commodities, completó

Lula puso rumbo al país asiático junto a una nutrida comitiva formada por ministros, empresarios, gobernadores y congresistas, que le acompañarán en esta visita estratégica para el gobierno brasileño.

Calificada por la presidencia como «una de las más importantes visitas de Estado del inicio de su tercer mandato», que empezó el pasado 1 de enero, el objetivo de Lula es «relanzar las relaciones con el que es el principal socio comercial del país desde 2009».

La visita de Estado estaba programada inicialmente para finales del mes de marzo, pero una bronconeumonía bacteriana y viral obligó al gobernante brasileño a posponerlo hasta este 11 de abril.

La agenda de Lula en China

Lula, de 77 años, símbolo de la izquierda de América Latina, tendrá compromisos oficiales en Beijing y Shanghái.

La agenda comenzará el jueves en Shanghái, donde asistirá a la ceremonia de toma de posesión de la expresidenta brasileña y aliada de Lula, Dilma Rousseff, como nueva jefa del banco de fomento de los BRICS (Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica).

Ese día también mantendrá encuentro con empresarios y por la noche embarcará a Beijing.

Encuentro con Xi

En la capital china, se reunirá con el presidente de la Asamblea Nacional Popular (el Poder Legislativo, conocido como la ANP), Zhao Leji; el primer ministro Li Qiang y, posteriormente, será recibido con una ceremonia oficial por el presidente Xi Jinping.

«La programación tendrá un encuentro abierto, una ceremonia para la firma de acuerdos y después un encuentro bilateral cerrado. Luego, habrá una ceremonia de intercambio de regalos, registro de fotos y, por último, una cena oficial», informó el gobierno brasileño.

Los 20 acuerdos bilaterales buscan estrechar lazos en el área comercial, protocolos fitosanitarios, tecnología, desarrollo, transición energética y otros ámbitos de colaboración en el marco de la asociación estratégica bilateral.

En uno de ellos, ya anunciado previamente, se prevé la operación directa entre el real y el yuan, excluyendo el dólar como referente de cambio en las transacciones.

Otro será para la construcción de CBERS-6, el sexto de una serie de satélites construidos en colaboración entre ambos países y que permite un monitoreo más eficiente de la Amazonía y de otros biomas brasileños.

A su regreso a Brasil, Lula realizará una parada el sábado en Abu Dabi para una visita oficial en la que se espera que se reúna con el jeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, emir de Abu Dabi y presidente de Emiratos Árabes Unidos.

Clarín



Lula vai à China em busca de parcerias para Brasil exportar além de commodities

Por Vinicius Konchinski

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta terça-feira (11) rumo à China, maior parceira comercial do Brasil desde 2009. O presidente deve permanecer no país asiático de quarta (12) até sábado (15). Participará de encontros bilaterais e terá como missão buscar parcerias para reduzir o desequilíbrio do comércio entre as duas nações.

Os dois países negociaram mais de  US$150 bilhões  –  cerca de R$ 750 bilhões– em produtos e serviços durante o ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Em 2022, o Brasil obteve um superávit de US$ 28,7 bilhões (quase R$ 150 bi)  –isto é, exportou mais que importou.

Esse resultado é inegavelmente positivo para o Brasil, segundo economistas ouvidos pelo Brasil de Fato. Mobiliza nosso setor produtivo, gera divisas internacionais e deixa nossa economia mais forte frente a crises externas.

Ele, contudo, é insuficiente para explicar toda a complexidade que envolve os negócios entre Brasil e China. Não mostra que, apesar do superávit brasileiro, quem mais se beneficia do comércio entre as duas nações são os chineses. Não pela quantidade de produtos comprados ou vendidos, mas pela qualidade deles e pelo desenvolvimento que eles geram internamente.

“A nossa pauta de exportação para China está muito ligada a produtos primários: soja, minério de ferro e petróleo. Por outro lado, a pauta de exportação da China, tem muito mais produtos com maior teor tecnológico”, explicou a economista Diana Chaib, que estuda os impactos do comércio entre os dois países num programa de doutorado do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“O agronegócio e o setor minerário dependem de muito pouca mão-de-obra. Isso é ruim para economia brasileira, porque não gera emprego e também porque esses setores incorporam muito pouca tecnologia em suas cadeias”, complementou Pedro Faria, que também é economista e pesquisador do Cedeplar-UFMG.

Inversão de papéis

Faria afirmou que a relação comercial entre Brasil e China mudou, principalmente, a partir do final dos anos de 1970. Segundo ele, até lá, quem vendia produtos industrializados era o Brasil. Os chineses, curiosamente, vinham para cá aprender sobre manufaturas.

Desde então, políticas de Estado incentivaram a industrialização do país asiático. A partir do final dos anos 1990, milhões de trabalhadores chineses migraram para grandes cidades do país para trabalhar na indústria.

Isso criou uma enorme demanda por ferro e aço para construção de casas e infraestrutura em metrópoles. Criou também demanda por produtos agrícolas para alimentação de todos esses trabalhadores.

O Brasil, que antes exportava industrializados, perdeu a concorrência com produtos chineses. Passou a suprir as necessidades de matéria-prima do país, e ganhou muito com isso na primeira década do século 21.

De 2000 a 2010, o valor das exportações multiplicaram-se por 30, segundo Diana Chaib: saíram de US$ 1,1 bilhão para US$ 30,8 bilhões. A China passou a comprar 15% do que o Brasil exporta, em valores.

Em variedade de produtos, no entanto, as importações chinesas vindas do Brasil ficaram muito concentradas, ressaltou o economista Bruno de Conti, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador Centro de Estudos Brasil-China (Cebc) da universidade.

“Minério de ferro, soja e petróleo são 80% das nossas exportações para China”, ressaltou ele. “Se pegarmos os dez produtos mais exportados [entram carnes, açúcar e tabaco, por exemplo], chega-se a 91% de todo valor das exportações. É muito concentrado.”

Riscos ao Brasil

De Conti disse que, ao basear seu comércio com a China nesse tipo de produto, o Brasil expõe sua economia a riscos consideráveis. Segundo ele, os preços de produtos como soja e petróleo variam muito dependendo de condições alheias ao controle brasileiro, mas com eventual impacto significativo sobre nossa economia.

“As commodities têm preços super voláteis. Houve momentos em que houve uma bolha, e isso nos beneficiou. Mas em pouco tempo esses preços podem cair muito”, explicou o economista. “Exportando commodities, a gente fica sujeito a essa maré.”

O economista Célio Hiratuka, também professor da Unicamp e coordenador do Cebc, também lembrou que a produção de commodities para exportação gera riscos ambientais e sociais inerentes a essa atividade. Segundo ele, mesmo que o agronegócio e o setor de mineração cumpram com toda legislação nacional para proteção do meio ambiente e dos trabalhadores, a expansão deles gera questões que precisam ser consideradas.

“Existem projetos para escoamento da soja via o chamado Arco Norte [portos da região Norte do país]”, exemplificou. “Para ligar o Centro-Oeste a esses portos, serão necessárias rodovias e ferrovias que vão atravessar o bioma amazônico. Tem uma população local que pode sofrer esses impactos.”

Mudança necessária

Por essa e outras razões, Hiratuka defende que o Brasil aja por uma relação diferente com a China. Primeiro, para que o Brasil não esteja tão dependente do país asiático. Depois, porque a demanda da China por  commodities já não vai crescer como cresceu no passado, já que o êxodo rural chinês dá sinais de que está perto do fim.

“Esse espaço que a gente teve vai deixar de existir. A China vai começar a demandar produtos mais sofisticados”, afirmou. “Por isso, a relação tem que deixar de ser uma relação só comercial e expandir-se para outras: investimento direto, em infraestrutura, parcerias tecnológicas.”

Hiratuka disse que a China pode ser uma grande parceira do Brasil para a reindustrialização do país, um dos grande objetivos deste novo governo. Para ele, dificilmente o Brasil passaria a exportar celulares e painéis solares para a China, já que o país asiático detém tecnologia para produção de ambos e atualmente exporta esses produtos ao Brasil. Contido, se a China investisse nesses setores no Brasil, nosso país poderia exportar esse tipo de produtos para América Latina, por exemplo, nos beneficiando e beneficiando empresários chineses também.

“O Brasil precisa realizar, implementar, adotar uma estratégia mais assertiva de modo a aproveitar mais as oportunidades e minimizar os riscos que estão associados a essa estratégia comercial chinesa”, ratificou Diana Chaib, do Cedeplar-UFMG. “São necessárias políticas de desenvolvimento produtivo para diversificar mais a nossa estrutura produtiva e também buscar exportação mais sofisticadas.”

Missão para Lula

Diana afirmou que o presidente Lula deve assinar pelo menos 20 acordos bilaterais com a China, incluindo aqueles que visam o desenvolvimento de tecnologia e o desenvolvimento econômico do Brasil. Durante a viagem, deve ser anunciada a venda de 20 aviões da Embraer para o país asiático e uma nova fase de cooperação num programa de satélites.

Bruno de Conti, da Unicamp, disse que é importante que nesses acordos de cooperação seja garantida a transferência de tecnologia chinesa para o Brasil. Ele também defende que a China faça investimentos diretos aqui –construa fábricas de carros elétricos no Brasil, por exemplo– empregando trabalhadores locais e usando matéria-prima fabricada no Brasil.

De Conti, aliás, disse que foi assim que a China se desenvolveu: abrindo-se para investimentos externos com condicionantes para seu benefício. “Existem exemplos na própria China de maneiras pelas quais o investimento direto estrangeiro pode beneficiar a economia. Pode haver um esforço do nosso governo nacional nesse sentido”, defendeu o economista.

Hiratuka lembrou, entretanto, que o lobby para que o Brasil permaneça focado na produção de commoditites é grande internamente. Empresários do agronegócio e mineração têm força, inclusive, neste governo. Isso, aliás, é visível na delegação brasileira enviada à China.

“Se você olhar a lista da da delegação prevista, tinha um número bastante indicativo de empresários do agronegócio, que estão interessado em manter essa suas conexões, manter suas exportações”, advertiu.

Brasil de Fato


Lula diz que em junho deve ter encontro com Congo e Indonésia para tratar de florestas

Por Maria Carolina Marcello

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que deve participar em junho de um encontro com representantes do Congo e da Indonésia para discutir a questão das florestas nos países.

«Em junho eu tenho um compromisso com o Congo, que está convidando O Brasil e a Indonésia para fazer um grande encontro dos três países que têm a maior floresta verde do mundo», disse Lula em entrevista à Voz do Brasil.

Em novembro do ano passado, Brasil, República Democrática do Congo (RDC) e Indonésia lançaram formalmente uma parceria para cooperar na preservação florestal, após uma década de negociações sobre uma aliança trilateral. Juntos, os três países abrigam 52% das florestas tropicais do planeta.

Lula disse que o encontro também reunirá alguns países africanos e que iria pedir ao Congo para também convidar outros países da América do Sul, lembrando que Colômbia, Peru, Bolívia, Venezuela e Equador também têm aéreas de floresta tropical.

«Junta o Brasil, América do Sul, mais o Congo e a Indonésia, nós temos praticamente 80% das reservas florestais do planeta Terra», comentou o presidente.

«Temos que ter a humildade e reconhecer que a Amazônia não é só nossa. Se a gente estiver, junto, a gente é muito mais forte.»

O presidente ressaltou que a abordagem climática também recoloca o Brasil em posição de destaque na política internacional.

«Agora com a questão climática aumentou muito o potencial de negociação do Brasil», disse Lula, na entrevista.

Terra


Lula discursa pelos 100 dias de governo e diz que o “Brasil voltou” e que “otimismo não é exagerado”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (10), durante discurso em alusão ao seus primeiros 100 dias à frente do Executivo Federal, que “o Brasil voltou” e que o otimismo de que o país voltará a crescer com responsabilidade fiscal e compromisso social “não é exagerado”.

«Não tenho hábito de falar de 100 dias de governo, acho que nunca falei nos outros mandatos. Mas é importante lembrar que da outra vez recebi o governo de um presidente democrata, um companheiro que tinha uma história de luta pela democracia, pelos direitos humanos, tinha uma marca de civilidade que este que eu estou substituindo agora não tem”, disse Lula no pronunciamento em referência ao seu primeiro mandato, quando recebeu o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e a Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a eleição presidencial do ano passado.

“Meu otimismo não é exagerado. Se não acredito em uma coisa, não faço. Digo sempre que a gente tem que levantar todo santo dia, mesmo quando estiver mal humorado, precisamos ter consciência de que a gente quando assume a responsabilidade de governar a gente não pode acordar pessimista nunca, pensando nas dificuldades, nas impossibilidades. Temos que acordar todo santo dia com a consciência e com a certeza de que a nossa posição positiva e de confiança que vai fazer a sociedade ter confiança.

No discurso, Lula ressaltou a importância da união na defesa da democracia, como nos dias que se sucederam aos atos terroristas do 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

“A sociedade brasileira viu, depois de muito tempo, as instituições se juntarem para defender a democracia. Não sei em qual momento histórico tinha acontecido aquele gesto de que o Palácio do Planalto, o Congresso e a Suprema Corte se reuniram para defender as instituições brasileiras e a democracia. Foi um gesto que vai marcar nosso mandato, porque não foi um gesto qualquer. Aquilo foi uma tentativa de golpe, feita com a maior desfaçatez por um grupo de reacionários, de fascistas, por um grupo de extrema direita que não queria deixar o poder, que não queria acatar o resultado eleitoral”, destacou.

“Devo a vocês e ao povo a volta da democracia. Todo mundo que tinha lutado contra o regime militar, que tinha lutado pelas Diretas sabe o quanto foi difícil a gente ganhar as diretas. E agora sabemos o que foi o período de 2018 a 2022, sabemos o que esse país passou, as ofensas que a democracia sofreu”, completou.

Lula disse, ainda, que as críticas construtivas ao governo são necessárias. “Muitas vezes a imprensa – exigente como sempre – nos cobra, e dessa vez mais maduros que somos, experientes, a gente tem muito mais capacidade do que as pessoas que vêm pela primeira vez”, observou. “Agradeçam às pessoas que acham que o Brasil não vai bem, que criticam a gente, porque eles estão dizendo exatamente aquilo que a gente não deve fazer. Eles estão dizendo ‘façam outra coisa’”, ressaltou.

Brasil 247


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