Dilma se reunió con Obama para pedirle explicaciones por el espionaje de EEUU

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Dilma ouve Obama sobre espionagem

A presidente Dilma Rousseff conversou ontem com Barack Obama, na Rússia, para ouvir do líder americano explicações sobre a espionagem que tanto a irritou.

Foi a primeira vez que os dois se reuniram desde a denúncia de que a presidente foi alvo direto da vigilância americana.

O encontro ocorreu em São Petersburgo, na Rússia, à margem da cúpula do G20, iniciada oficialmente ontem. Dilma e Obama conversaram entre a primeira reunião geral e o jantar, oferecido pelo anfitrião, o presidente russo Vladimir Putin.

Ambos chegaram com atraso de cerca de 20 minutos ao palácio onde Putin recebeu seus convidados.

A reunião já era esperada, pois sua realização fora antecipada pelo assessor americano de segurança nacional Ben Rhodes, que admitiu entender «quão importante é o tema para os brasileiros», na primeira manifestação oficial da Casa Branca a respeito do esquema de espionagem sobre a presidente brasileira.

E foi uma manifestação de compreensão pela irritação: «Nós entendemos a força do sentimento deles [brasileiros] a respeito do assunto», disse Rhodes, para acrescentar:

«O que estamos fazendo é adotar uma visão abrangente de quais são exatamente as alegações [reveladas pelo jornalista Glenn Greenwald, a partir de dados vazados por Edward Snowden] e quais são os fatos, em termos das atividades da Agência de Segurança Nacional [responsável pela espionagem].»

Apesar do cuidado em preservar o relacionamento, que é «muito importante não só nas Américas mas também no mundo», Rhodes não quis dizer se a Casa Branca atenderia a exigência brasileira de desculpas pelo episódio.

«Nosso foco é assegurar que os brasileiros entendam exatamente a natureza de nossos esforços de inteligência», limitou-se a dizer.

Dilma antecipou que falaria sobre o assunto apenas na manhã de hoje (madrugada de ontem, no horário de Brasília), pouco antes de embarcar de volta para o Brasil.

A presidente cancelou o envio de sua equipe precursora para os preparativos da visita de Estado aos EUA, em outubro. O grupo de assessores embarcaria no sábado para Washington, mas, por enquanto, não há decisão sobre suspensão definitiva ou apenas adiamento.

LULA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que os EUA estão ameaçando a soberania do mundo e que Obama deve desculpas. «A resposta americana não pode ser via diplomacia, porque a espionagem não foi via diplomacia. Espionagem foi espionagem, então acho que cabe ao Obama humildemente pedir desculpas à Dilma e ao Brasil.»

Segundo Lula, «os americanos não suportam o fato de o Brasil ter virado um ator global». «No fundo, o máximo que eles aceitam é que o Brasil continue subalterno como sempre foi», disse.

Lula não quis dizer se Dilma deveria cancelar a visita aos EUA, mas disse esperar que «Dilma dê um guenta’ democrático no Obama».

 

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/127722-dilma-ouve-obama-sobre-espionagem.shtml

 

Lula considera “muy grave” el espionaje y dice que Obama debe pedir disculpas a Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou como «muito grave» a espionagem americana no governo da presidente Dilma Rousseff e disse que o presidente Barack Obama deve «ter a humildade» de pedir desculpas ao Brasil e à presidente Dilma pela quebra de sigilo de e-mails e telefonemas da presidente. Para Lula, Dilma deveria dar «um guenta» em Obama para que ele se justifique.

— A soberania dos Estados está sendo colocada em risco com o comportamento americano. Ou seja, nós passamos a vida inteira lutando para a democracia, com soberania e não podemos admitir, a pretexto nenhum, que um país se dê ao luxo de ficar tentando gravar, copiar e-mails, telefonemas de um país, ou como o que fizeram com Dilma. A resposta americana não pode ser via diplomática, porque a espionagem não foi feita via diplomática. A espionagem foi espionagem. Cabe ao Obama vir humildemente pedir desculpas ao Brasil e à presidenta Dilma — disse Lula, que almoçou com deputados estaduais petistas em São Paulo nesta quinta-feira.

 

Lula disse que o fato demonstrou que o Brasil está vulnerável.

– Acho que chegou o momento de repensar essa questão. Um país do tamanho do Brasil não pode ficar vulnerável como estamos. Eu conheço bem a presidenta e sei que ela vai tomar as providências necessárias, mas é importante desafiar nossas universidades, nossos cientistas para apresentarem ao governo um programa de comunicação que dê à presidenta segurança para poder escrever um e-mail para a filha sem ter um americano bisbilhotando, que faça um telefonema entre chefes de estado e não tenha ninguém ouvindo esse telefonema. Os Estados Unidos não foram nomeados para serem xerifes do mundo, ninguém pediu — disse Lula.

O ex-presidente classificou o fato como «muito grave».

— Os americanos passaram do limite do respeito à soberania dos países. Sempre haverá no Brasil um vira-lata para achar que os americanos podem tudo. Vi que o Obama iria explicar ao presidente da Suécia que a espionagem era para proteger os outros, mas ninguém está pedindo proteção a eles. A verdade é que os americanos não suportam o fato de o Brasil ter virado ator global. No fundo, eles queriam que o Brasil continuasse subalterno como sempre foi. Quando o Brasil cria orgulho próprio, cria a Unasul e não aceita a Alca, cria os Brics, os americanos acham que estamos incomodando — explicou o ex-presidente.

Para Lula, Dilma tem ir mais a fundo na questão.

— Espero que Dilma dê um “guenta” democrático no Obama, mas essa decisão cabe a ela única e exclusivamente — propôs Lula.

http://oglobo.globo.com/pais/lula-acha-que-obama-tem-que-ser-humilde-pedir-desculpas-dilma-9845686

 

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